18.5.22

Do que gostas afinal?

maio 18, 2022 0 Comments


Gosto de pessoas simples, mas cheias de uma complexidade que desconstroem com imensa facilidade. Gosto de quem usa a criatividade para colocar mais cor na vida dos outros. Gosto de sorrisos francos e sem esforço e de risos que surgem do nada e por vezes do que nem tem piada. Gosto do humor algo estranho que apenas têm os que conseguem ver o mundo para lá do óbvio e que por isso carregam uma leveza que nos retira o peso dos dias mais escuros. Gosto de pessoas no geral, mais de algumas que não parecem caber em nenhuma caixa, por não procurarem validação e das que já parecem ter percebido tudo o que à maioria levará mais do que uma vida.

Em que ponto e momento te encontras agora e que expectativas colocas no que te surge, pelas mãos do acaso que nunca o será na realidade? Quem sentes ser enquanto és de formas diferentes para cada pessoa, lugar ou situação. Até onde te vês a chegar e que importância dás ao que será tão importante que até te muda, ou tão insignificante que já nem te toca? O que pretendes ter no teu percurso e o que estás disposto a fazer, ou a abdicar de, para que nada to impeça? 

Gosto de respostas óbvias quando estou mais tranquila, mas também aprendo, diariamente, a gostar das que surgem e me fazem pensar e quiçá até mudar ou reavaliar. Gosto de acumular as experiências que saberei passar aos meus e para essas, na maioria das vezes, nem precisarei de sair do sofá. Gosto de gostar sem julgamentos alheios, mas esforço-me, grandemente, por gostar da forma que me torne mais gostável.

17.5.22

Sete anos de mau sexo!

maio 17, 2022 0 Comments



Sete anos de mau sexo, dizem que é a maldição inevitável que se abate sobre todos aqueles que não brindam olhos nos olhos. Felizmente que não brindo muitas vezes, até porque não bebo bebidas alcoólicas, mas também não me queixo de mau sexo, nem por tantos anos, mesmo que não tenha sexo nenhum, nem bom nem mau e já bem a caminho dos sete. 

Mal percebi que me cabia por direito escolher, desatei a fazer escolhas que me incluíssem e se em alguma tivesse que deixar para trás alguém, fazia-o, consciente de que me estava a escolher a mim. Também tive a minha dose de más escolhas, mas arquei com cada uma estoicamente, responsabilizando-me pelo tempo e momento em que vi o que não existia. Mal percebi que os anos não poderiam simplesmente passar por mim, não sem que tivesse uma palavra a dizer, disse-me tudo o que precisava de ouvir, baseada em estudos, em pessoas para as quais olhava com admiração e em memórias que não apaguei até que criasse novas.

Seis anos de abstinência em termos de relações com substância. Seis anos de muito mais crescimento emocional e seis anos que se revelaram essenciais à minha perceção do outro, da vida, dos lugares que me receberam e do quanto precisava de ter o meu, interno, para não estar sujeita às mudanças inevitáveis. Quem sou volvidos seis anos? A pessoa que encontrou respostas para muitas das perguntas que não me saiam da cabeça, mas que teimava manter. Sou muito mais crente no amor, mesmo que continue sem o entender, não porque seja complicado, mas porque o complicam sem que nada possa fazer para o evitar. Sou mais tranquila e por isso regenero-me à velocidade da luz. Continuo lamechas e já só choro pelo que me parece importante, mesmo que abra as torneiras quando vejo filmes com histórias bem reais. Desafio-me sem receios e passei apenas a recear que o exterior me condicione, impedindo-me de correr, porque caminhar já não me basta. Encontro explicações para muitas das coisas que antes me pareciam distantes e incompreensíveis e já não culpo ninguém, seja o mundo, Deus ou o Universo, pelo que falhei ver, quando supostamente estaria a olhar para o lugar certo.

Sete anos de mau sexo e muitos mais, terão os que permitiram que a vida os sufocasse, esquecendo-se do quanto pode ser bom dar e receber prazer. Sete anos de mau sexo desejo aos que o têm diariamente, mas que ainda assim escolhem não o ter de todo. Se ao menos se focassem nos benefícios, sobretudo as mulheres, iriam perceber o quanto poupariam em terapia, em cremes e massagens que só lhes massageiam o ego. Sete anos de mau sexo, ou quase sete de sexo algum? Venha o Demo e escolha!


Os teus e os meus 28 anos de vida!

maio 17, 2022 0 Comments


De repente, mesmo que saiba que não foi do nada, até porque vivi intensamente cada etapa, o meu primogénito faz 28 anos.

Usei os 336 meses para o fazer crescer, passar segurança e corresponder às expetativas que nem sabia ter de mim. Nunca desejei que estivesse mais à frente, que crescesse rapidamente, ou sequer que não me motivasse a ser mais habilitada, mais forte e estruturalmente mais capaz, por isso as 1,460 semanas chegaram e terminaram a validar tudo o que acreditava estar a fazer da forma certa, mas dando-me tempo para ajustar o que não funcionara tão bem. Tanto que ensinei e aprendi em 10,220 dias. Tanto que senti e fiz sentir, permitindo-lhe usar de cada ferramenta que selecionei, meticulosamente, para que pudesse resistir aos embates do mundo. Tanto que chorei, com ele e sozinha, de cada vez que duvidei do maior papel que alguma vez me coube nesta vida.

