4.11.24

Quanta falsidade precisas de sentir?

novembro 04, 2024 0 Comments



A falsidade é a nova doença do século e com ela chegam outras tantas que nos deixam, aos que não a usam como se dum fato se tratasse, com a sensação dum alívio que se cola por estarmos imunes. Quanto mais falso te tornas, tornando todos à tua volta meros utensílios da tua insatisfação crescente e desmedida, mais oportunidades dás para que te afastem para sempre.

Não sei de que forma entender ou equacionar as mentiras que alguns permitem que se colem às suas peles gastas de tanto esfregarem o ego insaciável. Não sei sequer se sabem o que fazem e a quem, fazendo-o a si mesmos em primeira instância. Não sei do que padecem para estarem a contaminar quem se aproxima, mas não planeio saber em demasia, porque muito provavelmente me adoeceria a alma.

A mentira que nos contamos enquanto exalamos outras que apenas alguns sentem, estão a retirar-nos o poder de escolher e de decidir, porque existem outros tantos iguais e ansiosos pela dança do faz-de-conta. Os cenários que visualizamos, mas apenas nos quintais dos que pouco nos refetem, nunca são usados para mantermos os nossos "limpos" das ervas daninhas que nos engolirão eventualmente.

Já sei mais do que acreditava possível sobre os que nada parecem saber da vida que lhes coube, renegando o enorme privilégio de andarem por aqui de cara lavada e sem precisarem de a esconder. Já sei, soube-o algo à força, o que nunca serei enquanto outros aceitam ser tão pouco. Já sei que preciso de bem mais para ter o suficiente, porque nunca me bastará o pouco que apenas largaria algumas pinceladas nos quadros que eu mesmo pretendo pintar. Já sei quem sou, os outros que façam o mesmo!

1.11.24

Nunca é nunca!

novembro 01, 2024 0 Comments



Nunca saberás quem sou e jamais, no tempo que deixou de te sobrar, soubeste quem era e o que poderias realmente ter de mim. Nunca procuraste alinhar-te com o que na verdade também tenho, igual a muitas outras, mas com bem mais caminho percorrido e uma existência que não se limita a estar, a replicar ou a imitar. Nunca me procuraste pelo sabor, mesmo que de alguma forma te tivesse encantado, quiseste apenas misturar o meu, na vã tentativa de conseguires alguma receita infalível que te enchesse o enorme vazio de que és feito. Nunca me envolveste em palavras que apenas usasses comigo e nem o facto de ouvires o que ninguém mais te sabia dizer, te deixou com vontade do que era genuíno e sem qualquer imitação. Nunca deste um passo intencional e que te pudesse levar a algum lugar diferente dos que sempre fizeste. Nunca me desejaste por mim, ou sequer pelo que tinha, ao invés desenhaste uma pessoa que teria que servir a tua. Nunca disseste uma verdade que abafasse todas as inequívocas mentiras e nunca mais fose capaz de te redimir do que nunca quiseste, não com a intensidade como que te quis. Nunca tive pedidos de desculpa genuínos e seguramente terá sido por isso que nunca te consegui perdoar.

29.10.24

Será que já o sabia?

outubro 29, 2024 0 Comments



Sem saber, sentia saudades de ser cortejada e dos olhares que se pousam de forma intencional e definida. Estava afastada, há algum tempo, da proximidade que se cria quando alguém no deseja e sem o saber, estava a fugir do que teria que me encontrar. Sem saber, deixei de saber de mim e de quem me consegue fazer bem, arrastando dias sem sabor e sem sons que me reconfortassem. Sem saber e quase que por um triz, estava a deixar fugir um amor maior do que consigo sentir.

Gosto tanto de saber onde entro e por onde nunca poderei entrar se mo for negado uma vez que seja. Gosto de dar permissão a quem me permita ser e estar e gosto, TANTO, que TUDO seja natural e simples, que por norma descomplico e asseguro-me de que estou a ser quem preciso de receber. Gosto tanto de sorrisos sem segundas intenções e de palavras que não escondam outras tantas maliciosas e "inverdadeiras", que NUNCA arrisco as mentiras que me queimariam bem mais. 

Sem saber estava apenas a preparar o caminho que me traria quem levei, quando me estava a levar sem esforço, porque nunca me esforço por ser outra que não eu mesma. Sem saber já sabia de tudo o que me caberia quando tentei caber num mundo que não me pertencia, mas apenas para perceber que o meu é bem mais completo e colorido. Sem saber e olhem que sei de muita coisa, estava a deixar entrar o amor outra vez.

26.10.24

E para quando o amor?

outubro 26, 2024 0 Comments


Se não aceitas o fim, jamais poderás ter recomeços!

