6.2.24

E agora o que faço?

fevereiro 06, 2024 0 Comments


O que fazer com a sensação de não te conseguir esquecer? Para onde ir, se vou sempre para onde te encontro? Do que fugir se apenas pareço continuar a fugir de mim? Quem sou hoje, quando nada parece existir sem ti e apenas me transporto, a cada dia mais pesada e tão mais leve de mim? Que perguntas fazer se não oiço, com atenção, nenhuma das respostas que me libertariam de ti? Como manter presas as horas que me roubam o amor que te tenho e que nunca me deixam ter nada que permaneça. De que forma regressar à pessoa que já era, quando ser nunca antes foi questionável?

Se não te amarem como te sentes capaz do fazer, não faças demasiado para o mudar, ao invés muda de sujeito e abandona a atividade que destinaste a quem se manteve inerte e passivo. Se as escolhas de quem falhou escolher-te te incluirem quando já não o esperavas, por te terem ensinado a desistir, desiste sem dores nem lamentações. Se seres em demasia, para quem assim o entendeu, te deixar incrédula pelo tanto que ainda te sentes capaz de dar, não dês e usa cada gota contigo e para quem o conseguir desejar. Se os dias te ensombrarem as noites que se alongam e prolongam até te esqueceres do quanto o sol precisa de brilhar, sobretudo para ti, interrompe o ciclo que criaste apenas na tua mente e acorda pronta para viver todas as horas que excluiste.

O que fazer com o inevitável recomeço, que já não será do mesmo ponto, mas que terá que te revalidar e sarar? Para onde poderás ir se já não fores para os mesmos lugares? Quem passarás a ser quando voltares a ser quem já reconhecias muito antes de apenas fugires? Que perguntas novas colocarás, a ti em primeiro lugar, para que outros as respondam sem evasivas? Quantas horas tomarás, para ti, para que mais nenhuma seja vivida em vão? Quem serás quando já souberes exatamente quem és?

3.2.24

As voltas e reviravoltas da vida!

fevereiro 03, 2024 0 Comments



As voltas que a vida dá em torno de todas as voltas que damos, por escolha, medos ou incapacidades. As dúvidas que alimentamos quando não nos focamos em nós. Os olhares que depositamos em quem tarda a olhar-nos, servirão, um dia, para que nos reposicionemos e regressemos às origens. As desculpas que nos soam a falso, sobretudo se proferidas por nós, acreditando que estaremos mais protegidas, apenas acontecem porque nos negámos direitos inegociáveis.

Nada como um dia após mais outro, mesmo que ainda necessitemos de muitos, para que nos dobrem a vontade e para que saibamos onde e quando parar de teimar. Nada como algum egoísmo e recusa em continuar a ceder, para que mais nada de nós tenha que se vergar aos que não cedem ao amor. Nada como a certeza que se instala quando sabemos quem somos, para que não aceitemos quem nada parece saber sobre si mesmo. Nada como desistir do nada para que o tudo acabe por chegar.

A vida dará todas as voltas que te cabem, quer o desejes ou não, por isso só te resta saber para onde te voltares, para que não precises de dar voltas ao contrário!

29.1.24

O Nada muda o Tudo!

janeiro 29, 2024 0 Comments



Nada muda tão rapidamente quanto um olhar. Nada nos diz mais de quem nos olha do que a direção que usa até quando parece ser a nossa. Nada nos segura e delimita mais do que os limites que nos colocam, sobretudo à forma como amamos. Nada nos faz desistir, plenos de convição e segurança, do que sabermos não ser a escolha.

Sê paciente quando e de cada vez que não souberes pelo que esperar e espera, da forma mais tranquila que conseguires, pelo dia em que TUDO se encaixará e fará sentido. Sê, sempre, a que escolhe aprender, apreendendo o novo, o real e o determinante. Sê da tua pele, com a cor, toque e sensações, mesmo que não se misture com outras. Sê assertiva e coerente, até quando pareces balbuciar palavras que pouco te definem. Sê a tua principal resposta, mesmo que ouças as de todos os outros.

