Feel Me

Feelme/Por vezes não sabemos os limites!Tema:Relações!

Quando é que conseguimos, mesmo, avaliar o nosso comportamento?

Não sei quem é que vos serve de barómetro, de cada vez que abordam alguém ou algum assunto, porque nem sempre temos consciência do que dizemos aos outros e o impacto que vai tendo na forma como assimilam o que ouvem. Não sei até que ponto pensamos nos outros quando "cuspimos" as palavras que para nós até poderão ser comuns e naturais.

Por vezes, se não na maioria das vezes, o menos é muito mais!

Dizer menos, mostrar menos e pensar ainda menos sobre o que pensam, pode facilitar as relações, não as manchando com o demasiado. Demasiado entusiasmo. Demasiado empenho. Demasiado orgulho. Demasiado pensamento.

Certamente que já foram chamados à atenção por coisas que vos soaram a quase nada, mas que assim mesmo magoaram e incomodaram. Nem sempre estamos atentos. Nem sempre olhamos com atenção e nem sempre nos colocamos na devida distância, a que nos evitaria "arrancar" umas quantas mágoas.

Cada vez que nos voltamos para a nossa concha e ficamos lá, a vida passa sem darmos conta e talvez por isso deixemos de ver, mesmo que olhando. Eu incluo-me neste grupo e reconheço que por vezes tendo a esquecer-me das regras de comunicação, aquela em que deveria ouvir, atenta e pacientemente, até os maiores disparates. Juro que tento refrear-me, mas a idade combinada com a decrescente capacidade de encaixe, transforma-me num ser que ameaça afastar tudo e todos.

Por vezes não sabemos os limties e quando os percebemos já vamos tarde!

Olá meu querido,

Como estás homem da minha vida? Onde andas desde que deixaste de andar por perto e comigo? Como passas agora os dias e o que pensas enquanto eu penso em ti? Será que te lembras de tudo o que já tivemos e fomos, ou apenas te deixas ir para não teres que te impedir de vir?

Prometi que não te pediria para ficares, mas menti, porque o fiz, mentalmente, sem palavras que fossem até a ti, mas com todas as que conheço para não me desesperar. Prometi-me ser forte e fui realmente, mesmo quando achei que rebentaria de desespero e não seria capaz de parar as lágrimas que não paravam de correr. Prometi não perguntar pelas razões, mas acabei consumida por cada uma das respostas que inventei para ter como acordar a cada dia sem enlouquecer.

Para ti de quem ainda preciso para ser eu, deixo aqui o que não fui capaz de deixar antes, talvez porque respeitar-te faz com que me respeite ainda mais. Para ti a quem amo como no primeiro dia, largo mais uns quantos pedaços meus, para que possa limpar-me do que ainda não saiu, e quem sabe não estás pronto, agora, para os receberes. Para ti sem qualquer cobrança, sopro uns quantos sons sem mágoas, nem dores, apenas MUITA saudade, porque tenho saudades até de poder deixar de ter saudades de ti.

Esta certamente não será a última carta, isso posso já prometer, porque ainda vou deixar mais um pouco do muito que tivemos para quando conseguires perceber quem perdeste. Por isso, para ti de quem ainda preciso para ser eu, deixo-me toda envolta neste sentimento que não parece querer diminuir.

Um beijo doce da que já foi a mulher da tua vida,

Lou

Feelme/O que espera a manhã de nós os dois?Tema:Sentimentos!

O que espera a manhã de nós os dois? Ela começa por nós e espera sempre que nos saibamos amar como se tivéssemos voltado ao início, recomeçando, dia após dia, manhã após manhã, a sentir o que nos mantém juntos. É na manhã e em cada uma, que nos revemos, após uma noite bem sonhada, muito amor feito, ou apenas envoltos naquele abraço que nos limpa de qualquer mal do mundo. É em cada manhã que reforçamos cada uma das palavras que não nos inibimos de dizer. É logo pela manhã que te olho, fundo e com todo o desejo que me provocas e digo que te amo. É pela manhã que me devolves o amo-te sentido e real, aquele que antecipa todas os outros que ainda ouvirei ao longo do dia.

Já te ensinei a agradecer tudo o que és e tens. Agora é o que fazes logo que me fazes, outra vez, a mulher mais feliz que conheço. Já consigo que acordes de sorriso aberto, sem esperares demasiado do dia que eu planeei carinhosamente para ti. Já sei que queres sempre mais, porque assim o mostras mal me tocas. Temos sempre tempo para o amor que alimentamos, porque a "fome" de nós deve ser entendida e cuidada. Já me dizes o que queres de mim, sem qualquer receio que me assuste, mas na verdade apenas me assustaria se te perdesse.

 O que espera a manhã de nós os dois? Que continuemos a ser assim, dois. Duas pessoas que se aceitaram lá atrás, há muito tempo, antes mesmo de o terem posto em palavras. De manhã, em todas as que já tivemos a felicidade de viver, renovamos a vontade de nunca nos perdermos para um mundo demasiado pequeno para nos entender. A manhã sabe bem o que espero de ti e tu percebes exactamente o que tens que perceber para que cada uma vá chegando, sempre depois de tudo o que conseguimos fazer para permanecermos juntos, mais uma manhã!

Feelme/Estamos definitivamente fechados aos outros!Tema:Relações!

A análise nua e crua da coisa é esta, quem tem parceiro, tem, quem não tem dificilmente arranja. Estamos definitivamente fechados aos outros, Deixámos de acreditar nas relações e alguns de nós sofreram já tanto, que muito dificilmente se voltarão a deixar envolver. Abençoados os que conseguem deixar o coração do lado de lá, sem nunca olharem para o outro como uma pessoa, mas apenas como um meio para atingir um fim. O fim da história é que não é bonito, porque o que conta agora é usar e depois descartar, rapidamente antes que faça mossa.

Não sei se rio se choro, mas é claro que passei a entender melhor os que se vão mantendo em relações desgastadas e mortas, preferem o mal que conhecem, do que um desconhecido cruel e implacável. O medo de nunca mais voltar a sentir o que o início lhes permitiu, mesmo que tivesse terminado, afasta-os de qualquer loucura momentânea.

Já ninguém parece precisar de ninguém. Talvez por isso os T1 estejam a fazer tanto sucesso na Alemanha. Estamos a caminhar, a passos largos para não relações e espaços nos quais mais ninguém caiba. Visto pela perspectiva financeira é aliciante, porque menos com menos vai dar muito mais. Mais dinheiro sobra. Mais tempo para termos tempo. Mais cuidados físicos, idas ao ginásio às 11 da noite, ou correr à meia-noite (quem é que isto me lembra?) Mais horas ao telefone e a responder comentários sem qualquer conteúdo no facebook. Enfim, mais do que tanto quisemos, sobretudo nós as mulheres. Mas será que o quisemos mesmo assim? Eu estou fora. Eu não quero acabar sozinha. Eu não pretendo ficar a falar comigo mesma, o resto da minha vida, só para poder ter o comando da televisão, porque já quase que nem a ligo.

Estamos definitivamente fechados aos outros, e não estou a conseguir ver a luzinha ao fundo do túnel, mas quem sabe não virão por aí novos modelitos...