A sensualidade ou se tem e nasce connosco, ou não se tem de todo. Ela está em cada movimento, na forma como movemos as mãos, afastamos os cabelos ou olhamos para quem nos olha. A sensualidade pode ser uma droga, algo a que nos apegamos para que se prolongue um estado de vida que pulsa de modo peculiar, porque uma mulher sensual move-se de forma muito diferente, fala usando o tom certo, tem nos lábios um sal muito próprio, na dose que não amarga, conferindo uma sensação única que se mistura com o doce da sua língua e que aplica em todos os beijos, deixando muitas outras bocas a quererem sorver mais e mais.
Uma mulher sensual tem uma voz inconfundível, um olhar sereno mas tão atento que olhá-la sem que a vejam se torna impossível. A sensualidade está em nós, mesmo que não o pensemos sempre, mas que sentiremos sempre que nos tocarmos, de cada vez que ligarmos os nossos próprios botões, os mesmos que despoletarão sensações a que ninguém ficará indiferente. A sensualidade está em tudo o que se faz e diz. Está na forma de ver o mundo, no amor que se faz, tão intenso tão próprio e tão certo.
Ser uma mulher sensual pode até funcionar como um castigo, uma forma de nunca passar despercebida, tendo em cada movimento algo muito próprio, como acontece na escolha de cada música que se dança movimentando as ancas para fazer um amor diferente, porque dançar torna-se uma forma de expressão, de libertação e aguenta ver quem consegue.
Acredito que depois de tudo isto, entender como é uma mulher sensual se tornará mais fácil, mas porque o sei eu afinal? Bem...
É um facto que o que eu precisava mesmo era de te arrumar. Já nos conhecemos há demasiado tempo. Já somos muito mais agora, porque fomos sempre os dois por todas as vidas por onde passámos. Não houve lugar que eu conhecesse no qual não estivesses. Não existiu sabor que não tivesse provado contigo ou por ti. Nunca tive outra alma na minha que não fosse a tua e é por isso que não cabe mais ninguém.
Estou a acusar cansaço. Estou esgotada de andar atrás de ti, trazendo-te sempre de volta, porque o teu papel é fugir-me e o meu é encontrar-te para que nos encontremos. Ando tão cansada de te carregar que o que precisava era de te arrumar.
Para onde irias se não te procurasse? Quem serias se não o fosses comigo? Quem estaria na tua vida se tivesse a coragem de te deixar tocar outra pele e beijar lábios de sabor diferente?
Quero continuar a acreditar que és feliz e que te passo o que deverás experimentar, vida após vida. Não sei quem me incumbiu de ti, mas ao fazê-lo impediu-me de ser outra que não esta, sempre esta até que me esgote e já não regresse mais. Amar-te sabe-me a regresso a casa. Sei sempre quem és, em todas os corpos, olhares e mãos, essas são sempre as mesmas e quando me tocam, ligamo-nos. Pareces nunca te lembrar de mim, mas olhas-me estarrecido a cada primeira vez, sentindo o que não explicas e não te posso revelar. És a metade que me impediria de viver se não a pudesse encaixar. Tens o que me falta, por muitas dimensões que visite. Estás em mim para ficar e mesmo que ache que precisava de te arrumar, não posso, nem vou, o meu cansaço não é maior que o amor que te terei, hoje e até que te volte a ter.
Sabes do que precisava mesmo? De não precisar tanto de ti!
Por vezes vencem-nos e nem todos os dias serão de certezas, também cedemos à imensidão que é este mundo e a todos quantos fazem parte dele. Não significa que se desista, ou que se deixe de acreditar, mas a verdade é que por vezes, e por muito que nos esforcemos, os resultados nunca serão os esperados e o TUDO será tão pequeno quanto o NADA.
Por vezes vencem-nos e em dias como o de hoje alguns de nós acabam tão frágeis e incrédulos, que nem o sol radioso e o calor que convida ao mar nos renova. Nem os que nos preenchem o coração e se mantêm perto, conseguem elevar-nos o espírito. Não conseguimos ser sempre fortes, porque lutamos na maioria das vezes, contra inimigos invisíveis, daqueles que parecem estar à espera na esquina da nossa fragilidade, para nos ferrarem e provocarem mossa emocional, a mesma que mais tarde nos cobrará a forma como reagimos, a rapidez e a convicção.
