O que viste no meu rosto foi amor!
Tanta falta de amor... |
O que viste no meu rosto foi amor. O que ouviste dos meus lábios, enquanto te soprava de mansinho as orelhas que gostava de beijar, foram as palavras que uso de cada vez que desato a amar. O que sentiste foi o resultado do que me passaste e por isso me deixei tão pequena e incapaz de gritar, até quando o fiz, porque não eram ciúmes, era apenas muita dor envolta nos presentes envenenados que me enviaste, uma e outra vez. O que tiveste, de todas as vezes que julgava estar a ter-te, foi sempre carregado da minha verdade, do que tinha apenas para ti e do que nunca misturaria com qualquer outro que não tu mesmo. O que perdeste foi a pessoa que se entregou sem receios, mas com todos os medos do mundo e ainda assim persistiu. O que já não vais voltar a tocar é tão somente o corpo que um dia te pertenceu.
É difícil recomeçar depois de uns quantos começos falhados, mas não sou das que vira as costas a um desafio, sobretudo emocional. Não corro para apenas ter, quero que seja com sentido e que venha igualmente na minha direção. Já sei do que preciso para parar de procurar e entendo TÃO bem de tudo o que nunca precisarei, não enquanto me tiver como a minha pessoa importante. É um desafio entender os motivos por detrás de alguns sorrisos, de toques que desejamos verdadeiros e de todos os sons de que nos inundamos, levando-os até a quem julgamos ouvir. Nunca tomo nada por garantido, nem desperdiço os dias que não poderei trazer de volta, até mesmo os maiores e melhores. Nunca me defraudo, mas vou ter que aprender a aceitar os que não vieram com o coração aberto.
O que viste fui eu toda, com o que sou e tenho, mas porque te falha a visão periférica, não conseguiste ver-me dos melhores ângulos e escolheste a noite para cobrir os meus dias. Quem viste, pela última vez, era eu a caminhar na direção oposta.