21.2.24

Nem sempre tenho o que dou...

fevereiro 21, 2024 0 Comments



Nem sempre sou eu, nem o deveria ser sempre. Nem sempre me mostro como me sinto e raramente sinto o que me mostram, parecendo interessada. Nem sempre olho para quem me vai olhando, talvez à procura de algo que não tenha, ou ainda não seja, mas raramente deixo de olhar para o que me mantém um pouco mais tranquila. Nem sempre o meu coração fala do que a alma acredita ter mantido, mas é sempre a alma que mantém o meu coração na batida que o alimenta. Nem sempre sonho o que desejava, mas continuo a desejar que os sonhos me elevem cada desejo. 

Ainda não sei ao que sabe amar na mesma proporção e direção dos que já me deveriam ter amado, mas sei que me mantenho determinada em esbarrar num que não precise de questionar. Nunca deixei de voltar sem saber por que motivo tinha ido e sei que jamais regressarei dos lugares emocionais onde me fizer sentido. Ainda não perdi as forças que me acompanham nas mais duras e longas viagens, talvez porque não me permita fraquejar nas inevitáveis paragens. Nunca me sarei completamente, mas é após cada ferida que me renovo e mantenho.

Nem sempre sei quem sou quando o estou a ser para alguns, mas sei que parar de questionar me permite dar o que eventualmente terei de volta. Nem sempre sou a protagonista da minha história, mas jamais serei a vilã que apenas pede e espera pelo que nunca terá forma de dar. Nunca senti o melhor e maior amor do mundo, mas nunca permiti que isso me impedisse de amar como entendo ser certo.

15.2.24

O que deixas visível?

fevereiro 15, 2024 0 Comments


O que está à superfície, se mal entendido, apenas acrescentará o que se deseja remover. Ir, longe, quando não se sabe de que forma chegar ao lugar que terá que existir, poderá fazer-nos questionar a nossa própria existência. Ver as águas correrem, debaixo da ponte que deixámos de atravessar, nunca nos trará mais do que sons, a maioria dos quais cheios de ruídos impercetíveis. O que temos dentro e que poucos parecem conhecer, deveria forçar-nos a mostrar-mo-nos mais, reservando-nos, sempre, o que apenas a nós deverá pertencer.

Noites que nunca serão dias e dias que alongamos, indefinidamente, ou até podermos, para que possamos continuar a sobreviver. Sonhos que sabem a pouco, porque pouco nos importamos com a realidade que insistimos em manter. Processos inevitáveis, porque a inevitabilidade é uma constante, mas que escolhemos ignorar, achando que de alguma forma sairemos incólumes do outro lado.

O que manténs à superfície e quanto do que te representa te vem verdadeiramente de dentro?

10.2.24

Como seria se tivéssemos sido?

fevereiro 10, 2024 0 Comments



Se me visses e se fosses capaz de me sentir, sentirias o quanto o amor me mudou. Se estivesses na mesma sintonia e não te forçasses a ser quem na verdade nunca reconheci, reconhecerias as mudanças que operaste em ti para que finalmente pudesse caber. Se nunca tivessem existido tantos "ses" na vida que juntaste, ano após ano, até me conheceres, já me terias visto há muito. Se conseguisses ler o que carrego dentro, agora que entendo e aceito que apenas me fui carregando a mim, saberias do que padeço, porque a verdade é que nunca consegui estar no teu lugar certo.

Sentir enquanto estamos, e estar sem que o sentimento nos envolva em demasiadas perguntas sem resposta, é um lugar novo para muitos, provavelmente para os que nunca olharão demasiado para o agora, não vá ele permanecer. Sentir a dois, sem reservas, mas reservando-nos o direito de não precisarmos de nos fazer anunciar, porque seremos sempre bem vindos, é o que desejam, para lá dos sonhos, os que anseiam parar de sonhar, começando a viver. Sentir que o mundo nos posiciona no exato momento e lugar no qual seremos únicos e diferentes, é o que deveremos saber exigir, nunca abdicando do que ainda pretendemos conquistar.

