17.5.22
15.5.22
Escolhi lembrar-me de ti à minha maneira!
Escolhi lembrar-me de ti à minha maneira. Escolhi percorrer todos os passos que nos faltaram, acrescentando os que seguramente teríamos escolhido em comum, se não tivesses escolhido não me escolher. Escolhi ver-te de uma forma bonita, retirando o formato que nunca me poderia ter servido, porque estavas demasiado danificado para me conseguires ver. Escolhi seguir em frente e mesmo que aches que te estou a magoar, lembra-te do quanto o fizeste primeiro.
O tempo sem sons não se restaura quando os decidimos usar. As palavras que oferecemos, como se de um prémio se tratasse, a quem nunca fugiu delas e as usou para que o vazio não se instalasse, já não terão forma de chegar ao lugar para o qual apontamos, não quando deixámos de apontar na direção certa.
Escolhi entender do que não entendias, libertando-me do peso de ter que me explicar uma vez mais e muito provavelmente para lá da minha capacidade emocional. Escolhi a paz, deixando para ti a razão, qualquer que tivesses tido e sei que saí a ganhar. Escolhi sorrir ao que me ensinaste e resolvi aprender, sem prazos impossíveis de cumprir, que a vida é possível sem quem julga que julgar é a solução, esquecendo-se de apenas usufruir da viagem. Escolhi escolher-me e o resultado disso resultou na mulher que hoje sou, tão bonita por dentro, que dificilmente não seria visível por fora.
Quantos invernos tem a vida?
A vida é carregada de muitos "invernos", mas eles passam e transformam-se em estações mais amenas, por isso não te foques demasiado no que te perturba, ao invés, desafia-te a fazer mais, repetidamente, para que a tua confiança cresça. O cérebro tem como função manter-nos vivos e é por isso que tantas vezes nos condiciona, enviando alertas constantes, mas como também ele pode ser dominado e reprogramado, aprende a preenche-lo com informações relevantes, atribuindo-lhe tarefas que te beneficiem e não lhe dando demasiado tempo de antena no que diz respeito ao medo. Informa-te, estuda-te e ao mundo e perceberás que os momentos difíceis são cíclicos, por isso aceita-os, ou de contrário viverás de forma pequena e condicionada pelo período que te será permitido. Não te deixes apenas passar por aqui, foge do errado, descarta o que não te serve, fazendo mais e melhor, porque quando o futuro chegar, vais poder olhar para trás e ver apenas o que te levou ao lugar onde sempre mereceste estar.
14.5.22
Se disser que te amo, acreditas?
Se disser que te amo, acreditas? De que forma tenho que ser para ti e o que me cabe fazer para que o que sinto te faça sentido?
Nem sempre sabemos do que permitiria ao outro saber sem quaisquer dúvidas ou receios, Nem sempre nos damos o bastante para que baste uma das palavras mais simples, mas igualmente poderosa, quanto é o "amo-te". Nem sempre a chegada revela o que a viagem precisará de ter para que se tenha um pouco mais do que antes, passando a desejar tudo para o depois. Nem sempre será tão claro que nenhuma luz nos apague.
Se te disser que me ligas todos os botões, até os que julgava não ter e que cada um servirá para nos ligar de forma mais real e intensa, será que te sossegarei a mente inquieta, ou te provocarei ainda mais receios? E se disser o que ainda mais ninguém disse, não com a mesma intensidade, para que lugar irás querer ir, para mais longe de mim, ou tão próximo que nem a distância conte? E se te disser que amar-te já me parece pouco?
13.5.22
Lugares que nos fazem olhar!
Porque será que entrei na tua vida?
