19.12.16

Aligeirar!

dezembro 19, 2016 0 Comments



Aligeirar. Apenas assim tudo fica tudo mais leve e natural. Quando me solto. Quando me recuso a carregar os pesos que não acrescentei. Quando vivo comigo e por mim em primeiro lugar.


Hoje o dia está a deixar-me com a sensação de que tudo ficará nos seus devidos lugares, se eu não remar contra, se eu entender e aceitar que a água correrá para o lugar certo, mesmo que eu me oponha e espere o contrário. Não sou complicada. Não gosto de obstáculos que não se transpõem. Não preciso que me façam aparecer mais degraus do que os que consigo subir. Se já vislumbrei o caminho, para quê aumentá-lo, ensombrá-lo e deixá-lo no desconhecido? Porque deverei ou necessitarei de complicar o fácil e de recusar o óbvio?

Se me voltarem a oferecer uma caixa fechada, mesmo que traga chaves, irei recusá-la. Agora quero apenas o que estiver visível, não o caminho todo, mas o que me levará lá, bem mais perto do que espero reconhecer, porque apenas esse me serve e faz sentido.

Aligeirar. Ficar mais solta. Quero experimentar o antes, o que estava quando me vi aqui. Quero-me de volta, eu mesma, com tudo o que já carrego mas que não me pesa, apenas me soma. Quero sentir a minha atitude, segurança, calma revolta, ansiedade apenas em conseguir o que busco, sem permitir que me interrompam. Quero ser eu a poder decidir.

Quero continuar a ser capaz de aligeirar até o mais complicado, porque eu sou a fazedora, a que não se demove perante o que determinou. Tudo o que é meu e decidido por mim, resulta!

Já soube!

dezembro 19, 2016 0 Comments
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Já soube. Contaram-me como eu pedi, de rompante, sem rodeios e poupando-me a condescendência!

Viram-te acompanhado, feliz, com os sorrisos que outrora te conseguia arrancar. Refizeste a tua vida, ou melhor, retomaste-a do exacto ponto onde parara quando tropecei em ti.Não vou dizer que não o esperava ou que não o sabia. Vi-o, sonhei-o tantas vezes, cheguei a sentir os calafrios e os suores que me escorriam perante o medo de estar certa. Foi sempre uma questão de tempo. Estivemos apenas ambos a adiar o dia, a prolongar a hora em que sairias de mansinho e em que te devolverias a ti mesmo o que perderas sem lutar, mas que estavas disposto a ter de volta.

Vou sentir a tua falta, sinto-o agora, tal como já sentia antes, sempre e de cada vez que os teus olhos pousavam nos meus e não me viam. Vou, agora, depois das certezas, começar a reavaliar tudo o que deixei de fazer e de dizer, para te manter. Vou ter que pensar mais em mim, para que me cure do que permiti que me magoasse. Vou precisar de aceitar que agora já não teremos volta e que terminou.

Já soube. Agora posso, também eu, recomeçar. Posso cuidar de mim, mesmo, como deixei de fazer mal entraste. Posso lamber as feridas e procurar o que me restaure o corpo dorido, e o coração cansado de lutar contra um adversário bem mais forte do que eu!

17.12.16

Hoje!

dezembro 17, 2016 0 Comments
momento preciso!:


Hoje tem sido daqueles dias em que tudo o que digo, e a forma como vivo, passaram a fazer ainda mais sentido. Hoje percebi, mais do que ontem, porque eu sou das que faz questão de crescer, dia após dia, que o que preciso e peço acaba sempre a chegar. Hoje revi os amores e as dores que me provocaram, mas também ri de todos os risos que cada um foi capaz de me arrancar. Hoje fui grata aos olhares, aos choros, aos começos atribulados, aos receios infundados e até aos medos que disseram sentir de mim. Hoje fui grande e senti-me sem qualquer pudor, grande porque se não me souber ler e entender, ninguém, nunca, em momento algum o irá fazer.