Estive e continuo muito presente. Nunca reclamei, por um minuto que fosse, do muito que precisei de lhe dar para que um dia já tivesse recebido tudo. As 245,280 horas foram verdadeiramente vividas. Não deleguei a mais ninguém a enorme responsabilidade de lhe ampliar o carácter, mostrando-lhe, como apenas eu poderia, o poder de nos sabermos emocionalmente preparados, para nós e para os outros. Ensinei pelo exemplo e nunca apregoei o que eu mesma não seria capaz de cumprir. Mesmo que em nenhuma das horas vividas se tivesse apercebido do quanto o estava a guiar, hoje é ele que conduz a sua própria vida, deixando-me orgulhosa em cada nova etapa, refletindo, na perfeição, tudo o que absorveu por imitação.

Se os 14.716,800 minutos que resultaram dos 883.120,000 segundos dum relógio bem afinado e a funcionar em sintonia, não tivessem produzido o ser admirável a quem chamo de filho, então a minha derrota seria muito pesada. No entanto, hoje, dia 17 de Maio do ano de 2022, celebro de longe, mas sempre e para sempre perto, o dia em que descobri que afinal só começara verdadeiramente a viver, por ter apresentado ao mundo a razão pela qual deveria estar aqui.

De repente o meu primeiro filho completa a mesma idade que tinha quando passámos a ser a única família que permanecerá para sempre.

15.5.22

Escolhi lembrar-me de ti à minha maneira!

maio 15, 2022 0 Comments



Escolhi lembrar-me de ti à minha maneira. Escolhi percorrer todos os passos que nos faltaram, acrescentando os que seguramente teríamos escolhido em comum, se não tivesses escolhido não me escolher. Escolhi ver-te de uma forma bonita, retirando o formato que nunca me poderia ter servido, porque estavas demasiado danificado para me conseguires ver. Escolhi seguir em frente e mesmo que aches que te estou a magoar, lembra-te do quanto o fizeste primeiro.

O tempo sem sons não se restaura quando os decidimos usar. As palavras que oferecemos, como se de um prémio se tratasse, a quem nunca fugiu delas e as usou para que o vazio não se instalasse, já não terão forma de chegar ao lugar para o qual apontamos, não quando deixámos de apontar na direção certa.

Escolhi entender do que não entendias, libertando-me do peso de ter que me explicar uma vez mais e muito provavelmente para lá da minha capacidade emocional. Escolhi a paz, deixando para ti a razão, qualquer que tivesses tido e sei que saí a ganhar. Escolhi sorrir ao que me ensinaste e resolvi aprender, sem prazos impossíveis de cumprir, que a vida é possível sem quem julga que julgar é a solução, esquecendo-se de apenas usufruir da viagem. Escolhi escolher-me e o resultado disso resultou na mulher que hoje sou, tão bonita por dentro, que dificilmente não seria visível por fora.

Quantos invernos tem a vida?

maio 15, 2022 0 Comments



A vida é carregada de muitos "invernos", mas eles passam e transformam-se em estações mais amenas, por isso não te foques demasiado no que te perturba, ao invés, desafia-te a fazer mais, repetidamente, para que a tua confiança cresça. O cérebro tem como função manter-nos vivos e é por isso que tantas vezes nos condiciona, enviando alertas constantes, mas como também ele pode ser dominado e reprogramado, aprende a preenche-lo com informações relevantes, atribuindo-lhe tarefas que te beneficiem e não lhe dando demasiado tempo de antena no que diz respeito ao medo. Informa-te, estuda-te e ao mundo e perceberás que os momentos difíceis são cíclicos, por isso aceita-os, ou de contrário viverás de forma pequena e condicionada pelo período que te será permitido. Não te deixes apenas passar por aqui, foge do errado, descarta o que não te serve, fazendo mais e melhor, porque quando o futuro chegar, vais poder olhar para trás e ver apenas o que te levou ao lugar onde sempre mereceste estar.

14.5.22

Se disser que te amo, acreditas?

maio 14, 2022 0 Comments



Se disser que te amo, acreditas? De que forma tenho que ser para ti e o que me cabe fazer para que o que sinto te faça sentido?

Nem sempre sabemos do que permitiria ao outro saber sem quaisquer dúvidas ou receios, Nem sempre nos damos o bastante para que baste uma das palavras mais simples, mas igualmente poderosa, quanto é o "amo-te". Nem sempre a chegada revela o que a viagem precisará de ter para que se tenha um pouco mais do que antes, passando a desejar tudo para o depois. Nem sempre será tão claro que nenhuma luz nos apague.

Se te disser que me ligas todos os botões, até os que julgava não ter e que cada um servirá para nos ligar de forma mais real e intensa, será que te sossegarei a mente inquieta, ou te provocarei ainda mais receios? E se disser o que ainda mais ninguém disse, não com a mesma intensidade, para que lugar irás querer ir, para mais longe de mim, ou tão próximo que nem a distância conte? E se te disser que amar-te já me parece pouco?