8.9.24

Fui ao meu baú!

setembro 08, 2024 0 Comments



Fui ao meu baú e vasculhei todas as emoções que tive a felicidade de viver. Percebi o que já sabia, porque sempre soube que era muito coração, mas envolto nas razões que encontro para continuar a conseguir viver comigo. Fui espreitar o meu passado amoroso e não consegui deixar de sentir vontade de ter toda aquela vontade outra vez. A verdade é que já fui TÃO amada enquanto amava, que é seguramente por isso que assim permaneço crente em amores reais, verdadeiros e cuidadores. Já tive quilómetros de palavras que nunca soaram a divagações. Já fiz planos mentais enquanto me impedia de apenas reagir e já adormeci TÃO confiante em mim e em quem amava, que as forças redobraram, ampliando a mulher que sei ser hoje. Já fui inocente, por algumas horas, enquanto tentava, em vão, esquecer o mundo e apenas ser e sentir. Já fui a pessoa mais importante da vida de alguém, porque soube de que forma dar importância a quem mudava os meus dias. Fui ao meu baú amoroso e não conseguia parar de sorrir, sentindo a alma mais quente pela certeza de ter dado e sentido TUDO o que me cabia. Fui lá atrás, mas apenas para me assegurar de que a palavra amor esteve sempre ao meu lado e que JAMAIS descurei, nem por breves segundos, quem me trouxe o que hoje ainda permanece.

Sei ser eu comigo. Sei usufruir da minha companhia e sei como sentir o que nunca me inibo de passar. Mas sou capaz de repetir cada palavra pronunciada com sentimento e verdade, recordando cada emoção e sentimento e colocando-os nos tempos e momentos certos, porque foi por eles que mudei TODA a minha via emocional. Fui moldada pelo amor que senti quando quase tinha desistido de o voltar a encontrar e é por ele que agradeço, todos os dias, não apenas pelo que me fez sentir, mas pelo que aprendi enquanto me doava.

Fui ao baú das memórias e percebi quando nasceu a vontade de colocar por palavras o que julgava já não conseguir conter dentro. O meu primeiro livro foi escrito à velocidade de todos os sentimentos que estavam engarrafados e que alguém despertou, libertando-me. Fui ao meu passado emocional, permitindo-me o que faço questão de manter guardado, mas apenas para me certificar do que mereço voltar a ter o que já me pertenceu. Tenho uns quantos agradecimentos a fazer ao homem que me trouxe de volta ao que sempre fui, e mesmo que não o saiba, sabe o quanto foi amado e TODO o amor que me ofereceu enquanto e pelo tempo que sonhou comigo. Recuei uns quantos anos, tantos quantos usei para crescer emocionalmente e  voltei a sentir todas as emoções que num dia frio de Dezembro me aqueceram a alma, devolvendo-a ao lugar onde se encontra ainda hoje.

Já fui MUITO feliz, mas soube-o sempre!

1.9.24

O Adeus que me coube!

setembro 01, 2024 0 Comments



O Adeus é um lugar solitário. A sensação do nunca mais, do fim e de outros começos, fazem-nos sentir falhados, pequenos e insuficientes. O Adeus, mesmo que inevitável, deixa-nos com a sensação de inevitabilidade e falta de controlo. O Adeus, quando acontece e até quando não o desejavas, leva partes de ti que nunca mais terás como recuperar. O Adeus tem um sabor do definitivo que gostarias de ter sentido se não tivesse terminado.

De quantos Adeus precisas para saberes que os sonhos que arriscaste sonhar nunca chegarão a acontecer? De quantas mais palavras amargas e impregnadas do azedume que nunca usas contigo ou na vida que escolheste viver, sempre contigo na dianteira, ainda precisas, para saberes que sempre soubeste o suficiente? De quantos dos toques que não te eram dirigidos coseguiste sentir, sozinha, o que NUNCA te pertenceu? De quanto mais desamor precisas para parares de precisar do NADA?