Por vezes fui demasiado cautelosa e outras de uma entrega que me surpreendeu. Por vezes não me atrevi a olhar duas vezes, mas numa outra, talvez a primeira, fui tudo, dei tudo e senti tudo. Por vezes não soube como me fazer explicar e outras, expliquei-me demasiado quando na realidade sou apenas o que tenho, o que mostro e o que sinto. Por vezes fui eu mesma que me magoei, mas continuei a ser a que sabe o que fazer e quando me sarar. Por vezes pareço fria e obstinada, mas sei, tal como o senti hoje, que o que passo bem de dentro é tudo menos frieza.

Hoje escrevi todos os passos que percorri e soube, com toda a certeza, que este foi o meu ano de revelação. Este ano cresci emocionalmente 20 anos. Este ano fui preparada para um amor maior e sei que quando ele entrar, eu estarei pronta para o receber. Hoje ainda não consegui parar de me felicitar pela capacidade que tenho de sobreviver a tudo. Hoje passei a gostar ainda um pouco mais de mim, porque não tenho nada por resolver, nenhum amor por apagar, nem sequer palavras para usar com quem se silenciou. Hoje, todas as pessoas que de uma forma ou de outra passaram pela minha vida, ficaram no lugar certo, aquele que sempre reservo a quem não voltará a ter-me. Hoje fechei mais umas quantas portas, como faço sempre que entendo e preciso, mas abri uma nova. Hoje recomecei mais um dia, o primeiro de muitos que terei e dos quais poderei falar, sem reservas nem vergonha, porque tudo o que sempre dou, é genuíno. Hoje senti a liberdade e a leveza que apenas conseguem os que não deixam nada por fazer.

Amar demais!

dezembro 17, 2016 0 Comments
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Será que se pode amar demais? Fará mal e deixar-nos-à mais fragilizados? Será defeito, ou insegurança camuflada?


O amor não vem com doses recomendadas, mas poderia conseguir-se dosear, deixando-o na medida certa para cada uma das partes, não matando por dentro nem não arrastando desejos que não se controlam. O amor deveria vir com um botão de emergência, para que sempre que pisássemos o risco, ou a fronteira do bem-estar do outro, o pudéssemos accionar.

Não me parece que seja errado ter quem nos ame demasiado, até porque nem sei o que isso significa. Se eu não for capaz de absorver um amor intenso, inteiro, totalmente devotado a mim, então de que espécie de amor preciso para ser feliz? Desejar que o outro nos pertença, esteja por perto e partilhe cada segundo, não é errado nem difícil de entender. Querer dar e receber colo, envolto em milhares de beijos e palavras repetidas até à exaustão, é mais do que legítimo e desejável. Andar por aqui a tentar recuperar o tempo que perdemos sem amor, amando de forma gigantesca e de igual entrega, é um privilégio.

Para os que recomeçaram, ou para quantos se conseguiram manter, com o amor que criaram, mas souberam fazer crescer, espero que se amem DEMAIS, sempre que o dia vos permitir. Amem e digam-no. Amem e gritem-no. Amem e façam-se sentir. Amem, amando tudo o que o outro representa para vocês. Amem e considerem-se os seres mais afortunados do planeta, porque apenas amando valerá a pena continuar.

Quando voltar a amar, quero que seja muito, tudo e demais.  Quando voltar a amar, se for a ti, não me refreies, usa e abusa de TUDO o que reservei para ti!Amar demais!

Quero saber tudo!

dezembro 17, 2016 0 Comments


Todas as relações têm estágios e patamares que terão que ser atingidos. Todas as relações passam por momentos de mais questões por resolver e de lugares que assustam só de os pensar. Há muito que não precisava de me esforçar para estar onde me desejassem. Há muito que não tinha que dizer e ser o que esperam de mim. Era uma posição de conforto, de escusa perante o viver em pleno, mas agora vai ter que mudar.  Se eu quiser avançar. Se eu continuar a querer ser cuidada, vou ter que cuidar da mesma forma.


