27.8.18

Quando te afastas da emoção...

agosto 27, 2018 0 Comments
EM


O que é que te chega quando te afastas da emoção? O que pediste, certinho e direitinho, sobretudo discernimento, uma visão mais ampla e menos estupidez natural. Assim mesmo, curto e grosso.

Somos, obviamente, seres pensantes e envoltos em emoções e para falar a verdade estamos a cada dia menos preocupados com os outros, mas usamos toda a emoção que nos sobra da pior forma, pensando o impensável e vendo o que não existe.

Quando te afastas o bastante da emoção e permites que a razão venha contrabalançar os pratos, antecipas o que deve ser dito e feito, sem dramas desnecessários. Falas quando é suposto fazeres-te ouvir e calas-te quando mais nada deve ser dito. Foges do que não te serve e magoa, ou aguentas de forma estóica cada revés, sabendo que o resultado final beneficiará todos os envolvidos. 

Não deixes que tudo se quebre, de forma irreversível. Decide de forma determinada e impõe o que apenas fará sentido se carregar o sabor certo. Não adies. Não olhes para o lado. Não sorrias se sentes vontade de chorar e não carregues mais do que o teu corpo permite. Não queiras ser para lá de humana, porque arriscas desumanizar-te para sempre.

Quando te afastas da emoção e acertas cada ponteiro, as horas passam a passar sem percalços de maior, sendo apenas um dos meios de ditar o tempo, porque o que importa em cada uma terá que ser determinado por ti!

26.8.18

Não controlo nada, nem mesmo os sonhos...

agosto 26, 2018 0 Comments
il-vaso-di-pandora-blog: “ Il corpo, incendio vivo che brucerà il tuo corpo. Di sete. Sete infinita. Sete che cerca la tua sete. E in essa si distrugge come l’acqua nel fuoco. Pablo Neruda ”


É assim que te sonho de todas as vezes que o faço, sem que tenha qualquer controlo, como nunca tive quando passei a querer-te como apenas eu pareço entender!

Vinhas a andar, na mesma rua onde te encontrei a primeira vez, de olhar distraído, mas de porte seguro, com um sorriso misterioso nos lábios que já beijei tantas vezes e senti o meu corpo estremecer. Acho que ensaiei, ou tentei, umas quantas frases de conveniência, mas não me saía nada coerente, e certamente que perceberias o quanto ainda mexes comigo, por isso desisti, e fiquei imóvel, quase encolhida no carro, com receio que me visses, mas ansiosa para que chegasses e pudesse ouvir a tua voz, sentir o teu beijo a pousar na minha face, inalando o teu cheiro e armazenando-o nem sei por quanto tempo mais.

Alguém te aborda e absorvo cada gesto. A forma como gesticulas com as mãos que já me abraçaram, que me apertavam forte e me faziam gemer de uma dor envolta em tanto prazer, que a minha corrente se espalhava para cada pedaço de um corpo que já foi teu, que se misturava tão bem em ti e que precisa que o voltes a tocar. Era isso que te iria pedir, se fosse suficientemente corajosa, se parasse de me importar com o que pensarias, se ao menos me deixasse ir e arriscasse ter-te uma vez mais.

Aceitas a boleia que te oferecem e entras no carro que te leva para bem longe de mim. Fico a olhar o vazio, acho que nem pestanejo. Tive vontade de vos seguir, de viver o reencontro como o venho sonhando, mas fiquei sem reacção. Encosto-me pesada no banco, sinto os olhos molhados e a face quente com a torrente de lágrimas que escorrem de bem dentro de mim. Está a ser um pouco mais do que imaginei, está a ser duro perceber que ainda continuas tão vivo e que não me serás indiferente ainda por muito tempo. Não te ultrapassei, ainda te amo da mesma forma e continuo a querer que me queiras, um pedaço que seja.

O sonho vai terminando por aqui e eu acordo da mesma forma, desgastada e contigo em todas as células. No sonho és bem mais real do que foste na minha realidade, porque é lá que te encontro todas as noites. É lá que recordo as tuas formas e a forma como olhavas para mim. Não sei como será nos meu futuro, mas antevejo algo muito parecido e fico à espera que o sono se sobreponha ao sonho que se recusa a deixar-me, da mesma forma que me recuso a ficar sem ti.