Não entrei na tua vida por te fazer falta, mas pretendo ficar para que a possas sentir. Não te dei o que tenho, em forma de palavras, de histórias que nem sempre partilho e dos sentimentos que me tenho reservado, com receio de viver mais exposta e sem as reservas que me protejam, apenas por ser demasiado crente, mas porque na verdade me deste espaço para te incluir. Cheguei sem aviso, mas vou já avisando que poderei sair à mesma velocidade, se funcionarmos de forma tão distinta, que acabemos irremediavelmente distantes de tudo aquilo que nos concede um chão firme para pisar. Nunca pensei que pudesse pensar em ti desta forma, mas incluir-te tem sarado o meu coração há muito fechado, permitindo que também ele se manifeste, dizendo-me o quanto lhe faz bem sentir que ainda consegue sentir algo por alguém. Não entrei para te perturbar ou sequer ensinar o que já deverias ter aprendido, mas tão somente para te dar a provar do sabor doce que carrego por me ter carregado da forma certa durante todo este tempo.
Estamos numa viagem sem GPS e só nos temos a nós para sabermos como e até onde ir. Estamos com a mesma intensidade, assim escolho acreditar e ainda acredito que nos podemos acertar, acertando os ponteiros dum relógio que terá que ser comum. Estamos a querer o que parece fazer com que o outro nos queira mais, mas temos que saber de que forma permitir que o nosso desejo, as dúvidas e a inevitáveis perguntas, encontrem as respostas que ampliarão o primeiro e afastarão, para sempre, as que ainda pairam por aqui. Estamos junto porque queremos e mesmo que não tenhamos um nome para o que parece já ter acontecido, sei que assim continuaremos se soubermos de que forma resistir às dores do passado, aos desamores instalados e aos lugares dos quais saímos mais pequenos e doloridos. Estamos aqui por escolha e enquanto escolhermos continuar, parar nunca poderá ser uma opção.
Não entrei na tua vida por te fazer falta, mas ainda estou nela para que não tenhas que saber a falta que te faria se saísse!
12.5.22
Somos todos muito diferentes!
Somos todos muito diferentes nas semelhanças, mas demasiado parecidos nas inúmeras diferenças que nos destacam, ou afastam uns dos outros. Somos feitos de massas distintas, umas que nos moldam a força e injetam doses cavalares de coragem, mas outras que nos mantêm frágeis e incapazes de reagir quando seria suposto. Somos livros abertos, mas com histórias que poucos conseguem decifrar, e com capas que nos induzem em erro, ou pior ainda, relatam com imagens o que as palavras não parecem ter forma de explicar, mas que me deixam desconfortável, porque sou das que acredita existir sempre uma forma, a certa e a única possível, de nos passarmos ao mundo, bastando que as usemos. Somos fruto de tudo o que decidimos escolher, atempadamente, evitando danos irreparáveis e do que deixámos por escolher e que nos impediria de recuar uns quantos anos, perdendo-os irremediavelmente, porque cada um terá o seu tempo e lugar. Somos todos diferentes, mas é mesmo isso que nos valida.
Não procuro por dias iguais ou previsíveis. Não me entrego apenas ao que já conheço, camuflando o aparente conforto que me causaria, porque preciso de me testar, de me superar e de continuar a querer outras formas e até quem sabe, um novo lugar. Não me reconheço quando me envolvo nos males do mundo, primeiro porque pouco me cabe mudar, mesmo que me mude no processo e depois porque continuo a acreditar que ainda existe MUITO para sentir e viver. Não sou das que desiste facilmente do que me espicaça a compreensão, mas compreendo os que precisam de desistir para que algo de útil ainda lhes sobre. Não me rendo à primeira, não aos desafios, mas é relativamente fácil que me renda aos que me trazem o que já não achava possível e ainda me arrancam sorrisos reais na viagem. Não amo por metades e nunca sinto sem um verdadeiro sentido. Não digo o que diria pouco de mim, por isso me calo algumas vezes, mas faço sempre por dizer o que nunca deixará dúvidas.
Somos todos diferentes e é por isso que me esforço por mostrar o lado que outros seguramente gostariam de ter, assegurando-lhes, ou tentando, que se consigo, então também o conseguirão, bastará que queiram deixar de lado as diferenças, agarrando-se ao que a ser igual, nos aproximará a todos bem mais.