O Adeus que deverá ser decidido por ti, vai continuar a ser um lugar solitário, tal como foi toda a viagem que fizeste sem que o roteiro alguma vez tivesse sido escolhido por ti. Mas o Adeus, ainda assim, vai libertar-te da dor que te auto-infligiste e por isso acabarás contigo de volta.

26.8.24

Não te quero na minha vida!

agosto 26, 2024 0 Comments



Não és suficientemente bom para mim. Não gosto da tua forma de gostar e decididamente não gosto de ti. Não me acrescentas, apenas roubas o muito que fiz por amealhar. Não tens uma aura bonita e a tua alma está tão escurecida, que tudo o que fazes e dizes soa ao fel que te sai da boca, ampliado pela aspereza do mundo que te coube e para o qual me arrastaste. Não és suficiente para mim, por isso não te quero na minha vida. 

Todo o amor que te tive foi arrancado por ti, mas a dor continua a persistir, talvez para que mantenha vivos os rastos que deixaste, talvez para que me defenda melhor dos que arrisquem chegar, ou talvez apenas porque o meu tempo ainda não tenha chegado. 

Não és suficiente para mim, sei-o bem melhor agora. Não me me colocas o sorriso nos lábios e de cada vez que o conseguiste, não durou e não permaneceu. Não és suficiente para mim, até que já o sabia, mas acreditei que o amor moveria montanhas, tal como sempre li e sobre o qual tantas vezes escrevi, mas apenas para entender que a realidade supera, de longe, a ficção. Não és suficiente para mim e nunca o conseguirias, mesmo que tentasses e a verdade é que nem isso fizeste. Não és suficiente para mim e por isso o Adeus foi inevitável.

21.8.24

Quando é que o amor vai chegar?

agosto 21, 2024 0 Comments



Parece que precisamos sempre de dar nome às coisas, catalogando o que por vezes é tão somente um nada ilusório. Parece que somos sempre céleres a querer que tudo tenha uma explicação, ou um olhar que se identifique até à distância. Parece que nos tornamos tão previsíveis no que toca aos sentimentos, que acabamos a gastar de pouco tempo para ver além da cortina.


O amor tem tantas definições quantas as pessoas envolvidas, mas nunca será apenas um episódio  temporário, mesmo que o tempo conte ao segundo. O amor que nos envolve, o nosso por alguém, nunca crescerá na dor e desilusão. O amor como o entendo, tem sempre pontos em comum e as certezas que os apaixonados escolhem, porque apenas assim saberão permanecer e continuar. O amor é uma casa cheia de sorrisos e os cheiros que se colam nas peles que roçam uma na outra para se fixarem. O amor é o silencio necessário para quando nada mais precisar de ser dito e o barulho inevitável quando a necessidade de dizer tudo nos supere e transcenda. O amor NUNCA é a mentira, sob nenhuma circunstância, porque o amor não precisa de se defender, até porque NUNCA ataca. O amor é o que conheço bem e já consegui provar, e que sabor tinha a boca que não me dizia o que queria ouvir, mas o que precisava de saber. O amor que senti, mas que deixei ir, não me levou para lugares escuros ou de desalento, ao invés passou a servir de bitola para qualquer outro que chegasse.

Parece que já todos amámos uma vez que fosse na vida, mas bem maior e melhor do que sentir, é ter a certeza de que sentem de volta. Parece que os amores não se repetem, nem deveriam, mas se os amores que chegarem não nos deixarem saudades nem lembranças que se colem, então teremos que continuar a desejar que nos encontre, mas sem pressas nem receios que nos tolhem a visão quando estiver por perto.


18.8.24

Vejo-te nos meus sonhos!

agosto 18, 2024 0 Comments

Vejo-te sempre nos meus sonhos, mas apenas para perceber que é só lá que existes. Vejo-te com os olhos de quem ama e tem amor de volta, mas ele depressa termina, após cada acordar. Vejo-te com os sorrisos que me entram alma dentro e é a eles que me tenho agarrado para continuar a sorrir. Vejo-te nos meus sonhos e juro que te sinto de cada vez que te toco. És feito duma matéria que não se dissolve ao primeiro embate e tens a consistência dos que nunca exitam perante o que precisam de ser e de fazer. Vejo-te nos meus sonhos e raramente sinto vontade de acordar, porque neles, em cada um desde que te conheço, as dúvidas nunca me invadem, ao invés sou invadida por uma onda de certezas que me permitem a segurança dos que são amados. Vejo-te nos meus sonhos, mas é apenas lá que existes como preciso...