Por vezes vencem-nos, mas eu mantenho-me a acreditar em mim, aprendi a fazê-lo quando percebi que me estava entregue e que era responsável por cada decisão que tomasse ou deixasse de tomar. Porvezes vencem-nos e nenhuma rede de segurança nos será colocada para uma eventual queda. Por vezes vencem-nos quando conseguem que duvidemos das escolhas e questionemos se por outro caminho não seria mais fácil. Talvez até fosse, mas não seria tão enriquecedor, nem chegaríamos tão longe que acabássemos por usufruir da viagem, com paragens e tudo.
Para que saiba bem e para que tenhamos vontade de superar o que se apresentar, cada recusa e os "não" que levaremos, mas que se diluirão quando tivermos quem nos preencha o órgão mais importante, então teremos que nos manter no caminho do amor.
Se me perguntares se é assim que te amo, a resposta será SIM. Claro que sim, não o entendo, mas a verdade é que me importo cada vez menos com a explicação. Certamente que te comecei a amar porque precisava, porque tinha chegado a altura e porque através de ti iria perceber que é assim que me quero sentir. Preciso de mudar o meu foco para estar aí, no lugar onde estarás "tu", não
quem ainda amo, mas lá mais para a frente quem amarei mesmo, sem olhar por cima do ombro, sabendo que não precisarei de mais nada a não ser de me dar e de dizer o que até me sai com naturalidade.
Esperei tanto tempo para estar aqui, que nada me fará recuar, não agora que já sei o que procuro realmente. Não sou derrotista, não desato a acusar o mundo dos meus fracassos, e não considero, em momento algum, que os homens são todos iguais, que fazem e dizem as mesmas coisas, até porque eu mesma já senti que não é verdade. Já deixei uns quantos corações destroçados, talvez esteja agora a receber o que dei, mas se não amava com a entrega que sei sentir, nunca poderia dizer o SIM que estava pronta para te soprar de todas as vezes que me perguntasses.
Para que saiba bem, o amor terá que vir dos dois lados. Os corpos deverão saber-se ajeitar, sem esforço, as bocas terão que se encontrar, mesmo sem palavras, tocando-se e mantendo-se o tempo que o tempo deixar, sugando a energia e o ar que o outro nos fornecerá para que possamos continuar. Para que saiba bem, terás que estar aqui comigo, a tocar-me como fazias antes, a apertares-me com os teus abraços, permitindo por alguns segundos, que me protejas, que me afastes as dores e que ames como dizes sentir.
Para que soubesse bem, agora, teria eu que acreditar e isso já não sei como fazer...
Não vou ficar à espera que sejas e tenhas tudo. Não vou pedir-te mais do que possas dar, porque nem eu sou para além do tudo que te faz falta. Não quero que o teu cheiro seja mais forte do que o meu, porque preciso que se misture de forma perfeita e me permita recordar-te quando não estiveres.
Depois de todo este tempo já deveríamos saber, ambos, de que forma teremos que nos conduzir. Depois te tanto amor feito, com cada um dos desejos que guardámos para que fosse usado em tempo e com tempo, já não precisamos de instruções, apenas de vontade. Depois de sentir, em cada pedaço de corpo que te percorre, sinto-me ainda mais para ti.
Não tens que ter tudo. Não vou pedir que a perfeição te envolva porque apenas me tornaria mais imperfeita. Não tens que ter tudo, mas vais precisar de continuar a incluir-me e a querer-me com tudo o que sabes ter. Não tens que ter tudo, não para já, eu espero o tempo que for preciso para já não precisar de esperar nem mais um segundo...
Não importa onde estamos ou vamos, a outra parte de nós acompanha-nos. Não temos que saber sempre um do outro, porque continuamos a saber quem é a pessoa que amámos, sem qualquer esforço, mas com MUITA pressa.
Sabes o que penso de ti, enquanto não consigo parar de pensar em ti?
Que apenas tu te encaixas em mim e que apenas tu continuas a desafiar-me. Por ti e contigo na mente, o meu coração vai-me dizendo o que fazer. Tu sabes que não tens que ter tudo, eu tratarei de completar o que faltar, comigo!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.