Vou deprimir, chorar, cair na tristeza dos corações abandonados? Nem pensar! Vou sim aproveitar a minha noite, um fim-de-semana todiiiinho só para mim e cuidar-me. Estive bem mais de uma hora na banheira, com espuma, velas que espalhei, som ambiente, e fui recordando passagens da minha vida, percursos, escolhas. Saí com a pela cheirosa, macia e após me limpar com todo o cuidado, passei um óleo de pêssego, vesti um body preto e fui para a sala dançar.
“I don´t wanna lose you” da Tina Turner, sentia-me sensual, feminina e deixava o meu corpo rolar lânguido, ao som de uma canção cuja letra já não corresponde ao que eu quero. O que eu não quero afinal é perder-me a mim mesma, perder a possibilidade de me sentir a pessoa mais importante da minha vida. Quem me quiser tem que entrar total e completamente, não poderá deixar pedaços, vontades, sonhos ou sequer sons de fora. O que dói mais é o que não se entende, o que não se ouve, vê ou antevê.
Eu sou mulher, bonita por dentro e por fora, sinto com intensidade, respeito, amo e dou de volta tudo o que recebo. Não sou metade de nada, procuro o que me faz feliz e sei agora melhor do que ontem, tudo o que preciso para sorrir de manhã, para levar os meus dias com passos seguros, e confiantes e chegar às noites completa, sequiosa de outros amanhãs, onde apenas estarão os que na verdade importam na minha vida.
Lamento que não queiras, que não consigas dar nem receber mais, que sejas pequeno e mundano no desejo, lamento por ti, e lamento sobretudo que tenhas perdido a oportunidade de ter por perto quem certamente te encheria de vida, de amor, de sensações, de danças sensuais, de músicas eternas. De todo o amor que não te cabe na alma, lamento, mas eu não me quero perder!
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