30.6.18

Quando deixas de ser apenas tu...

junho 30, 2018 0 Comments
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Quando deixas de ser apenas tu e já não tens que pensar ou repensar o que fazes, todos os dias, deixas de poder debitar, sem qualquer regra, o que te vem de dentro, mesmo que não seja inteiramente teu.

Ter alguém que te chega e irrompe pela vida que pretendes construir e manter, nunca será tarefa fácil, porque carregamos histórias, experiências, as nossas e as dos outros, que por vezes nos deixarão confusos e menos capazes. Ter alguém que certamente será duas ou três pessoas, tal é a carga que carrega, requer sensibilidade, atenção ao detalhe, muita confiança, em nós sobretudo e amor aos quilos.

Tu chegaste meu amor, para receberes o tanto que eu carrego. Sou um ser diferente, porque me construí assim, quando e enquanto achava que jamais, em algum momento, iria ter por perto quem realmente quisesse permanecer e permiti uma transformação que me transformou, nisto.Vais ter que me ajudar a ajudar-te, descansando o teu coração agitado de cada vez que eu revolver as águas.Vais ter que te manter forte e determinado, sabendo que sou a mulher que precisas, a tua e a que mais ninguém tem.Vais ter que encontrar defesas, definir estratégias, para viveres e conviveres com a mulher que esbarrou em ti, porque ela, eu, já não tem forma de parar de te amar.

Quando deixas de ser apenas tu, porque muito do que pediste chegou, passas a encontrar tudo no lugar certo e a relativizar o que antes te parecia tão importante, mas também sentes que o mar nunca mais sossega e que as marés funcionam ao contrário. Quando deixas de ser apenas tu, recomeçar é o que se impões a cada novo dia e é bom que saibas como...

28.6.18

Nunca desisto ...

junho 28, 2018 0 Comments

22nd Century Ophelia, from the Barrier series by photo studio Staudinger Franke.


Nunca desisto dos outros, mesmo que me digam que para ser feliz os devo deixar ir e  desistir de tentar perceber de que forma são feitas outras emoções que não as minhas. Nunca desisto, porque preciso, em todos os momentos, de saber quem tenho, com quem me relaciono e o que posso esperar.


Cada um de nós carrega a felicidade como lhe dá mais jeito e como se encaixa melhor, porque não podemos, ou não devemos, andar por aqui apenas para deixar que o tempo e os outros passem. Saber quem carregamos. Saber com quem podemos contar. Saber quem nos quer, e de que forma, poderá até não nos fazer felizes, mas pelo menos justifica a nossa infelicidade.

"Não analise, divirta-se", tive eu a oportunidade de ler hoje, mas não me serve de todo. Se estivermos a falar de relações com quem nos importa, com os que nos são próximos, então saber é necessário. Saber o que sentem e como sentem. Entender as suas variações de humor. Saber das incapacidades, ou do muito que acabam a conseguir. Não posso deixar de saber, não tenho como deixar de ter quem faz a diferença na minha vida, isso não seria sequer saudável. CLARO que o mais fácil será sempre não saber. Cuidar dos outros dá trabalho, tanto ou mais do que cuidar de nós mesmos, mas nunca desisto de o fazer quando sei e sinto que vale a pena.

Nunca desisto, até ao momento em que desistir me seja imposto. Nunca desisto até perceber que não há mais nada que eu possa fazer. Nunca desisto quando amo, mas desisto de entender quem desiste de mim

25.6.18

Sei que te amo. Sei e pronto!

junho 25, 2018 0 Comments
Foto de Casais Inspiração


Sabes que te amo? Nunca deixamos de nos perguntar e a resposta é, invariavelmente, a mesma para um e para o outro. Sei pois!

Tenho que saber, porque tu fazes questão de me lembrar mesmo que não seja possível esquecer que me queres desta forma. Tens que o saber tu, porque nunca me inibo de o dizer, vezes sem conta, as mesmas que preciso, eu mesma, de saber porque razão sei de ti assim.


