30.7.22

O preço de tudo!

julho 30, 2022 0 Comments



E porque tudo tem um preço, sobretudo emocional, vamos ter que começar a perceber quanto pagamos para sermos nós, para estarmos no nosso lugar e para prosseguirmos na direção a que nos propusemos!

Pagar para manter o que nos mantém, não nos defraudando, não mais do que conseguimos aguentar, certamente que será uma das soluções. A irreverência, a teimosia desmedida e a ideia de que podemos tudo, quando e de cada vez que quisermos, é apenas teórica, porque a vida prova-nos exactamente o contrário. Tudo vem com etiquetas, umas de valor inatingível e outras bem mais acessíveis e possíveis de pagar. Tudo o que conhecemos aqui, neste lugar que é tão nosso quanto o queiramos pensar, deve ser pago e por vezes com a própria vida, não numa morte física, mas numa bem mais dolorosa, aquela que nos esventra a alma e nos desgasta o espírito.

O preço de tudo o que nem precisamos de comprar limita-nos os desejos, os sonhos, os sorrisos e a capacidade de acreditarmos que não ficaremos sozinhos, por isso pagamos e voltamos a pagar, com juros altos, aqueles que se embrulham na venda de nós mesmos. O preço de tudo que alguns vão colocando subindo a fasquia do viver tão alta, que o mais fácil na maioria das vezes é mesmo pagar, sem olhar para trás e seguir como seguem todos.

Pago os meus consciente de que estou errada, mas que no erro pouco mais poderei fazer, porque não me cabe a força do mundo e porque sozinha não terei como o mudar. Sei o preço que pago por me atrever a ir sendo eu, da minha maneira, mas essas contas terei que prestar a mim mesma, mantendo a esperança de que o saldo vá sendo positivo e que pelo menos a alma permaneça comigo e no meu corpo. Pagar até que pago, mas vou exigir igual retorno no investimento. 

A que preço te tens vendido, será que sabes?

29.7.22

Vai devagar!

julho 29, 2022 0 Comments



Vai devagar, chega de mansinho ao teu lugar, mas de forma determinada, a saberes o que importa e quem. Vive mesmo todas as horas, não como se fossem as últimas, mas sim as primeiras, porque os começos têm um sabor especial. Escolhe devagar e segue a tua lista mental, não abdicando de nenhuma prerrogativa, porque se o fizeres acabas com mais do mesmo, cruzando-te com as mesmas pessoas. 

Vai devagar, mas decide rapidamente e não te encolhas perante o que já sabes ser teu e à tua maneira. Vai devagar, mas vai ter com quem te importar e fizer sentido, porque se deixaste de querer esperar, então só pode significar que estás pronto.


28.7.22

Não e não mesmo!

julho 28, 2022 0 Comments



Não carrego o peso dos outros, nem me esforço por resolver o que não me cabe; Não tento compreender para agradar, porque não me agrada que ainda tantos não saibam como se entender; Não me foco na vida que não terei forma de viver e escolho viver a minha tranquilamente e com sabedoria;

Não me volto para trás à procura do que perdi, escolho antes encontrar o que me pertence; Não perco tempo a justificar-me, até porque alguns não saberiam o que fazer comigo depois; Não ofereço a outra face e já estou demasiado longe da santidade, por isso não espero converter ninguém; Não descarrego as minhas dores em quem quer que seja, lambo as feridas, continuo de sorriso em riste e confiante na cura interior; Não magoo para me sentir mais forte, até porque a minha força está na generosidade, mas cuidado, não "cutuquem" a leoa; Não tenho pressa de coisa alguma, mas não permito que me atrasem a caminhada; Não sou muito diferente, nem melhor, sou apenas e tão só igual a mim mesma e essa, se conseguires ver, vais seguramente querer conhecer!

