29.6.24

Nunca me bastarei!

junho 29, 2024 0 Comments

Nunca deixei de me renovar, sempre e de cada vez que me senti diferente, mais habilitada e pronta. Nunca me acomodei às emoções negativas, mesquinhas e incoerentes, porque assim o serão as pessoas menos dotadas e mais pequenas. Nunca me atribuí culpas que não eram minhas para sentir, ao invés senti-me ainda mais confiante de que o meu modelo é o correto, até porque me define. Nunca desarredei o amor verdadeiro do meu caminho e é por isso que sei, com total certeza, que me encontrará.

Os anos têm passado por mim com enormes lições, as que analiso até à exaustão, não vá perder-me de mim e do que já conquistei. Os amores, esses, foram chegando a bambolear, querendo-me pelo que sou, mas incapazes de aceitar o que tenho. Os sabores, os tons e os olhares que me atrevo a testar, têm testado os sorrisos, os choros e até os medos, porque destes últimos não fujo, apenas os enfrento.

Nunca me disse um NUNCA redondo, não,

porque já aprendi o suficiente sobre mim e os outros. Mas nunca deixo de dizer os NÃOS que me salvam sempre de quem apenas diz sim para sentir validação e segurança. Nunca mais serei a mulher de ontem, até porque nada no meu hoje me impede de alcançar aquela que decididamente serei amanhã.

16.6.24

O que sou por palavras?

junho 16, 2024 0 Comments


Escrever é um estado de alma. Colocar-me em palavras, uma necessidade. Usar os sons que os pensamentos me oferecem, um privilégio, mesmo que me "martele' sozinha, perante a incapacidade de parar de pensar.

Tenho tentado aceitar as minhas diferenças, impedindo os outros de me tabelarem e de procurarem por um modelo que nunca teve forma de existir, talvez porque os criativos desenhem um mundo imaginário. Tenho tentado fazer mais sentido, até quando não pareço romper as barreiras que a maioria usa, por defesa e receio de não pertencerem. Tenho tentado desvalorizar quem não me aceita ou inclui, seguindo por trilhos que me impeçam de me perder de mim. Tenho até tentado amar quem não me ama, mas nem sempre fui bem sucedida...

Escrever afasta-me das inutilidades, das futilidades e visões afuniladas. Escrever descreve-me e leva-me, antecipadamente, aos lugares onde terei que estar. Escrever, usando o que aprendi, seguramente que servirá a alguém, nem que seja para alimentar sonhos ditos impossíveis. Escrever é o que NUNCA poderei deixar de fazer.

2.6.24

Ai se eu pudesse...

junho 02, 2024 0 Comments



Se pudesse regressar àquele dia, a um em específico e a muitos outros que me moldaram e trasformaram, nem sempre para melhor. Se pudesse parar de chorar pelo que foi feito e por tudo o que deixei de fazer, acreditando que estava a usar das melhores e maiores razões. Se pudesse ter dado mais colo, abraçando-me no porcesso. Se pudesse não ter alguns dos arrependimentos que me deixam "caída" e sem o norte que sempre encontrei, até quando percorria caminhos novos. Se pudesse preencher o vazio que se instalou quando me afastei de mim e desatei a perseguir fantasmas. Se pudesse...

O meu corpo foi quase sempre sentido de forma estranha, como estranhos eram os sentimentos que guardava para mim. A minha mente nunca se aquietava e a velocidade que imprimia e imprime até hoje, deixava todos os outros para trás. Fui sempre estranha para muitos dos que procuravam a normalidade para poderem, de forma aparentemente normal, lidar comigo, porque nada do que sonhava se encaixava nos sonhos que escolhiam partilhar, mas que eram apenas cópias de tantos outros. Nada do que dizia lhes soava a natural, porque ser natural, aparentemente, é pertencer.

Se pudesse ter dito, mais vezes, o quanto importavam os que sempre irão importar para mim, a mulher que tão bem usa as palavras, talvez não me fossem cobradas as reações que nunca serão as minhas. Se pudesse ser igual a todos os outros, assim o escolheria, porque ser diferente afasta-me dos que nunca saberão o que fazer comigo. Se pudesse voltar a colocar numa tela virtual, tudo o que fui, senti e passei enquanto fazia o que sempre soube fazer melhor, amar, teria como provar quanto cuidado, toque, vida e tempo ofereci. Se pudesse rebater as inverdades que o desalento, os medos e a dor do crescimento provocam, não teria como ser julgada por falhas que NUNCA me poderão ser atribuídas. Se pudesse, neste preciso momento, abraçar-te forte e sussurrar-te ao ouvido o quanto te amo, porque o fiz no mesmo segundo que te vi, SEI que não terias como duvidar.



21.5.24

O que sempre quis ser?

maio 21, 2024 0 Comments



Toda a minha vida quis ser escritora. Todas as horas dos dias que prolongava quanto pudesse, eram envoltas nas palavras que lia, esperando também poder escrevê-las. Toda a minha infância, mal soube juntar palavras, foi enfeitada pelo que acreditava e ainda acredito, ser a forma mais nobre de melhorar a nossa existência. 

Passar pelas palavras, ouvindo-as com atenção, tem facilitado o meu percurso, mas dificultado a percepção dos que as embrulham de forma aparentemente bonita, mas apenas para poderem usar e amassar os que ainda acreditam no amor tal como deveria ser, simples, único a cada relação e pleno do que nos alimenta mais do que qualquer outro suplemento. Teclar, como hoje faço, é apenas a extensão do que represento para mim em primeiro lugar e para todos quantos escolho manter no meu círculo. Escrever porque me consigo sentir melhor enquanto estou a receber do que aparentemente recebem os outros, até pelos que mantêm as mãos vazias. 