Nada nos encaminha melhor do que a necessidade de ver para lá do que está no agora e apenas no momento. Nada como nunca ter mais do que NADA, para desatarmos a querer que chegue TUDO rapidamente. Nada como conseguir ler, adequadamente, o que uns quantos escrevem sem acentos ortográficos e de pernas para o ar, para nunca mais precisarmos de legendas.

28.1.24

O que ainda preciso de ser para ter?

janeiro 28, 2024 0 Comments


Com tanto para se ser e fazer, quem é que precisa de se focar no que não acontece, em quem não nos reconhece e em cada um dos momentos que nos deixam para baixo?

Se o que importa é o que faço com o que me chega, então escolho aceitar o que não posso mudar, mas tentando sempre que algo mude em mim no processo. Se amadurecer, sentindo-me mais confiante e forte, passar por momentos de fraqueza, de cada vez que me julgo de forma pequena e empobrecida, aceito sem reclamar demasiado. Se ter ainda mais do que me cabe, fizer caber umas quantas almas semi perdidas, tomarei para mim a tarefa de as ajudar a encontrar os lugares nos quais se sentirão em casa e muito provavelmente longe de mim. 

Com tanta vida, histórias novas e antigas por recuperar, do que me adianta focar nas que não terei como reescrever ou terminar?

Sou tanto agora, mas sabendo do quanto ainda conseguirei criar, criando os momentos e os lugares que me deixarão com toda a serenidade que apregoou, que aceito tudo o que não se me cola e não faz questão de ficar. Sou a minha versão melhorada a cada dia, e nunca, em momento algum, considero saber ou ter, nas mãos que apenas encho de coisas válidas e bonitas, o que basta, porque nunca me bastará apenas andar por aqui e ao sabor dos que nada parecem saber de mim.

Com tanto amor que carrego, porque raio deveria aceitar amores pequenos e sem sabor?

23.1.24

Não sei quem sou sem ti!

janeiro 23, 2024 0 Comments


Olá meu amor,

Há muito que parei de escrever para ti, mesmo que o faça mentalmente, tentando conjugar os verbos que nos definiam e recusando manter-me zangada com a tua partida. Digo-me e repito que não tínhamos mais tempo nem momentos e que a alternativa, se ficasses, seria ficarmos ainda mais desgastados e doridos. Tento convencer-me, mesmo que em vão, de que nada mais haveria a fazer ou a dizer, querendo acreditar que dissemos tudo. Os nossos últimos dias, e que dor se aloja agora no peito, por repetir o que nunca desejei que acontecesse, foram serenos e serviram de bálsamo a tanta mágoa e desencanto. Passeámos de mãos dadas nos inúmeros lugares onde deixámos parte de nós e recolhemos o que ficaria para memória futura. Deitámo-nos a altas horas da noite, recordando cada minuto de todos os anos que vivemos juntos e saboreámos os vinhos que armazenei para ocasiões especiais. Tentámos de tudo, mas falhámos, tu e eu, porque não soubemos de que forma sarar o que nos queimou qual ferro em brasa. 

Ainda não sei quem sou sem ti. Dou comigo a tocar em cada um dos objetos que faziam parte das tuas rotinas e que sempre tomei por garantidos. Nunca mais nada teve o mesmo sabor, e vou ouvindo, sem escutar verdadeiramente, o que me dizem as pessoas que tentam segurar-me, porque nunca me tinham visto cair. As horas passam tão lentas que quase me sinto flutuar, sem gravidade nem energia, mas de repente percebi que já se passou um ano e que devo ter hibernado, porque não me recordo de quase nada.

Quando é que nos afastámos tanto, que até o que sonhámos em conjunto se esfumou? Para onde deixei de olhar para que acabasses a ver outra que não eu? O que foi que deixei de ser, ou tu para mim, para que o NÓS se esvanecesse?

