As viagens têm sempre início, meio e fim, por isso não nos adianta querer inverter os percursos, procurando pelo que terminou mal começou. As viagens que fazemos sozinhos enquanto mal acompanhados, deixam-nos com uma sensação de perda de tempo e com a pele arrepiada por tanta paragem desnecessária. As viagens que não escolhemos, mesmo quando o julgávamos estar a fazer, rapidamente nos transformarão em pessoas menos crentes e incapazes de apenas ir, porque sim, e porque deveremos importar mais do que tudo o resto. As viagens requerem um roteiro, mesmo que apenas traçado a cada estágio, para que saibamos exatamente para onde ir e quando regressar.
Não estou a dar voltas ao mundo, interminavelmente, estou a ser maior e mais preparada enquanto me disponibilizo para o que me surpreenderá, e me armo do que fugirá ao meu controlo. Não me estou a distanciar de mim, apenas a buscar o que não encontrei enquanto cuidava de não me afastar demasiado dos que agora também já iniciaram as suas viagens. Não estou a fugir de nada, nem de ninguém, mas estou, pela primeira vez na vida, a escolher e a decidir sem que qualquer peso emocional me desvie ou refreie. Não estou onde não quero e nunca mais voltarei a ficar onde não for desejada.
As viagens fazem-nos crescer, maturando o que adiámos por escolha, preguiça mental, ou até medo. As viagens que serão igualmente da alma, imprimirão em nós o que nos mudará e não apenas por dentro. As viagens que ainda pretendo fazer, farão de mim a mulher que pretendo cultivar e manter.
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