25.8.18

Estás pronta para deixar ir?

agosto 25, 2018 0 Comments

Doutzen Kroes in “Easy Like Sunday Morning” for WSJ Magazine, March 2015  Photographed by: Josh Olins

O que te chegou veio com um propósito e acabaste por o entender, mesmo depois do ferro em brasa que te marcou a alma, porque a verdade é que ainda continuas por aqui, viva, mais destemida e ainda mais pronta! 

Estás pronta para deixar ir a parte de ti que se adiantou na viagem e encontrou o que nunca existiu? Já te sentes capaz de te perdoares, percebendo que por vezes a tua aparente força será a tua maior fraqueza? Consegues olhar para tudo com o distanciamento que te deixará livre? Estás pronta para deixar ir a dor e usufruir da limpeza interior que te deixou assim, como te vejo agora, mais bonita, mais em paz e mais disponível para o que terá que voltar? Estás pronta para aceitares que já o estás, há algum tempo e por isso mudaste, mudando-te?

Quando te perdes, mesmo que por breves momentos, vais ter que ser recordada do que é importante e é aí que te são enviados mensageiros, seres que te engrandecem e melhoram se estiveres atenta. Se te deres o tempo que tudo precisa para crescer e voltar a nascer, vais encontrar sentido até no que te pareceu mais pequeno, mas percebendo que só poderia ter sido assim. 

Estás pronta para deixar o que te segurou tempo a mais e finalmente voltar a voar? Já sei a resposta, porque tenho olhado com atenção para cada pequena mudança e agora, após o que me pareceu demasiado tempo, já voltaste a ser quem sempre reconheci!

24.8.18

Sei como me fazes sentir!

agosto 24, 2018 0 Comments


Sei como me fazes sentir. Tenho, em mim, todas as emoções que apenas tu consegues passar. Encontro, ainda e depois do primeiro dia em que te tive, as razões que seguram o meu coração, mesmo que a razão me persiga e force a decidir. Sei que preciso de manter as dúvidas, porque são elas que me mantêm viva e a esperar pelo que só pode chegar, na tua forma ou num formato muito próprio. Sei como me fazes sentir e é assim que quero continuar!

Dizem-me que te devo dizer tudo, mas o que não sabem é que já sei o que disse a mais ou nunca deveria ter dito. Opinam, tentam, sobre o que fizemos e fomos ambos, mas mesmo que me sinta por vezes bem mais tonta do que pareço, sei bem o que tive. Sei bem o que ouvi e senti. Sei quem foste e sei que ainda não me superaste. Dizem-me que te devo esquecer, mas esquecem-se de quem sou, do poder que coloco no que amo, porque amar é o que posso fazer, apenas eu, ao meu ritmo e sem que me meçam ou pesem. Sopram-me e gritam, tentando que não me perca, mas há muito que perdi a parte que te pertenceu e essa já ninguém terá forma de recuperar.

Sei ao que sabias, mas agora, de mansinho, estou a perder o que demorou a chegar e que se implantou no que nem julgava possuir. Sei como me fazias sentir mesmo antes de te saber, porque esperei uma vida inteira pela vida que me prometeste. Sei porque te aceitei e o que sonhei de ti, mesmo que não conseguisse que sonhássemos juntos. Sei o que deixei por fazer para que não te faltasse e tudo o que consegui que fosse feito, para que não me faltasses, mas ainda assim não adiantou. Sei como me fazias sentir e é por isso que aqui, neste lugar que tem um tempo onde apenas eu estou, continuas a estar, mesmo que longe. Sei o sabor da dor que já me moeu corpo e alma, mas que serve para que não te arranque, porque o escolhi assim e porque ainda não te superei.

Sei como me fazes sentir, ainda e é apenas isso que me segura!


Tens pressa do quê?

agosto 24, 2018 0 Comments
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O que é que não pode esperar? Do que tens pressa afinal e o que te faz correr?

