Estou tranquilamente a viver a minha melhor versão, não porque ainda assim não possa melhorar, porque planeio fazê-lo todos os dias, mas porque a paz e sabedoria que me invadem multiplicam as minhas certezas. Nada melhor do que saber exactamente quem sou e até onde posso ir para o continuar a ser. Nenhuma sensação iguala a naturalidade em cada pensamento; o acordar sabendo quem era antes de adormecer; as dúvidas que se esfumam, uma a uma, por entender que quem entrou era esperado e quem partiu teria que o fazer; as respostas a cada pergunta e não apenas feitas por mim; os olhares que me devoto, porque agora vejo-me com muito mais atenção.
Sou eu de uma outra forma quando caminho, pelos mesmos lugares, conjugando corpo e espírito, mas sabendo que o que vier depois do hoje, já era há muito esperado. Sou eu quieta e inquieta, numa vontade de usar o tempo que parece sobrar, mas sorrindo interiormente ao que me pertence. Sou eu como sempre me senti, enquanto pouco me sobrava para pensar em quem me estava a tornar. Sou eu a ser ainda capaz de amar muito, mas a saber que nunca tolerarei um amor pequeno. Sou eu porque de outra forma existiria muito pouco para dar.
Este é apenas mais um estágio e um novo patamar. Este é já o lugar e momento possíveis. Este é o verdadeiro sentido da minha vida.