O que sentes quando te apaixonas?
Words can change the world
É preciso tão pouco para sermos felizes, já o sabemos e até que o conseguimos testar, mas por norma escolhemos manter o foco no que não nos serve nem satisfaz. Alguns minutos, poucos, de ação e movimento interno, gostando do que somos e ansiando por muito mais a cada dia, pode mudar tudo.
Quem destila fel, ao invés de mel. Quem protesta por tudo e a todos do mesmo, tem uma doença, mas a boa notícia é que pode ser curada, porque são curáveis os males que se identificam. Quando se deixa para trás o que já nem nos acompanha, sonha-se melhor e com mais determinação, passa-se a ter pelo que sonhar, ao invés de simplesmente não amar.
Quem repara, ao pormenor, nos erros que o outro carrega, não sabe mais, não vê, não sente como toda a gente, porque escolheu deixar de sentir e passou apenas a mentir, a si mesmo e a quem estiver ao seu redor.
Quem apenas se foca no mal primeiro, dá a cada esgar um tiro bem certeiro, não no pé, porque sem ele até vive, mas no coração, porque ao achar-se cheio de razão, desarreda a emoção e pimba desata a magoar, esquecendo-se de que neste caminhar, do mesmo mal um dia irá provar.
Mal-me-quer, muito, pouco, nada!
Não existem amores de substituição. Ninguém tem o poder de te compensar pelo que não te coube, mesmo quando achavas que te servia na perfeição, porque a verdade é que perfeito será apenas o que te deixar bem e completa!
Quando chamo o teu nome por estar perdida no caminho que eu mesma criei, sei que não vou voltar a ter resposta. Quando choro por me sentir sozinha, mesmo que estejas comigo, porque estarás sempre, o vento passa a soprar mais forte e o coração a bater descompassado. Quando chamo o teu nome a vida deveria passar a ser mais fácil, até quando percebo que já não estarás de volta. Quando sorrio sem razão, mas tendo-te em cada uma, tento voltar ao tempo em que não contava o tempo, porque estavas sempre aqui. Quando percebo que estou errada e que estiveste sempre certo, chamo o teu nome e peço que me perdoes por não ter resistido à chuva intensa. Quando me lembro de como me empurravas para as minhas certezas e acreditavas em cada sonho empolado, quase que me perco de mim e do que deixei por fazer. Quando te peço que me abraces, em pensamento, porque já nem sei se saberia qual o sabor dos teus lábios, sento-me no chão do meu desespero e arrependo-me do que não fui contigo. Quando e de cada vez que sinto o meu coração desgovernado, solitário e sem propósito, agarro-me ao que me poderá manter agarrada à vida e busco-me, ansiosa e assustada, mas pronta para fazer o caminho que agora é apenas meu.
É possível conquistar a paz mesmo quando as fundações fazem desmoronar tudo o resto, porque não foram bem feitas, mesmo que se tenha usado os materiais necessários. É possível sanar feridas auto infligidas se nos focarmos no outro, olhando-o como queremos ser vistos, com respeito, amor e cuidado, porque as energias positivas deixam-nos de coração mais aberto e capaz de continuar a fazê-lo transbordar. É possível reinventar o amor e encontrá-lo, numa qualquer esquina, mesmo e até quando o julgávamos já ter visto, mas percebido que não era o que nos cabia. É possível recomeçar, uma e outra vez, até que se acerte.
As viagens emocionais não têm rotas definidas, nem gps, por isso vamos seguindo às apalpadelas, usando o que sabemos, o que temos e somos, mas entendendo que poderá não ser o suficiente para o outro. Os nossos lugares de eleição nem sempre cairão bem aos que quase nos caem no colo e os desejos que alimentámos poderão tão simplesmente transformar-se no pesadelo de alguém mal preparado.
É possível curar um desamor com muito mais amor, bastando que não encerremos as portas emocionais e não nos desarredemos de viver, aqui, neste lugar indefinível por excelência, mas que para muitos será tão claro como a água. É possível acordar, num qualquer dia novo e perceber que afinal só estávamos na plataforma errada e que o comboio da felicidade ainda não tinha passado. É possível, mesmo no meio de tanta falta de amor instalado, acreditar que ele existe e que nos saberá encontrar.