Estamos ambos bem! Aparentemente, mas ainda não nos conseguimos tirar da cabeça, nem eu a ti, nem tu a mim!
No nosso passado tu eras quem me deixava mais completa, a não precisar de mais nada nem ninguém, a ter o que o céu me desse. Sol, estrelas e todas as cores com as quais respirava de cada vez que te sonhava e via.
Estamos bem, dizemo-lo para nos ajudarmos e para que doa um pouco menos, como se a dor se pudesse medir, arrancar, ou deixar adormecer. Estamos bem, mas o que nos resta é ir olhando, um pelo outro, agora de longe, mas cuidando de corações que doem, tanto, que em dias mais frios e de cores mais cinzentas, parecem quase rebentar e espalhar toda a nossa dor pelo resto do mundo.
Não quero parecer perdida, nem perder-me de ti. Quero poder manter tudo o que já tive e foi tanto. Quero que me guardes no teu olhar e que consigas sorrir quando me voltares a ver. Talvez já esteja de mãos enlaçadas a um outro amor. Talvez já tenha continuado com a minha vida, mas mantendo-te dentro daquela que não tenho forma de arrancar.
Estamos ambos bem, vamos ficar, espero eu. Tudo o resto vai continuar como antes de nós, como durante tanto do amor que fizemos, dos corpos que tivemos e das palavras que jorrámos, incansáveis, um no outro. Hoje, amanhã, a vida não cessará de correr e eu e tu ficaremos bem!
Porquê? E porque não? São as perguntas que teremos que fazer a cada dia, sabendo que as respostas poderão sempre mudar tudo, em nós e nos outros!
Estou num processo de cura interior, porque quero libertar-me dos erros dos outros, daqueles que cometeram sobre mim, e dos que eu cometi por não os ver. Não sabendo quem eram. cada um dos que se cruzaram comigo, tive que aprender a perdoar incapacidades e a aceitar que também eu não poderia dominar tudo. Também eu estaria num processo de aprendizagem e que se agora o sei, foi porque que cresci e porque me aprendi a conhecer.
Porque foi que o teu suposto amor não me bastou?
Porque não conseguiste manter-me eu mesma, deixando-me livre, a amadurecer e a conseguir amar-te à medida que subia, que crescia e me fazia tua mulher?
Porque falhaste em olhar para mim vendo-me?
Porque esperei eu tanto tempo e porque não me demovi, mesmo quando me viraste as costas?
Deixei de te usar como desculpa. Porquê? Porque a cura é mais célere e menos amarga se for conduzida apenas por mim. Deixei de procurar as respostas que não me deste e que tanto pareciam fazer-me falta, mas na verdade não fazem. Porque não? Porque falta sinto apenas de ti e do que conseguiste dar-me quando te deste sem reservas. Do resto, do que te sobrou e me estendeste como uma esmola, não quis querer mais!
A revista Blogazine de Fevereiro está, como sempre, fabulosa. Fico à vossa espera para se deliciarem com os artigos dos nossos bloggers. O meu está disponível na secção Variedades.
Medo é permitirmos que alguém nos ensombre a existência. Medo é termos quem ande, sorrateiramente, atrás de nós e dos nossos passos, tentando assim demover-nos de prosseguirmos com a nossa vida. Medo é termos que olhar, constantemente, para trás de nós, receando até os nossos reflexos. Medo é deixarmos de ser nós, assumindo uma identidade que não nos identifica.
Os meus medos estão a cada dia mais pequenos e encolhem-se à medida que me agiganto. Desde o momento em que decidi que quem me define sou eu, que se acabaram os medos, as explicações e as mudanças de rotina. Acreditem que já fui intransigente e que repetia, até à exaustão, que não me faltaria mais nada do que estar a ceder perante alguém que não me sustentasse. Já não sou tão radical. Já não bato os pés só para provar que mando na minha vida, porque quem entrar nela, certamente saberá da forma como a conduzo.
Sou eu ao leme do MEU barco, mas já não há nisso qualquer novidade, porque sempre fui, no entanto ter quem me segure, abrace e olhe, vendo-me mesmo, seria um bálsamo. Mas parece que medo também é ter uma mulher como eu, não porque seja algo der extraordinário, digo eu, mas porque acordo e adormeço a saber o que preciso para continuar por aqui.
Sabem o que é ter medo para mim? É não conseguir preencher o coração de quem tenha arrebatado o meu, isso sim é doloroso e assustador!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.