Já sei tantas coisas sobre mim desde que entraste e te instalaste. Sei que passei a estar pronta, que os meus medos se reduziram e que a minha coragem, sobretudo a de te seguir, passou a um estágio que não poderá ser interrompido. Sei que acrescentas o que me faltava e que deixas tudo o resto com uma pequenez que assusta. Sei que já ninguém me absorve como o fazes e que a minha paciência, a tal que vim trabalhar, se ampliou para os que sabem do amor, e diminuiu substancialmente para os que ainda duvidam. Sei que me deixaste mais atenta, sobretudo ao que passo para ti porque estás em primeiro lugar, bem ao meu lado e porque nunca usarei, de forma ligeira, o que não te aligeirar o coração. Sei que por ti e contigo tudo o que conquisto tem um sabor muito especial e que as nossas regras, as que vamos criando a cada dia, servem para que nos continuemos a servir, amando-nos da forma que o outro sente, sem qualquer réstia de dúvida.


Tanto que sei já e tanto que vou precisar de saber ainda, para que fiques no lugar certo, para que nunca precises de perguntar duas vezes e para que sintas, com toda a naturalidade, por que razão te quero como apenas eu consigo.

O que ainda não se, e continuamente pergunto, sempre que olho para um passado que serviu de muito e que fez de mim tudo o que sou hoje, é porque não antes, porque não sempre, e porque não a minha vida toda. Pergunto-te onde andaste para que não te tivesses cruzado com a única mulher que te foi confiada, logo que pisaste este pedaço de tempo que teria que ser nosso. Ainda vou fazendo umas quantas perguntas, mas algumas até já sei responder. Sei que te amoSei e pronto!

22.6.18

Quando é que te importas?

junho 22, 2018 0 Comments
Marriage was never meant to be a power struggle: It was meant to be a power union. -John and Lisa Bevere


Não esperes receber o que nunca estiveres disposto a dar! 

Todos os dias do ano são dias importantes, para te dares a ti inteiro e para pedires aos outros de igual forma. Todos os dias alguém precisa de te ouvir, de ter o teu conforto, de sentir o teu cuidado, mesmo que pequeno, mas sendo constante. Todos os dias choramos e rimos, sofremos de dores mais ou menos intensas e temos vitórias que por vezes ninguém reconhece. Todos os dias amamos e somos amados, ou tão simplesmente desejamos um amor que nunca irá chegar.

Foca-te mais nas pessoas, nas emoções e no quanto te tornarás mais rico com cada uma. Não guardes para amanhã o desculpa, ou o amo-te. Não te recuses e aos outros as explicações, ou o NÃO que as deixará continuar a viver. Não esperes que de repente, do nada,  te venham dizer o quanto és importante e como realmente fazes falta, se nunca estiveres presente, preocupando-te. Não te impeças de caminhar na direcção do outro, oferecendo-lhe o abraço que vos beneficiará a ambos. 

Quando te sentires capaz de oferecer, todos os dias as palavras que chegam de dentro de ti e que carregam os sentimentos que inundarão os outros, então terás de mim tudo o que há muito sou capaz de dar. Todos os sentimentos que pretendo que cheguem até a ti quando estás mais frágil, quando choras, quando dás gargalhadas sonoras, quando amas e até quando odeias. Estou SEMPRE aqui, porque eu importo todos os dias do ano e porque és quem me importa, todos os dias do ano.

Desejo-te, porque só assim faz sentido, paz para hoje, mas tudo o resto para amanhã!

21.6.18

No que é que te apoias, ou em quem?

junho 21, 2018 0 Comments

High-fashion model portrait. #portrait More                                                                                                                                                                                 More

Sempre que precisas de recolher, de parar e de repensar, para onde te refugias, ou em quem?


Tu és das que "lambe as feridas" sozinha, ou das que tem uma retaguarda bem posicionada, com grupos de apoio que acorrem para ajudar na desgraça? Na realidade não importa a forma, ou o meio, o que importa mesmo é o resultado e quanto tempo levas para te resolver.

Não podemos ser ilhas. Não devemos isolar-nos de cada vez que estivermos de asas partidas, porque isso apenas faz estender o processo para lá do razoável, ampliando uma dor que até conseguiríamos minimizar mais rapidamente. Não nos devemos encolher, porque falar de nós, do outro, e do que nos magoa, alivia e permite respirar de forma mais tranquila. Não nos devemos recriminar, não quando sabemos que tentámos e que corremos atrás do que nos fez voltar a sentir vivos quando demos tudo de nós.

Será que pensas nisso? Será que te vem de forma consciente a resposta à pergunta, no que é que te apoias, ou em quem, de cada vez que sentes o teu chão fugir?

Todos nós precisamos de redes de suporte, porque por vezes caímos mesmo e de forma violenta,
partindo cada pedaço de auto-estima. Todos nós precisamos de abraços sinceros, mesmo que apenas envoltos em palavras e colos disponíveis. Todos nós precisamos de precisar de alguém, sobretudo para percebermos que não estamos sós.

