19.7.22

Ainda abres as tuas caixas?

julho 19, 2022 0 Comments


Quando abrimos a "
caixa" e de cada vez que vasculhamos vidas já guardadas e postas de lado para que as pudéssemos permitir continuar, acabamos por encontrar o que já se deveria ter esfumado!

Não há que ter medo de olhar para trás e enfrentar só pode ser a melhor escolha, porque até os monstros se encolhem, o escuro clareia, os sons ficam familiares quando conseguimos sorrir perante o absurdo, porque afinal o que já sabemos estivera sempre tudo lá, apenas com um nome diferente. No entanto, quando reabrimos a caixa que deveria estar bem fechada e devidamente arrumada, estamos apenas a trazer para a luz o que não poderia, nem deveria voltar. Quando nos atrevemos a dar mais uma oportunidade, ou a consumar a que antecipámos de alguma forma, abrimos a caixa e ela por norma é mesmo de Pandora e olhem que não estou a falar da minha marca favorita de joias. Quando a caixa passa a absorver o resto da nossa vida, talvez tenhamos mesmo que a abrir, vivendo até os momentos mais obscuros, mas no final, por favor, no final terá que ser fechada, porque se a reabrirmos regularmente, iremos certamente provar sabores bem mais amargos que antes.

Todos temos caixas, alguns até formarão pilhas, mas se usarmos as coloridas, ou se as customizarmos, conseguiremos que se transformem em adornos. Não há como livrarmo-nos dos seus formatos; Não há como ignorar que existem; Não há como queimar o conteúdo, porque antes de estar na caixa, esteve em nós e connosco, moldando-nos. É a isto que chamo viver, correr riscos, espreitar para lugares sem luz, tateando à procura de solo familiar. Quantas mais caixas, mais experiências. Quantas mais caixas, mais nos teremos oferecido. Quantas mais caixas, mais histórias para contar.

Nunca sinto vontade de reabrir as minhas caixas, porque nunca decido recomeçar o que terminei. Nunca me iludo o bastante para arriscar ter que guardar o resto numa caixa ainda maior, mas vou olhando para cada uma sempre que fizer sentido, ou de cada vez que esbarrar nela, fazendo-o de forma construtiva e sem me arrepender do que acreditei um dia ser possível.

18.7.22

Magic everywhere!

julho 18, 2022 0 Comments

Sue Amado´s photo


A magia, para mim, não está apenas nas palavras que uso até à exaustão, ela anda sempre de mãos dadas com os lugares e os olhares que uso para ver mesmo!

Os dias que te mudam!

julho 18, 2022 0 Comments



Os dias têm uma forma natural de te fazer ouvir, sentir e olhar para o que te faz verdadeiramente falta. Cada dia carrega os que foste deixando passar, dispensando decisões que te impediriam de te adiares, porque és sempre a que conta. Este dia, tal como os que agora me vão chegando, chegou a recordar-me de quem sou e a verdade é que sou muito, sobretudo para mim.

Se desatares a querer mais do que te pertence, acabarás por sentir que tudo o que é externo a ti terá o poder de te revolver o interior. Se te souberes sossegar do que na verdade não controlas, o controlo de ti passará a ser maior e todos os minutos do dia serão melhor usados para que te sintas como és na essência. Se permitires que as pequenas coisas da vida, mas que na realidade são maiores do que tudo o resto, te envolvam, acabarás inevitavelmente envolta numa luz que te ilumina por dentro e te torna bem mais bonita por fora.

Os dias, quando estás atento, têm exatamente tudo o que ainda te falta ler e entender. Os dias terão a dimensão e a importância que te deres e de cada vez que te visualizas no leme do barco, o destino só poderá ser o certo, por isso usufrui de cada nova viagem. Os dias nunca se repetem, por mais importantes e desafiadores e nunca terás forma de viver duas vezes a mesma experiência, então usa e abusa do poder, momentâneo, de estares exatamente onde precisas, de contrário precisarás sempre de recomeçar outra vez. 

17.7.22

Agora és meu amigo?

julho 17, 2022 0 Comments


Pior do que seres o meu ex, aquele que não ficou e a quem a vida levou de mim, é seres meu amigo, porque como amigo não te posso cobrar o que não tiveste vontade de fazer. Ao seres o amigo, as palavras, ou metade delas, terão que permanecer guardadas em mim por muito mais tempo, quem sabe para sempre. Se me escolheste para amiga e se te aceitei neste novo papel que ainda preciso de saber representar, os abraços poderão até voltar a acontecer, mas mais frios e condescendentes e não terei forma de os recusar.

Tanto que te queria como a pessoa que já foi e que deixou de ter um rosto no presente. Tanto que precisava de já não ter que precisar de ti, não nesta nova versão aparentemente moderna e na qual não gastamos tempo com as mágoas e os amargos de boca. Tanto que precisava de te poder abanar, cobrando-te o que nos impediste de ter. Tanto que sinto ainda, enquanto me forço a fingir que deixei de nos sentir e que estou resolvida e tranquila, serenando a mente que não cessa de me espicaçar e perguntar o que deixei de saber responder.