Tantos medos para libertar, afugentar, tantos "ses", que me tolhem os movimentos, e assim acabo a recusar-me a mim mesma a possibilidade de ser feliz e de permitir que me amem da única forma que concebo, MUITO!

Quero saber ao que sabe o amor do homem que me ame, a mim, por mim e comigo toda. Quero tudo agora, muito do muito que ainda vai vir. Quero parar de pensar no quando e apenas pensar no como. Quero que me queiram sem esforço e sem terem que se manobrar demasiado para que eu tenha o lugar que me pertence. Quero acreditar no para sempre. Quero olhar, ver e saber que fui olhada no mesmo momento. Quero que seja simples, tranquilo e natural. Quero conseguir acreditar em tudo o que me diga e prometa. Quero ser a escolha segura e não a opção envolta numa necessidade de amor imediato. Quero que comece quando for certo e que nunca se vislumbre o terminar. Quero poder ser louca e destemida. Quero que entenda os meus medos e vergonhas sem julgar. Quero que me ensine a ser melhor e a fazer-lhe o melhor. Quero ser a mulher que sonhou e que a realidade lhe ofereceu.

Quando uma mulher acredita num homem e o ama para além de tudo o resto, a vida e os sabores do mundo mudam e encaixam-se. Quando uma mulher como eu ama um homem, ele nunca poderá ter como duvidar...

Aqui vai a minha carta!

dezembro 17, 2016 0 Comments
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Não me lembro de ter escrito cartas ao Pai Natal quando era pequena. Nem sequer sei se tive sempre o que pedi, mas certamente que não era tão exigente quanto me tornei. Mas já que estamos na época de boa vontade, seja lá o que isso significar, vou-me armar em crente e escrever a minha!


Querido Pai Natal,

Este ano não te livras de mim. Há muito que achava que não existias, mas ultimamente tenho visto tanta coisa a acontecer para o lado de quem NUNCA nada fez para ser, que só podem estar a recorrer a alguém parecido com o que deverias representar. Se é suposto concretizares sonhos, então penso que já terá chegado a minha hora. Sei que nem sempre me porto bem, mas na maioria das vezes sou TÃO certinha que até os pássaros adormecem em pleno voo. Não vou ser exagerada, nem sequer querer que me tragas a lua. Não vou fazer-te correr muito, mas certamente que terás que puxar de alguns coelhos da cartola, porque o que quero não parece existir por estas bandas. Não vou exigir-te demasiada pressa na concretização do único pedido que me lembro de te ter feito, mas se não te importas acelera as renas, porque começo a temer ter que me mudar para a Lapónia.

Espero que tenhas algumas listas de recurso. Espero que te tenham sobrado homens de alma grande, daqueles que não se deixaram amargar e que continuam a acreditar que para terem deverão dar. Espero, sobretudo de ti que tanto conheces do mundo, que tenhas guardado um que saiba como olhar para cada uma das rugas que a minha sabedoria aumentou, como sendo um sinal de que já não pretendo brincar, fazer experiências ou sequer usar. Espero que não tenhas que pensar muito e que acredites, tal como ainda o vou fazendo, que o melhor fica sempre para o fim. Espero que não aches, também tu, que sou demasiado para ter quem me baste e saiba como ficar. Espero que sintas, através da minha carta, que não é com desespero que te escrevo, mas apenas com a vontade de que pelo menos consigas entender o que espero conseguir ainda nesta vida. Espero que me conheças realmente para que não tenha que descrever, com demasiado rigor, quem se encaixaria em mim, no que sou e preciso para ser ainda mais. Espero que abras uma excepção porque já há muito deixei de ser menina, mas a mulher também precisa, nos momentos mais frágeis, de quem saiba que ela continua a ser a mesma, apenas num corpo diferente e numa alma engrandecida.

Obrigada desde já pelo teu tempo. Vou ficar à espera de que pelo menos tu me respondas e transformes o meu Natal no primeiro de muitos que terei quando receber quem preciso.

Bom trabalho,
Sue Amado