A pressa é sinónimo da tua incapacidade de maturar, significa que não estás pronta para os passos que têm que ser percorridos e não saltados. A pressa é inimiga da perfeição e da sanidade mental, porque te deixa a querer demasiado o que até já é teu, apenas ainda não te foi entregue. A pressa impede-te de saborear o que leva mais tempo e de ver o que é mais pequeno, mas igualmente importante. A pressa é basicamente o medo que sentes de ter que esperar demasiado tempo, mas que nunca será demasiado, apenas o necessário.

Tens pressa do quê afinal, será que sabes? E quando o dizes em voz alta, ao que é que te soa?

Tens que perceber que a vida são tempos e momentos que precisam de se encontrar. A vida é saberes ao que sabe o que antecipaste, mas apenas quando o saboreares. A vida é teres o que escolher, entre tantas escolhas já feitas e outras que te poderão mudar. A vida é o veículo inevitável para tudo o que deves aprender, até que possas finalmente parar de esperar. Mas por agora espera, o mais tranquilamente que conseguires, porque vai decididamente valera  pena!

23.8.18

Estar feliz!

agosto 23, 2018 0 Comments


Estar feliz! Nada mais natural e conveniente para que possamos concretizar tudo o que nos propomos. A nossa visão fica menos turva, sabemos como fazer e até onde ir, porque a vitamina da felicidade se propaga a uma enorme velocidade e se estivermos de bem com tudo e todos, conseguimos tocar até o céu!

Quem é que não o experimentou já? Quem nunca esteve naquele estágio de euforia contagiante que nos fazia ver para além do nosso pequeno mundo?

Nós sabemos, claro, e também o queremos, mas nem sempre chegamos para ficar, nem sempre mantemos o que nos mantém felizes e acabamos a descer ao planeta terra, com todas as quedas eminentes, pedras e buracos, restando-nos apenas ir andando e tentando sobreviver.

Estar feliz já é bem mais do que um desejo, é uma necessidade, é a bóia que nos enviam quando ameaçávamos afundar, é o lugar de onde não deveríamos ter que voltar, mas é um desafio que supera em muito a nossa capacidade de reagir, de entender e de agarrar com ambas as mãos o que afortunadamente recebemos. Eu sei do que é feita a minha felicidade, e quem contribui para que a tenha, até aí já cheguei, mas depois de mim existem os outros, e sobre eles não tenho o mesmo poder, por isso adapto-me, trabalho mais, esforço-me o dobro e aceito o que não consigo mudar, caramba, mas era tão simples...

Quem são estas novas pessoas!

agosto 23, 2018 0 Comments
Pinterest - Grace Carroll


A janela pela qual vou olhando para este "maravilhoso" mundo novo, está mais ampla e colorida, talvez porque eu esteja mais atenta e livre para entender o que corre e de que forma, ou porque simplesmente consigo o devido e confortável distanciamento!

As pessoas estão diferentes, irreconhecíveis até, parecem ter uma carapaça e um sorriso que não combina. Vivem à pressa, para tudo o que não as completa, mas atrasam-se no essencial, deixando penduradas quem um dia ainda as poderá valer. Não lhes encontro forma nem formato familiar. Já não sei o que as move e é tão pouco o que as demove de mais, e ainda assim de melhor. Querem o que querem e só questionam o que lhes dá trabalho. Procuram o exterior nos outros de forma demasiado urgente e quando têm que lidar com o interior, cansam-se e desistem rapidamente. Não sei quem são estas "novas" pessoas, tal como não sei o que esperam receber um dia.

Por vezes pareço estar a ver um filme de quinta categoria, mas como até me vão fazendo rir, não desligo e assisto para tentar perceber se o final será diferente. Pasmo-me sempre e de cada vez que tento, porque tudo é igual, é sempre mais do mesmo.

Quem são estas novas pessoas? Será que se revelaram, ou mudaram realmente, para pior?

Até que podia ir-me mantendo aqui, a ver de camarote, o problema é que elas fazem parte dum todo e irão inevitavelmente cruzar-se comigo ou com os meus, por isso vou continuar a tentar perceber quem são, encontrando, quiçá, uma explicação para o que agora não explico.

Estas novas pessoas estão literalmente a pôr-se a jeito, não das críticas, porque não lhes parecem fazer mossa, mas do carma, and carma is a bitch!