10.4.22
9.4.22
O que somos se o formos sozinhos?
De que cor fica o teu céu quando a parte de ti que importa deixa de se importar?
Somos, todos, movidos a sentimentos e acabamos sempre por sentir de forma mais intensa quem nos souber tocar por dentro. Queremos, todos, que as dúvidas nunca se instalem e que as certezas façam acordar o sol mais cedo. Precisamos, todos, que o amor, até o que ainda não se declarou, eventualmente declare que nos reconheceu e que sem nós nenhum esforço valerá a pena e até o respirar será vazio, sem ar. Podemos, todos, viver com mais intensidade o que nos recordará que ainda estamos vivos, transformando a vida de alguém para que se encaixe de forma perfeita no único lugar possível. Merecemos, todos, sentir o que tanto nos prometeram, transformando os sonhos em realidades inevitáveis. Encontramos, todos, num qualquer dia que nasce sem aviso prévio, a pessoa que se acerta com a nossa, não importa por quanto tempo, desde que chegue e nos impeça de partir vazios, porque só valerá a pena andar por aqui se soubermos como andar juntos.
8.4.22
Places to remember!
O tempo que escolhemos viver!
O tempo, o que nos permitimos viver. O tempo, o que sentimos enquanto passa e o que passamos enquanto corre e nos recorda de que não o podemos reter. O tempo, o que somos antes e durante todas as batidas de hora, arrastando-as, ou acelerando para que não nos esqueça, deixando-nos para trás. O tempo, o quanto somos felizes enquanto o usamos a nosso favor e de que forma nos transforma, melhorando-nos ou destruindo o que tanto nos levou a conquistar. O tempo, tão determinado na crueldade, porque ou aprendemos com o que à força nos tenta ensinar, ou acabaremos a levar, para um futuro mais cinzento, o que escolhermos ignorar. O tempo que já não tenho pretensões de controlar, até porque o tenho visto rir-se da minha tentativa. O tempo que o meu tempo é capaz de antecipar, porque sou movida a compassos diferentes e todo o tempo que deixo fugir para que fuja melhor dos seus efeitos. O tempo, hoje, é bem mais disciplinador, permitindo-me a velocidade que me imprimo para pensar menos, segurando o tempo no tempo certo, sem querer mais do que sessenta segundos em cada minuto e não lutando contra os sessenta minutos das horas que não posso parar. O tempo, o meu pior inimigo quando lhe volto as costas e o único que me toca, sereno e compreensivo pelo muito que ainda me falta caminhar. O tempo que me impede de dormir para não te sonhar demasiado e o mesmo que me acorda, interrompendo o que me castigaria bem mais. O tempo, este, agora e tudo o que ainda posso fazer com ele. O tempo que te digo para não desperdiçares, mas que desperdiço pelo tempo que me conseguir enganar.
7.4.22
Porque é que seria diferente?
O que é achaste que poderia ter mudado com a tua mudança? Quem acreditaste poder entender do que já entendes, encaixando-se na vida como a vês e sentes? Por que motivo te permitiste abrir defesas, confiando, quando apenas tu és confiável e sabes do que te cabe saber? Em que tempo ou momento sorriste para que te sorrissem de volta, esperando pelo que na verdade nunca te chegou, mas ainda assim sentindo que terias chegado, ou vislumbrado um lugar?
A casa é um lugar emocional e o meu foi bem mobilado. Tenho em cada divisão o que me preenche coração e alma e é nela que a segurança se instala e de onde nunca foge. O corpo é tão somente um instrumento e mesmo que cuide do meu, faço sempre por reforçar a mente que o comanda, porque é ela que me segura, nos dias mais cinzentos e nos momentos de certezas inevitáveis. O que temos, o que nos calha, como se de um sorteio se tratasse, é o reflexo da história que fomos escrevendo e a minha é escrita por mim, não cedo esse poder a mais ninguém.
Qual seria a posição dos planetas para que te tivesses posicionado de forma mais ligeira, refreando os impulsos que te trouxeram até aqui, ao teu lugar seguro? Quando foi que percebeste que já tinhas percebido para além de ti e olhaste apenas para veres o que na verdade não tinhas visto ainda? Porque achaste poder pousar as armas, aceitando que também terias direito ao descanso do guerreiro?
Alguns de nós, os abençoados ou amaldiçoados pelas muitas vidas que seguramente já vivemos, não se podem dar ao luxo de ser como todos os outros. Os golpes serão sempre mais profundos e as dores ainda mais intensas, simplesmente porque sabemos de tudo e porque o futuro já nos foi antecipado. Alguns de nós, espero sinceramente, que poucos, nunca terão de volta o amor que lhes foi confiado, mas saberão muito bem o que fazer com o que lhes sobra.
6.4.22
Somos muitos lugares!
Se ainda me amas, prova-o!
Se ainda me amas, vais ter que o demonstrar. Se a vida que a minha representa na tua te importa, vais ter que o dizer. Se sentes que não precisas de sentir mais nada, nem ninguém para além de mim, vais ter que o provar.
As coisas mudam, a vida não permanece apenas, move-se e leva-nos aos lugares que importam a cada um. Os sentimentos não se mantêm estáticos e nada do que tivemos nos início se assemelha ao que somos hoje. Os momentos que nos oferecemos são mais serenos, mas contêm toda a intensidade que nos fez esbarrar um no outro. O calor que os nossos corpos passam, chegando da forma certa ao outro e provocando o que mais nenhum parece ter conseguido, é o que ainda nos consegue manter juntos.
Se ainda me amas, mesmo que não saibas quanto nem por quanto tempo, vais ter que me deixar sentir todas as partes que as minhas precisam de saber suas. Se a vida que agora temos a dois for mais completa do que aquela em que ambos nos lambuzámos, sem demasiados cálculos, mas muito conscientes da necessidade de sermos apenas nós, vais ter que abdicar do que já não poderá fazer falta. Se ainda me amas não te demores, porque o tamanho do meu amor nunca servirá para diminuir o que sinto por mim mesma. Se ainda me amas vem, mas faz por ficar.