Há muito que desisti de entender o que nos abalrrou, mas preciso, desesperadamente, de saber quem sou, agora que sou apenas eu. Perdi-te mal nos perdemos de nós e o esforço para te recuperar apenas agudizou a distância que se instala quando o amor parte. Há muito que já não era amada, mas pareço ter sido a última a perceber.

Deixo-te um abraço apertado, com o desejo de que já saibas o que significa existires sem mim, porque se alguma dúvida te ensombrar, vais precisar de tudo o que és e tens para resistir.

Até sempre,

M M

22.1.24

A calmaria aparente!

janeiro 22, 2024 0 Comments



A calmaria que já antecedeu dias de enorme tempestade, deixou de me acalmar, por esse mesmo motivo. A incerteza perante o que até poderia ser certo, se as escolhas passassem por saber de que forma escolher, porque primeiro teremos que querer e apenas depois fazer, tem-me impedido de sossegar. A calmaria que há muito não me acalma e que nunca me deixa saborear sabores novos, sem que me foque nos amargos, passou a ensombrar-me.

Ando por aqui sempre demasiado alerta e a reparar em tudo o que move e me faz mover. Nunca sinto com poucos décibeis, escuto sempre os sons estridentes, até os que não parecem percetíveis ao ouvido humano. Vejo com tanta clareza o que deixa alguns incapazes de olhar, que passei a ter uma avaliação e expetativas demasiado próprias. 

A calmaria deveria suceder-se aos sopetões inevitáveis da vida, sobretudo quando as viagens são novas, mas uns quantos de nós escolhem o que lhes agita bem mais do que as bebidas que misturam em cocktails explosivos. Parecem gostar cada vez menos da paz que invade as decisões acertadas e as caminhadas com roteiro. Atiram-se para o abismo acreditando que sairão dele a voar, mas acabam, inevitavelmente, estatelados no chão que os quebra mesmo contra vontade.

Ando cada vez mais sob ovos, tentando não os partir a todos, mas sabendo que serão as suas posições a ditar o meu sucesso ou falhanço rotundo. Ando mais veloz quando me atraso nas decisões, mas desacelero sempre que escolho viver, sem resistir, ao que existe para lá das pessoas e que é muito. Ando, pelo meu pé, sem dúvidas que me impeçam demasiado de continuar na rota das minhas escolhas, mas duvidando de que alguma vez me consigam acompanhar.

19.1.24

Nada x Nada = Nada

janeiro 19, 2024 0 Comments



Lutas inglórias, quem não as teve já? Desejos que nunca se materializaram, talvez porque nos tenhamos focado no que não nos pertencia. Comportamentos que nos afastaram das nossas metas, mas que ainda assim tentámos arrastar pelo tempo que a força interior nos permitiu.

Nada sabe tanto a NADA, do que o pouco que nos dão como se fosse muito ou bastante. Nada nos derruba mais depressa do que a certeza de que não fomos verdadeiramente amados. Nada nos ensina tão bem, mesmo que com muita dor associada, do que os olhares vazios que nunca se pousam nos nossos.

Somos seres em constante evolução e crescimento, mas perceber que somos os únicos quando a soma aparente seria o 2, deixa-nos com imensas dúvidas e ainda mais sós. Somos o que fazemos de cada vez que a vida acontece, mas permitimos que muito aconteça, talvez em demasia, mesmo e até que percebamos que não somos a pessoa certa de alguém.

Nada é mais mutilador do que os golpes escondidos e quase impercetíveis. Nada como ouvir as palavras que gostaríamos de nos ver dirigidas, usadas num outro qualquer. Nada como nunca conseguir saber quando é que o nada termina, para que acabemos reduzidos a pó. Nada como ser apenas mais um nome que nem sequer pronunciarão da forma certa.

Lutas inglórias, mas que eventualmente nos levarão a desistir!