Eu tenho a resposta para a pergunta e esse facto, por si só, consegue deixar-me tranquila o bastante para não querer questionar mais nada!

19.6.18

Estou decididamente mais velha!

junho 19, 2018 0 Comments
M O T H E R S http://www.prettydesigns.com/


Estou decididamente mais velha e por consequência mais frágil, porque tudo o que se me foge dos dedos, agora e de cada vez que não tenho forma de manter seguros os meus, torno-me minúscula, apagada e inundada de um medo que me assusta. Já sei muito mais do que antes. Já aprendi o que nunca julguei ser possível e sinto ter dado imensas voltas a um mundo que ainda não conheço, mas que amplia o meu, aquele que tenho diariamente. Já não questiono tudo, mas continuo a querer saber cada vez mais, e é por isso que sei que o meu papel de mãe vai ter que ir diminuindo, tornando-me desnecessária, mas a precisar que os passos que vi serem dados pela primeira vez, sejam tão seguros que as minhas mãos já não tenham que se estender para os segurar, impedindo-os de cair. Sei que as escolhas, de lugares, profissões e amores não me pertencem, mas vou continuar a desejar que não tenham que me ser arrancados para prosseguirem, esperando que a minha espera termine e que cada um esteja exactamente onde escolheu.

Já aprendi que não sou primeiro mãe, ou apenas e sobretudo mãe, mas sou a responsável, ainda, pela luz que procuram para encontrarem o caminho. Sei que ainda terão que se alimentar do que já armazenei, para que depois, quando se sentirem prontos, mais nada de mim será essencial, apenas importante e aqui, onde estou e me manterei até que já não esteja mais. Sei que ainda precisam de me fazer muitas perguntas e de beberem do que lhes dará sede, agora que são jovens adultos e que se começam a modelar. Sei que vão começar a contestar aquilo em que acredito, porque já serão capazes de acreditar para além de mim. Sei que ainda lhes faço falta!

A idade não me trouxe menos mobilidade ou sequer registos físicos demasiado visíveis, mas está a trazer-me o medo de precisar de ter medo para conseguir reagir. A idade deixou-me sem medo do que me poderá acontecer, mas desde que nada aconteça aos que prometi amar, cuidar e proteger no segundo em que os olhei. A idade está, contraditoriamente ou da forma certa, a ensinar-me que a minha paz, em mim e por mim, não me sossega do turbilhão dos que ainda agora começaram a andar sozinhos.

Estou decididamente mais velha e a prova disso mesmo é que agora sei que já não há como aninhar debaixo das minhas "asas" quem teria que deixar ir, não dói, assusta...

17.6.18

Testes ou sinais?

junho 17, 2018 0 Comments
VK Art and Colours


O que é que recebemos afinal, testes à nossa perseverança, ou sinais, para que consigamos sobreviver ao que ainda seria mais catastrófico se chegasse mesmo a acontecer?

Gostamos da vida a correr de forma segura, confiável e a sermos capazes de planear sem demasiados desvios de rota. Gostamos, eu pelo menos sei que gosto, de saber a que horas inicio a viagem e a que horas me espero de volta. Gosto de cuidar, sendo a que permite e faz acontecer, mas existem momentos que não me pertencem e com os quais posso fazer muito pouco, a não ser aceitar.

Testes ou sinais? Respostas às perguntas que não verbalizamos, ou apenas consequências de sucessivos adiamentos e indecisões?

A vulnerabilidade assusta-me. A incapacidade de tirar da cartola o que melhoraria o dia, quase que me afoga em desespero. O não poder dar, quando sou a que dá sempre, dirigindo quem ainda de mim depende, enfraquece-me os músculos que se recusam a mover.

Testes ou sinais? Alguém ou algo que nos cuida, não importa a forma, ou apenas a consequência de adiamentos que não teremos forma de adiar verdadeiramente?

É em momentos assim, nestes em que existe pouco que possa fazer e em que a vontade de desatar a correr, mesmo sem saber para onde, que me recordo da minha humanidade. Afinal também eu preciso que me segurem e tranquilizem. Pois, mas a serem testes, por esta altura já existirá a confirmação de que conto mesmo com muito pouco, não sou eu a  inventar. A serem sinais, espero sinceramente conseguir interpretá-los, rapidamente.