17.4.21

Onde estiveste a minha vida toda?

abril 17, 2021 0 Comments



Onde estiveste a minha vida toda? Em que esquinas te escondeste e que estradas tão diferentes usaste para que nunca nos tivéssemos cruzado? Que planos fizeste desde que planeaste ter uma mulher na tua vida e será que encontraste a que te serviu?

Não me sabe bem esta sensação de ter perdido tempo e de ter dado demasiadas voltas para finalmente chegar a ti. Dói, duma dor real, saber que o antes nos poderia ter pertencido e oferecido tanto, tudo o que sentimos agora. Deixo que a impotência me invada de cada vez que me imagino a começar tudo contigo, tendo-te nas primeiras experiências e aprendendo o que certamente me saberias ensinar. Sonho mais vezes com o que seríamos e quase que me desligo da realidade que não nos parece bastar, por que na verdade bastaria apenas que nos tivéssemos reconhecido antes e o agora já não poderia ser questionado.

Onde estiveste a minha vida toda, enquanto esperava por um amor sem condições e na qual apenas nos cobraríamos mais amor? Quem te roubou de mim e para que lados olhaste sem nunca me veres? Quantas vezes sorriste às alegrias que viveste e de quem escondeste as lágrimas que teria sabido limpar? Como foi  amor que fizeste e que prazer te passou quem chegou antes de mim? Onde estiveste a minha vida toda e o que poderíamos ter mudado se ao menos soubéssemos que teríamos que nos pertencer?

Não tenho como apagar o que foste enquanto o eras sem mim, por isso escolho lavar-me do que não me pertenceu e tento que o tempo que ainda nos resta cresça o bastante para que nos baste.

16.4.21

De que forma o tempo passa?

abril 16, 2021 0 Comments



O tempo passa e com ele passam muitos dos nossos sonhos, alguns por que se desajustam e outros tantos para que novos possam entrar. O tempo mostra-nos o quanto somos tolos no que diz respeito ao amor, mas fornece-nos ferramentas novas para que o possamos sentir da forma certa e com a pessoa que se encaixa. O tempo dá-nos almas que reconhecem a nossa, mas também nos "impinge" as que não têm NADA a ver com o que somos, desejamos, ou somos capazes de espelhar e levar para outras vidas.

O que estamos dispostos a receber para que o inevitável aconteça? Quem queremos, mesmo, que nos queira, para que o possamos deixar entrar? Para onde nos levamos quando o lugar deixa de ser suficiente e certo?

O tempo deixa-nos com o melhor que temos dentro, roubando-nos o que somos por fora, mas de repente, em menos de nada, apenas vai importar o que usámos para nos mobilarmos, até porque será apenas isso que levaremos connosco. O tempo será tão nosso amigo quanto o soubermos ser connosco e tão duro e impiedoso quanto as mentiras que nos contarmos, achando que eventualmente se esfumarão. O tempo vai passar, aceita-o e reajusta as tuas rotas para que te sirva em pleno.

15.4.21

E quando olho para trás?

abril 15, 2021 0 Comments



Olhando para trás, vendo o que já caminhámos e os lugares que agora pisamos, percebo que o soubemos sempre e que não poderia ter sido de nenhuma outra forma. Fazendo balanços iniciais e continuando pelo que só se poderá manter, entendo por que fazes de mim a mulher que sempre quis ser. 

Sempre soube que o meu cansaço emocional terminaria mal chegasses e não tive forma de me enganar, talvez por que também já estivesses certo. Sempre soube que não existia nada de errado comigo e por isso mesmo nos soubemos ao que saberia o amor que fazemos e nos acertámos para que cresça a cada dia, enquanto e pelo tempo que nos pertencermos.

Olhando para trás entendo por que razão foste capaz de ir buscar a minha alma aos perdidos e achados, achando que teria que ser eu, que apenas faria sentido se fosse eu e dizendo-me a cada hora para que nunca me esqueça. Olhando para trás deixo que a surpresa se esbata e permito que as certezas tomem o lugar do que há muito deveria ter chegado. Olhando para trás, sei que não deveria ter mudado nada e que apenas assim me mudei para te receber.

14.4.21

Roubaste a minha vida...

abril 14, 2021 0 Comments


Já cheguei a achar que tinhas roubado a minha vida e a minha capacidade de voltar a querer que me quisessem. Já senti que nunca mais me sentiria mulher o bastante para que outro me olhasse e me devolvesse o que me tiraste. Já estive tão só e descrente, que até o coração abandonei à sorte, permitindo que o frio se instalasse e perdesse o melhor do que até já tinha à minha volta. Já me senti em mil pedaços, não sentindo nada do que antes fazia de mim a pessoa para quem outras olhavam, acreditando que poderiam ser como me mostrava. 

A verdade é que nunca soubeste nada sobre o amor e acabaste a perder os sons que amaciavam os teus, passando-te o que até conseguiste reconhecer, mas depressa soltaste, largando a única mão que segurou com firmeza a tua. A verdade é que deixei para ti a responsabilidade da nossa felicidade, mesmo percebendo que não estavas pronto para seguir por caminhos sem direções. A verdade é que me mantiveste parada, numa espera que não me sentia capaz de quebrar, mas que terminou assim que o coração voltou a bater.