Pior do que simplesmente me forçar a esquecer-te, é lembrar-me, todos os dias, que continuas por aqui, querendo ser o amigo que protege, vigia e se certifica de que me mantenho de sorriso nos lábios. Pior do que te odiar, porque é o sentimento certo em oposição ao amor, é precisar de fingir que gosto o suficiente de ti para te considerar um amigo.

Amores para sempre?

julho 17, 2022 0 Comments



Os amores são para sempre, até os que terminam. Quem o diz? Quem já os sentiu na variação certa. Quem os viveu para além do que se convencionou como difícil e quem soube que sabor lhe dar, mesmo não o tendo recebido de igual forma.

Vou esperar que continue a desejar dar mais, dando sentido ao único sentimento que nos quebra por inteiro, mas que também nos eleva e melhora. Sei que quando tiver um amor que seja capaz de me ver como seguramente será visto, derrubando muros e largando as ideias feitas, ambos sentiremos que o amor para sempre faz sentido.

Lembro-me de todos os amores que tive, dos mais pequenos e inocentes, aos trabalhados com afinco, jurando que os recebia como os sonhara. Recordo com um sorriso nos lábios as peripécias e até consigo rir dos choros que prolonguei, quando achava que o mundo iria ruir. Lembro-me dos sentimentos que se me colavam na alma de cada vez que um amor tinha rosto, toque e voz. Lembro-me de mim, mais madura e endurecida, mas tão apaixonada que amar me devolvia a inocência da meninice. Lembro-me de achar que amaria para sempre e agora sei que não estava enganada.

Os amores para sempre curam-nos de cada incapacidade, nossa e de quem fomos amando, porque para sempre será o sentimento que nos uniu e esse nenhum será capaz de arrancar!

16.7.22

Sentir ou dizer?

julho 16, 2022 0 Comments

Já tentei dizer o contrário do que sentia e já tentei sentir o contrário do que dizia, mas e porque ser eu me deu TANTO trabalho, só me permiti algumas "brincadeiras" temporárias, voltando rapidamente ao meu lugar de sempre. 

A forma como encaras e encaixas a vida tem a ver com o teu olhar para dentro e que advém de muitas horas de perguntas que desejas ver respondidas, ou do pouco que te dedicas, não entendendo que dessa forma nunca te dedicarás verdadeiramente a alguém. Temos a obrigação de ser felizes, porque a nossa realidade, esta que vivemos agora, é a única que nos cabe e deve ser honrada. A felicidade chega após a conquista de desafios autopropostos, a felicidade é o que sentes enquanto estás a fazer sentir, da forma certa, as pessoas que amas; A felicidade são os silêncios nos quais te ouves como mais ninguém consegue e por isso te enches de palavras com sentido: A felicidade são as escolhas conscientes e que mesmo não prometendo finais antecipados, não te defraudam.

Já fui tentada a acreditar no impossível e já me senti impossibilitada de acreditar no real, mas em nenhum dos processos desisti de estar inteira, sendo a pessoa a quem iria pedir contas caso aceitasse o inaceitável, ou me contentasse com o pequeno. Já fui inundada de amores que tomei por garantidos e já fui impedida de amar quem me sabia a sabores novos, mas NUNCA e em nenhum momento, até nos mais difíceis, deixei de acreditar que o amor que me cabe saberá como me encontrar. Já fui muito feliz sem o perceber, mas hoje sei que a minha felicidade é tão percetível, que ignorá-la seria a minha maior loucura. 

Porque escrevo afinal?

julho 16, 2022 0 Comments



Escrevo porque tudo o que faço, sinto e vejo, tem a forma das palavras e é apenas com elas que acabo por mostrar o melhor de mim, fazendo-me entender e dando aos outros o que também me alimenta. Escrevo como penso, penso como respiro e acabo por escrever como amo e amar para mim tem que ser um estado natural, uma necessidade, uma vontade de ser vista como me vejo. 

Por vezes dou comigo a pensar que outro talento poderia ter se não fosse capaz de me por em palavras, mas nunca chego lá, porque já não seria eu e sou-o SEMPRE em todas as situações, até nas más, mesmo que ache e saiba que sou muito mais e que tenho muito do que falta a algumas almas. Quando termino de delinear e executar os meus começos de dias, sento-me no mesmo lugar, de frente a um ecrã que me olha e incentiva, esperando que dispare a primeira palavra, porque depois dela já nada poderá ser parado, nada voltará para trás e o que quer que me segurava solta-se e deixa de ser apenas meu.

Esta aventura tem-me mostrado por dentro de uma forma tão real, que nem um psicólogo arranjaria talento, experiência ou sequer sabedoria para mo explicar. Os pedaços de mim saem com vida própria, soprando o que alguém, algures, precisa de ler, de ouvir e de entender. Escrever é inevitável, é a minha fonte de energia, o que me mantém em alta quando quase perco a fé no mundo. Faço-o porque quero muitos sorrisos, sentimentos, tremores na espinha, sonhos e desejos que podem ser concretizados. Se for sabendo, a cada passo, que consigo tudo isso, então sairei mais engrandecida, uma pessoa mais verdadeira e que será sempre para os outros o que forem capazes de me dar.