Toda a minha vida acreditei que esbarraria em que me impelisse a escrever sobre mim em cada conto ou história inventada. Esperava, numa espera que não termina, por quem me soprasse aos ouvidos as mesmas palavras que tantas vezes replicava e das quais não me canso, não ainda, porque estaria a desistir do que me move. Todos os livros que devorei, ensaiando os sons que um dia seriam os meus, porque seriam ditos por alguém que me escolhesse, trouxeram-me a paz dos resignados, mas a insatisfação dos que nunca chegam onde é suposto. Toda a minha vida quis escrever sobre amores reais e verdadeiros, mesmo que soubesse que os grandes romances assentavam em dores de alma e corações partidos.

Toda a minha vida quis ser escritora e nada do que faço poderia alguma vez bastar se não me enchesse até do que me deixa ainda mais vazia, mas crente. Toda a minha existência não bastará, sei-o agora, para que me conheçam verdadeiramente, mesmo que use sempre das palavras que me definem até quando não o faço sobre mim. Toda a minha vida sonhei com o dia em que escreveria um romance com final feliz, não porque o inventasse, mas porque seria sobre mim.

17.5.24

Já são 30 anos!

maio 17, 2024 0 Comments



30 anos de TANTO amor!

Já são os 30 anos do meu primogénito. Temos tido muita vida nos anos que lhe couberam e é assim que pretendo continuar a acompanhar as suas escolhas, os revezes e as inúmeras vitórias. 30 anos das descobertas que o levaram ao lugar que o "roubou" de mim, mas no qual se sente válido, realizado e em casa, pena que não seja a mesma que a minha, mas a vida foi-mo dizendo mal nasceu, que a viagem deveria ser feita com intensidade e entrega, porque eventualmente deixaria de fazer parte dela. 30 anos que agora parecem ter voado, mas nos quais estive de corpo e alma, com o coração fustigado e a encolher-se tantas vezes quantas se estendia, e numa roda viva que me espicaça a resiliência, mas tão completa que quase parecia rebentar de felicidade.

Continuo a achar extraordinária a capacidade de acumular tanto amor, respirando de todas as inspirações que faz e esperando, ansiosamente, que expire de forma tranquila e segura. Sinto-me tão abençoada que por vezes duvido do tanto que me foi oferecido em formato dum filho que me trouxe uma nova visão do mundo, fornecendo-me os superpoderes que agora uso para resistir à falta física que tenho dele. 

Já são os 30 anos do primeiro homem que entrou na minha vida para nunca mais sair. Parabéns a nós!

12.5.24

Tem alguma fé em mim!

maio 12, 2024 0 Comments


Quando a escuridão se instalou, logo após um sol luminoso e quente, nunca deixei de ter fé. Sempre que o amor não chegou, mesmo que me tivesse rondado, sobretudo nos sonhos, mantive a fé em mim. De cada vez que fui forçada a fugir do que me pareceu ser o dia certo e o momento em que seria a pessoa escolhida, não deixei que a minha fé no amor se despedaçasse.

Não somos feitos apenas de certezas, mas existem umas quantas inegociáveis. Não sabemos tudo, até quando achamos que já pisámos os mesmos caminhos e fizemos o que era suposto para que nos vissem. Não temos varinhas mágicas, não no que ao amor diz respeito e jamais seremos capazes de arrancar vontades de quem não as tiver. Não seremos sempre a pessoa que a nossa pessoa deseja, mas deveríamos ser a que soltariam se nada tivessem para oferecer.

A minha fé tem crescido perante tudo o que já sei não dominar. Sei, agora com mais convicção, que as segundas chances nos salvarão de arrependimentos, mas no que diz respeito às terceiras ou às que "oferecemos" até quando já mais nenhum tempo nos restar, apenas servirão para derrubar a fé que tanto custa a juntar. 

Não pretendo desistir do que sei que me está reservado, mesmo que ainda tenha que fazer o caminho do carvão em brasa. Não me despeço logo após a um "olá" renovado, mas renovo os cumprimentos e as pessoas a quem os dirijo. Não fico se ir me salvar e é a essa fé que me agarro para não voltar a cair. Afinal não sou apenas eu comigo, foi o que a minha fé na vida me ensinou e é com ela que viajarei até ao dia em que já puder regressar, e ficar.

11.5.24

Quem és para os que te olham?

maio 11, 2024 0 Comments


Quanto mais ficas a conhecer de ti enquanto conheces os outros? O que te faz despoletar a vontade de permaneceres com o que já tens e és, ou o que te desarreda das vontades que aparentemente se consomem rapidamente, apenas para que os vazios se instalem? Quem tens que deixar ir para que as partes de ti que te mantêm inteira não se desmembrem? Quem és quando estás apenas a ser tu, sem máscaras e sem repertórios que deixaram de se encaixar no presente que escolheste construir? O que importa afinal se parares de te importar contigo?

Não sou dada a cegueiras momentâneas, nem as prolongo para justificar o que não me faz feliz. Nâo me mato voluntariamente, porque seria a mim que caberia carregar com o que sobrar. Não choro se puder escolher sorrir e NUNCA aceito o que me tornaria inaceitavelmente imperfeita. Não sei tudo, mas pretendo aproximar-me de ainda mais sabedoria, porque ela está ao meu alcance a cada olhar e nos semblantes dos que comigo se cruzam. 

Quantas músicas te recordam do que não deves permitir e que tempo te permites ter para que não te forcem a ser o que nem sequer conseguirias parecer? O que é que a palavra casa significa para ti e o que conseguiriam ver se te vissem no teu lugar?