Já sei quem sou!
Deixei de me sentir estranha quando percebi que sou apenas diferente. Passei a abraçar as minhas peculiaridades, encaixando-me no meu próprio espaço e desapegando-me dos outros, porque o que pensam, sentem e acreditam ser certo, não me cabe por inteiro. Encontrei forma de não pertencer à matilha, "caçando" sozinha e crescendo em liberdade emocional, para que as escolhas me coubessem por inteiro. Procurei, como ainda faço, as respostas para as minhas próprias perguntas e no processo consigo elucidar uns quantos, evitando-lhes o "trabalho" a que me propus por vontade própria.
Amadurecer é um processo em contínuo, muitas das vezes doloroso, mesmo que necessário, mas sobretudo enriquecedor. Quando o fazemos por nós, estando atentos às emoções e empoderando os sentimentos, tornamo-nos mais resistentes aos embates, regressando ao lugar seguro de cada vez que a tempestade se instalar. Perceber que a opção mais acertada é percebermos quem somos porque ninguém o fará tão bem, confere-nos uma indescritível sensação de habilitação própria e controlo sob nós mesmos.
Não há como delegar a nossa vida ao acaso, ou aos outros, porque se o fizermos seremos inevitavelmente pisados e desiludidos. Ninguém pode ter a responsabilidade de nos fazer feliz e a mais nenhuma outra pessoa cabe o dever de nos segurar as mãos que já sabemos usar.
Deixei de me sentir estranha quando percebi que a minha diferença me serve!