Já cheguei a querer não voltar a querer mais nada que me trouxesse o que não saberia manter, mas acabei por perceber que nenhum dos males de que padecia eram provocados por mim e mudei de rota. Já cheguei a congelar até os sonhos, mas eles foram voltando, um a um, para me lembrarem de quem sou enquanto sou eu mesma e com eles todos os sorrisos que agora cobrem os meus lábios. Já cheguei a duvidar do que tenho para dar, mas alguém me soprou o que afinal acreditava ser capaz de oferecer e ofereci-me o direito de deixar de ter medo. Já cheguei a abandonar para o vazio o corpo que me reflete, apenas para refletir sobre o desperdício que seria não o trazer de volta e ele voltou, mais forte, mais pronto e muito mais representativo da pessoa que o carrega. Já cheguei ao final de mais uma viagem e por isso fiquei pronta para iniciar a que rasgará a solidão que tive a ousadia de aceitar. Já cheguei ao "meu" lugar e nele estou exatamente como sempre me imaginei a ser.

13.4.21

O dia do beijo!

abril 13, 2021 0 Comments



O dia do beijo carrega, para mim, o simbolismo de todos quantos já me foram dados, e que devolvi, tal como dos muitos que ainda espero vir a receber, por que não desisti do amor!

Não existe nada que nos prepare mais para um eventual relacionamento do que um beijo, que se quer BOM, a ligar-nos TODOS os botões e a passar-nos quem recebemos para que também nos saibamos dar. Não existe maior intimidade e é apenas depois dos beijos que tudo o resto nos chega, ou é inevitavelmente interrompido.

O dia do beijo recorda-me duns quantos que tive, sobretudo quando ainda "gatinhava" pelo caminho do amor e nada sabia sobre o que me esperava, quem chegaria para partir logo de seguida, quem escolheria e quem jamais teria forma de me conquistar. No dia do beijo não fui beijada, mas usei-o para programar os que ainda irei receber, devolvendo-os com tudo o que sou e tenho.

Beijar arruma a vida e desarruma os desejos, ampliando-os. Beijar revela o quem somos e o que podemos oferecer, enquanto nos deixamos tocar pela boca que nos fala com as palavras certas e que se cala para nos devolver a energia que também acaba por sugar. Beijar lembra-nos da razão pela qual temos o privilégio de amar, por que apenas se beija quem nos sabe tocar, na alma que nos acompanha por muitas vidas e no coração que se acende para nos iluminar. Beijar é trocar o que nos pertence pelo que nos é oferecido, é arrojar no medo que se dissipa, apenas para nos transportar. Beijar é ir à lua e voltar, sem nunca o chão deixar de pisar, mas flutuando até que possamos voltar. Beijar é o que ainda não sei descrever, mesmo que depois de tanto beijar, sinta que muitos outros irei receber. 

O dia do beijo não terminará hoje, sei-o por que planeio em muitos outros beijar e ter de quem me souber amar os beijos que levarei para mais tarde deles vos falar. Beijem-se enquanto puderem e pelo tempo que a melhor parte de vós por aqui andar.

12.4.21

Sabes o que te magoa?

abril 12, 2021 0 Comments

Já sei que te magoou quando procuro razões para me zangar e acabo ainda mais zangada comigo. Sei ao que sabem as minhas dúvidas e de que forma reages ao que arrisco perder, como se perder-te já fosse possível. Sinto as dores que nos envolvem a ambos e consigo, por breves segundos, saber ao que saberia deixar de te ter, mas a verdade é que uma vez iniciada a viagem, interrompê-la seria uma burrice demasiado declarada.

Existem dias que bem poderíamos riscar do calendário, passando para um outro imediatamente a seguir, mas o que nos cabe viver por direito não poderá ser arredado do percurso. Existem momentos que nos definem e que nos carregam enquanto carregamos o peso das escolhas feitas ou por fazer. Existem amores que serão tão desejados e merecidos, que ao chegarem mudarão tudo o que antes nos parecia certo.

Já sei que comigo terás tudo em dobro, para o bem e para o mal, por isso mesmo tenho que passar a escolher o que nos inclua a ambos, sem deixar de fora o que importa realmente.

11.4.21

Como é que te divides enquanto mulher?

abril 11, 2021 0 Comments



Como é que te consegues dividir, chegando a todos quantos de ti necessitam, sem que te subtraias demasiado, até quando achas que já multiplicas o tempo por frações que apenas tu possuis?

Tu que és mulher, sobretudo tu, sabes do que falo. Sabes que podes e deves amar, sendo a companheira que qualquer homem deseja, tal como sabes que nunca deixarás de ser a mãe e que nem sempre será fácil conciliar as duas. Por vezes sentes-te a rebentar dum amor que te completa, mas logo de seguida és chamada a cuidar e a vestir a pele da que está sempre onde faz falta e que por isso precisa de refrear os desejos, adiando para depois os sonhos, mas lutando para manter o que os define.

Que nome se dá a quem tem muitas camadas, mas que não pode nem encontra forma de as despir, por que nunca será apenas uma, nunca se levará da mesma maneira a todos e nunca manterá nos lábios as mesmas palavras? Que importância tem quem atribui, de forma justa, toda a importância aos que lhe estão colados no corpo e na alma, permitindo que brilhem sem que os ofusque e que se lamentem quando lhe apetece gritar de felicidade? Até onde vai quem já foi tão longe, para replicar a felicidade que precisa de ver mantida, sabendo que nunca será verdadeiramente feliz de outra forma?

Como é que te vês quando te olhas no espelho? Que mulher reflete em primeiro lugar? Que brilho escondem os olhos, ou que olhar devolve o brilho que sentes dentro? Como é que te vês quando tentas, em vão, ver a única que verdadeiramente existe para além das outras?