27.7.22

Será que se acreditares consegues?

julho 27, 2022 0 Comments

 


Quando o que te dizem te toca e faz sentido, passas a acreditas em cada palavra, conseguindo superar pequenos, grandes nadas, ampliando a tua disponibilidade, aceitando e incluindo mais um. Os que estão na fase dos recomeços e os que terminaram, achando que não voltariam a desejar ou a serem desejados, entendem do que falo!

Chegamos a uma fase, alguns de nós, em que apenas queremos TUDO, não aceitando menos de nada, mas arriscando a nunca chegar, a nunca ter e a nunca encontrar. Queremos o que não conseguimos ter antes; Queremos emoções que se diferenciem de tudo o resto; Queremos ser apenas nós em tudo o que pertence ao outro e queremos não duvidar, sentindo que nos conseguem entender de cada vez que alguns medos se instalam, mesmo que infundados. Porque é que complicamos o simples? Porque é que magoamos quem nunca nos magoou, abandonando quem nos ama? Porque deixámos afinal de acreditar? Talvez porque tivéssemos permitido que o cinzento do inverno ofuscasse as cores do verão, ou tão simplesmente porque nos cansámos de querer o que ninguém parece ser capaz de dar.

Se acreditar fosse fácil, se ouvir trouxesse os sons que esperamos e se aceitar o outro nos sossegasse... Tantos "ses", os mesmos de sempre! 

Se acreditares conseguesfoi sempre o que me ensinaram e é o que oiço repetir até à exaustão. Se acreditares consegues deixar-te ir, permitindo que pensem um pouco por ti, o bastante para que parte do teu peso, o de querer sempre fazer bem, se aligeire. Se acreditares consegues perceber que haverá quem te queira realmente e precise de te incluir para que fiquem ambos no lugar certo. Se acreditares consegues ser bem mais feliz do que és agora!

26.7.22

Barragem do Castelo de Bode!

julho 26, 2022 0 Comments

Sue Amado´s photo


As noites nunca são iguais, algumas ficam na memória pelos lugares, outras pelas emoções, desilusões, sonhos concretizados e esperas que também desesperam, mas as noites irão sempre acontecer, pelo tempo que cá estivermos.

A pequenez de que NÃO sou feita!

julho 26, 2022 0 Comments


Já há muito que desisti de explicar a sensação que se cola, de forma impiedosa, sempre que tenho razão. Desisti porque a solidão que se instala quando sou desapontada, sabendo que o seria eventualmente, é apenas isso, solitária e demasiado real. Desisti porque sou forçada a aceitar, dia-após-dia, que existem pessoas com uma fragilidade que lhes fragiliza o carácter e a vontade de serem melhores todos os dias. Desisti porque não posso tomar as dores que não me pertencem, mesmo que me magoe a pequenez e a incapacidade de se olhar para o outro, vendo-o. 

Há muito, muito tempo, a escuridão quase que me consumiu e tentou roubar a minha tranquilidade, a que coloco em tudo o que faço, porque a sensação de liberdade que conquistei faz de mim a pessoa que pode verdadeiramente ser livre. Há muito que aprendi a reconhecer os que já não têm salvação, mesmo que os seus graus de perdição ainda me surpreendam. Há muito que passei a conseguir perdoar todos os que não quero no meu caminho, seguindo com o que tenho que continuar a fazer. Há muito que tomei nas minhas mãos o dever de manter seguros os que amo, guiando-os para que também eles saibam o que significa saber quem é importante, amando-os, respeitando-os e oferendo-lhes o tempo que receberão de volta. Há muito que aprendi a dizer NÃO de cada vez que sentir que o que me oferecem não me melhora.

A pequenez de que NÃO sou feita impede-me de ser isso mesmo, pequena, quieta quando deveria estar a esbracejar e revolta sempre que o mar estiver demasiado parado. Agora sou tudo a que tenho direito, porque o que tenho dentro de mim apenas a mim pertence. Agora cumpro as minhas promessas e vou só até onde tenha como voltar, a mim. A pequenez de que NÃO sou feita permite-me ser grande o bastante para não olhar duas vezes para o mesmo lugar escuro e sem vida.