24.4.22
23.4.22
O teu amor salvou-me de mim!
As tuas previsões revelaram-se certas, mesmo que tenhas errado no essencial, porque tudo o que vivi foi essencialmente por falta do amor que me tinha. Conseguiste ver para lá de tudo em que me foquei e tentaste, uma e outra vez, que mudasse de direção e parasse para repensar o que me magoava bem mais do que melhorava. Lutaste pela minha sanidade mental e tentaste, mentalmente, mas com muito toque, cuidado e até colo, que não caísse tão fundo que salvar-me te forçasse a perderes-te um pouco também. Ouviste-me chorar demasiadas vezes, mas o teu sorriso conciliador nunca te abandonou os lábios que agora usas para me beijares, é que na verdade o teu amor esteve sempre aí, contigo, à espera que o meu se juntasse. Foste a força que acreditava ser minha, quando em cada reinício te prometia que seria o certo. Lambeste todas as feridas autoinfligidas, deixando-te em segundo plano tantas vezes para que brilhasse. Paraste de ser para que me levasses a sentir o calor e o brilho do sol, esperando que percebesse quem me vira em primeiro lugar e nunca deixara de me olhar. Defendes-me até quando não tinha defesa possível e subiste, várias vezes, à mesma montanha para me levares mais alto, impedindo-me de olhar para os que eram tão mais pequenos do que eu. Usaste a tua serenidade e confiança para que confiasse em mim e pudesse tão somente perceber o óbvio. Nunca desististe e por isso hoje, depois de muitos mares de lágrimas e dores que me retesavam o corpo cansado, podes finalmente insuflar-me do mesmo ar para que nunca mais me sinta incapaz de respirar. As tuas previsões estiveram sempre certas, mas como já parei de errar, procurando pelo que afinal sempre tive, não te voltarei a dar razão e quero apenas que nunca mais precises de me salvar.
22.4.22
Perfeita ou imperfeita?
Porque é que a minha ideia de perfeição me faz sentir tão imperfeita?
É tanto o que credito ser capaz de dar, porque o sinto, que sentir-me menos para quem poderia receber tanto, me deixa a refletir sobre cada uma das escolhas, dos momentos que me roubei e de tudo o que me impedi de fazer. Sei, agora mais do que antes, que sei muito pouco ainda, do amor, do que o move, o que provoca se for verdadeiro e o que não suportará se não houver entrega, atenção e cuidado diário. Percebo que me permitiram perceber muito pouco e que ao fechar-me na minha concha de certezas, porque me dava algum jeito acreditar que as tinha, perdi umas quantas valiosas lições.
Porque é que a minha vontade de poder simplesmente ter vontade de "ti", não se sobrepôs ao receio de "te" vir mesmo a encontrar?
Fui vivendo nos meus termos, sem fazer por incluir as variáveis que não controlo, mas preparando-me interiormente para o dia em que todas passariam a fazer sentido. Fui sendo à minha medida, escolhendo a forma e o formato, sem ter que me explicar e sem que qualquer explicação me fosse pedida. Fui acreditando que seria sempre mais fácil, mas num dia qualquer, sem que o tenha sequer antecipado, chega a parte de mim que já me faltava e tudo passa a ser reavaliado.
Porque é que sinto que ainda não tive o suficiente para "te" poder bastar?
20.4.22
Ainda sabes ao que sabe estar apaixonado?
Apaixonarmo-nos é fácil, o difícil é mantermo-nos apaixonados!
Não podes ser cínico no que toca ao amor e ainda assim esperar atraí-lo. Fecha primeiro muito bem as tuas gavetas, permitindo que o passado fique no passado e seguindo em frente, sem julgamentos nem expetativas desmedidas. Abre-te a novos começos e mesmo que sintas medo do desconhecido, espera até que ele eventualmente deixe de o ser.
Que pessoa pretendes que a tua outra pessoa encontre? A quebrada, amarga e incrédula, ou a sarada, resolvida e pronta? O amor é sobre arriscar, recomeçando tantas vezes quantas nos sentirmos ainda habilitados a amar, porque a dor na vida é inevitável, mas o sofrimento é totalmente opcional. Não tem que ser mau, nem precisa de te fazer regressar ao "buraco" emocional onde te escondes quando não acertas. Pode ser apenas sobre boas experiências, lugares novos, toques que te renovam e sorrisos que te deixam outra vez a sorrir sem motivo aparente. Pode ser a pitada que faltava para que tudo o resto tenha mais sabor e pode até ser uma ponte para a próxima viagem, mas se não a iniciares, nunca terás forma de o saber.
De que forma amaste no passado e porque motivo não bastou? Quais as tuas expetativas para um amor novo e que sonhos te dispões a partilhar?
Por vezes a única coisa que te falta é fazer as perguntas certas, porque depois de cada uma, as respostas bastarão para que decidas o que te serve e é apenas nessa altura que te servirás melhor, dando na proporção do que já souberes receber.
19.4.22
Para onde foste?
Para onde será que vais depois de teres escolhido não ficar? O que passarás a querer agora que decidiste já não precisar do que tinhas antes e que até te fazia sentir mais vivo? Quem te voltará a mover e de que forma o farás para que te saibam inundar o coração outra vez?
Ninguém pensa nos possíveis finais quando está no apenas no inicio. Ninguém, no seu juízo perfeito, deve criar cenários que afastem o que tem sabor e faz bem. Ninguém recusa emoções de temperatura elevada, pensando em regressar ao morno, ao solitário e ao vazio. Ninguém espera por pouco depois de ter experimentado TUDO.
O que farás quando já não fizeres mais nada comigo? De que forma voltarás ao teu antes, mas que até te servia, depois de te ter dado tanto? A quem dirás o que apenas a mim confiavas e como conseguirás confiar nas histórias novas, mantendo os olhares que já não se parecerão com os meus e tocando sem me teres dentro? Como receberás o amor que te disserem sentir e quanto terás para devolver?
Para que parte do mundo conseguirás fugir depois de mim?
18.4.22
Ajuda-me a suportar as noites sem ti!
Ajuda-me a suportar as noites sem ti. Ajuda-me a passar pelo tempo no qual o tempo não passa por não estares. Ajuda-me, por favor, a sobreviver aos toques que não chegam, aos beijos que não beijam e ao amor que não fazemos, porque não estás e porque não te tenho. Ajuda-me a suportar o que apenas tu me consegues passar, com as palavras serenas que me sopras e com toda a sabedoria que me torna mais sábia e sensata. Ajuda-me a não precisar tato de ti.
Estamos nisto juntos, para durar, é o que me dizes e é no que faço por acreditar. Mesmo que nunca julgasse possível viver cada hoje tão ansiosa pelo amanhã em que finalmente estarás, a verdade é que o ontem já se foi e o que ficou nunca parece ficar de forma a que suporte mais uma noite sem ti. Parecemos ter começado o que não sabíamos onde levar, mas os teus sorrisos e aparente calma vão-me sossegando, só não sei por quanto tempo.
Ajuda-me a saber do que sabes, do que precisas que seja e como poderás ser mais enquanto estiveres comigo. Leva-me, pela mão, até ao lugar onde conseguirás ser inteiro, sem escusas, desculpas, ou questões por responder. Acredita no que te disser sentir e sente comigo para que me sossegue mais um pouco e sobreviva a mais outra noite sem ti. Ensina-me a não esperar tanto pelo que ainda não tenho de ti e tem-me até quando não estiveres, porque se o sentir, sentir-me-ei menos sozinha.