Contamo-nos mentiras sempre que queremos acreditar no que nunca existirá. Forçamo-nos a sentimentos que nos matam aos poucos, mas insistimos, na esperança de que se materializem. Atiramo-nos para lugares desconhecidos e acabamos cada vez mais estranhos, acedendo a que o norte se desregule. Lamentamo-nos após inúmeros lamentos, mesmo que saibamos o que precisa de ser feito. Contamo-nos mentiras, mas apenas para acabarmos com o que restou de nós e que até era bom.

Via-te nos meus sonhos, mas acabei por regular cada um, situando-me de forma corajosa, porque apenas me cabe viver na minha realidade. 

14.8.24

Mesmo que ainda não te ame!

agosto 14, 2024 0 Comments



Mesmo quando for difícil de amar, continua a amar-me pelos dois. Mesmo quando as minhas certezas te deixarem de respirar incerto, assegura-te de que estás a amar-me como esperas e precisas. Mesmo e quando não souberes do que já sei, promete-me que vais tentar entender e que não desistirás de me manter junto a ti. Mesmo que a minha dor atual te pareça impossível de curar, acredita que tens tudo o que preciso para parar de perseguir o arco-íris. Mesmo que ainda não te tenha dito de que forma me salvaste de mim, preciso que me leias com atenção e que não desistas do que me prometeste. Mesmo que ainda não te ame, sei que tens exatamente o que procurava quando achava já não estar à procura. Mesmo que as minhas palavras ainda te soem lentas e arrastadas, acredita que a minha velocidade de pensamento me levará para o meu lugar de sempre, e que lá, tal como desejas hoje, sentirás porque motivo te faço sentido e deixo tudo com sabor a certo. Mesmo que as minhas defesas estejam demasiado altas e alertas, não te permitas duvidar de quem sempre soubeste que eras, porque apenas a tua certeza me impedirá de fugir. 

Obrigada por teres estado sempre aí, até quando não te consegui sentir!

11.8.24

Julguei...

agosto 11, 2024 0 Comments



Juguei que precisava de amor quando te conheci. Achei que me fazia falta ter quem me preenchesse o coração na altura tranquilo e resignado. Sonhei, muitas vezes depois dos nossos primeiros beijos, que beijar-te iria ser simples e revelador do desejo de ambos. Acreditei, porque era crente no amor que começava a sentir, que me saberias amar de volta, mas percebi, bem cedo por sinal, que amar é uma escolha consciente e que tinhas escolhido, conscientemente, não precisares de o fazer.

Juguei, num qualquer dia que já me parece TÃO distante, que teria o que nos bastaria a ambos e que juntarias o que eras e sentias, de forma voluntária, para que o que escolhessemos construir fosse à prova de vida. Achei que tinha avaliado bem a pessoa que me pareceia ter "achado" num Universo de tantas almas sedentas de amor, mas na verdade tinha sido apenas eu a desejar o que nunca chegou. Sonhei acordada e em muitas noites demasiado longas, que o sonho se materializaria e que NADA do que não sou me seria pedido, porque sou única e não carrego o que outros "modelos" tanto te parecem interessar. Acreditei, ainda por algum tempo, que me saberias encontrar no meio da multidão, mas a tua cegueira não era temporária.

Juguei que já sabia o suficiente sobre a natureza humana, mas apenas para perceber que só preciso de me conhecer para que o resto se encaixe. Julguei que tinha encontrado o amor que me serviria, mas na verdade apenas me atirei para o deserto emocional onde me encontro, mesmo que com a esperança de não me perder.