O amor alimenta-nos muito para lá de tudo o que julgamos precisar, mas a verdade é que somos capazes de o desarredar de nós, sendo completos e felizes. O amor deve chegar para nos preencher o coração, esse orgão tão exigente e insaciável, mas sabemos já, por experiência ou assunção, que até sem amor continuará a bater. O amor é o que almejamos nós, os comuns mortais, acreditando que existirá alguém que nos é destinado, mas aprendendo, nem sempre da maneira mais fácil, que o "tal" poderá nunca chegar. O amor, que nos vai trazendo representações mais ou menos desejáveis, apenas deixará o que já tivermos e apenas levará o que não nos fizer falta.

Se não te reconheces na forma como te apresentas quando acreditas estar a amar, lamento, mas ainda não estás a ser devidamente amada.  

19.10.24

Quem és sem ninguém?

outubro 19, 2024 0 Comments



Alguém sem ninguém não é nada, nem tem o que faz tudo valer a pena. Alguém sem dar amor, ou sem o conseguir sentir, acaba com a sensação de vazio que esvazia até os pensamentos mais puros e naturais. Alguém que não sente a verdade em quem escolheu, acaba numa solidão que ninguém deseja alimentar, mas que cresce e ofusca tudo o resto. Alguém que acaba sozinho por não se sentir acompanhado em nenhum ponto da viagem, vai sem saber quando regressar, mas entendendo que quando o fizer, estará mais preparado e forte.

Como será ser amado por quem se ama? Ao que saberão os sabores que já se terá dentro, mas que não parecem chegar a quem os poderia devolver? Como será ser amado sem dor, nem mágoas que perdurem para lá das horas de dias cada vez mais longos? Como será não ter apenas questões sem resposta?

Alguém que continue sem ninguém por escolha, mas apenas por ter escolhido a serenidade e a luz, seguramente que acabará a receber o que merece!

14.10.24

O que é que quero?

outubro 14, 2024 0 Comments



Quero voltar a dançar com quem dance comigo. Quero voltar a sentir o amor a invadir cada veia que já insuflei do muito que tenho para partilhar. Quero alguém que queira surfar nas mesmas ondas e que não sinta qualquer receio de arriscar. Quero ser olhada à primeira, vista logo de seguida e desejada em simultâneo. Quero que não precisem de me explicar o que sentirei sem dúvidas e quero que as palavras não sejam necessárias, porque tudo será dito com o olhar. Quero a impossibilidade do que é possível, porque quero querer sem reservas nem medos. Quero entender do que pensa quem pensar em mim e quero que os meus pensamentos nunca fiquem enublados, por acreditar que pensamos da mesma forma e ao mesmo tempo. Quero gargalhadas que me iluminem e reflitam e quero sorrisos que complementem o que a minha boca saborear. Quero saber que vou para quem me acolhe e que caibo segura nos braços que fazem bem mais do que abraçar. Quero histórias e memórias que não tenha que esconder ou arrumar e quero gavetas que ninguém se recuse a fechar. Quero quem me traga o sol quando chover e já agora a lua para me iluminar.

Quero o impossível, alguns dirão, mas sei que é isso mesmo que vou continuar a querer.

12.10.24

Riscos que riscam uns quantos items!

outubro 12, 2024 0 Comments



Sabes qual é o maior risco que se corre quando o desamor se instala? É o de desistir. Desistir de querer, de precisar e de esperar!

Há uma sensação boa que nos invade quando somos apenas nós, sem demandas que ninguém atende, porque nos atendemos a nós mesmos. Os dias passam a ser gentis com a nossa solidão e cada passo dado em silêncio, mas que já não é ensurdecedor, leva-nos para onde queremos verdadeiramente estar. Os planos são faseados e o tempo passa a correr a um ritmo que poucos interrompem, porque a vida continua a acontecer. Os sorrisos enfeitam-nos os lábios pelos motivos mais incríveis e inexplicáveis, mas também já deixámos de precisar de explicar o que quer que seja,

Sabes o que receava quando e de cada vez que me apercebia da realidade que nem sempre criei, mas que me escolheu, que foi a de ser apenas eu? Que acabasse por me habituar e ainda gostasse. E não é que gosto? Gosto de não ter que me explicar e gosto de já não precisar de nenhuma explicação. Gosto de ser a que determina TUDO o que me serve, mesmo que por vezes, e inevitavelmente, me sirva mal. Gosto de não precisar de gostar de quem nunca se fez "gostável" e de me permitir deixar de gostar de quem não gostou de mim genuinamente. Gosto de exercer o único super-poder que me foi atribuído, o livre arbítrio.

Sabes qual é o maior risco que se corre quando já sabemos quem somos sozinhos? O de já não precisarmos de ninguém, não no que ao amor diz respeito, talvez porque nos passemos a amar ainda mais.