Se me conseguisses ver para lá do que projetas nos outros, saberias de que forma aceitar as diferenças que me tornam única. Se não estivesses demasiado voltado para o que já viveste, talvez fosses capaz de viver comigo o que te negaste. Se deixasses no passado o que o meu presente não contempla, até porque não alimento o que já não me representa, quiçá não teríamos como desenhar um futuro possível. Se me tivesses aprendido a amar quando mais precisava, não precisarias agora de provar o que já não pretendo reconhecer, porque percebi que nunca tive a quem amar...

7.2.24

Aceitas o meu amor?

fevereiro 07, 2024 0 Comments


Se me perguntarem quem tenho sido e que caminhos tenho escolhido, saberei bem o que responder, porque percebo que as escolhas foram sempre minhas!

O que conseguiste sentir quando sentias intensamente e com toda a entrega que o coração pede? Para quem olhaste quando já te tinhas olhado o bastante para saberes de que forma te querias olhada e não apenas por fora? Onde te agarravas quando ambas as mãos se mantinham soltas de quem as poderia ter agarrado? Que medos te assolaram, se é que alguma vez aconteceu, de te imaginares sozinha?

Se me oferecessem o que nunca me permiti negar, sei bem que sabores passariam a passar pelos meus lábios. Se o amor como o sinto e desejo me conseguisse encontrar, seguramente que me encontraria pronta e capaz de o aceitar.

6.2.24

E agora o que faço?

fevereiro 06, 2024 0 Comments


O que fazer com a sensação de não te conseguir esquecer? Para onde ir, se vou sempre para onde te encontro? Do que fugir se apenas pareço continuar a fugir de mim? Quem sou hoje, quando nada parece existir sem ti e apenas me transporto, a cada dia mais pesada e tão mais leve de mim? Que perguntas fazer se não oiço, com atenção, nenhuma das respostas que me libertariam de ti? Como manter presas as horas que me roubam o amor que te tenho e que nunca me deixam ter nada que permaneça. De que forma regressar à pessoa que já era, quando ser nunca antes foi questionável?

Se não te amarem como te sentes capaz do fazer, não faças demasiado para o mudar, ao invés muda de sujeito e abandona a atividade que destinaste a quem se manteve inerte e passivo. Se as escolhas de quem falhou escolher-te te incluirem quando já não o esperavas, por te terem ensinado a desistir, desiste sem dores nem lamentações. Se seres em demasia, para quem assim o entendeu, te deixar incrédula pelo tanto que ainda te sentes capaz de dar, não dês e usa cada gota contigo e para quem o conseguir desejar. Se os dias te ensombrarem as noites que se alongam e prolongam até te esqueceres do quanto o sol precisa de brilhar, sobretudo para ti, interrompe o ciclo que criaste apenas na tua mente e acorda pronta para viver todas as horas que excluiste.

O que fazer com o inevitável recomeço, que já não será do mesmo ponto, mas que terá que te revalidar e sarar? Para onde poderás ir se já não fores para os mesmos lugares? Quem passarás a ser quando voltares a ser quem já reconhecias muito antes de apenas fugires? Que perguntas novas colocarás, a ti em primeiro lugar, para que outros as respondam sem evasivas? Quantas horas tomarás, para ti, para que mais nenhuma seja vivida em vão? Quem serás quando já souberes exatamente quem és?

3.2.24

As voltas e reviravoltas da vida!

fevereiro 03, 2024 0 Comments



As voltas que a vida dá em torno de todas as voltas que damos, por escolha, medos ou incapacidades. As dúvidas que alimentamos quando não nos focamos em nós. Os olhares que depositamos em quem tarda a olhar-nos, servirão, um dia, para que nos reposicionemos e regressemos às origens. As desculpas que nos soam a falso, sobretudo se proferidas por nós, acreditando que estaremos mais protegidas, apenas acontecem porque nos negámos direitos inegociáveis.

Nada como um dia após mais outro, mesmo que ainda necessitemos de muitos, para que nos dobrem a vontade e para que saibamos onde e quando parar de teimar. Nada como algum egoísmo e recusa em continuar a ceder, para que mais nada de nós tenha que se vergar aos que não cedem ao amor. Nada como a certeza que se instala quando sabemos quem somos, para que não aceitemos quem nada parece saber sobre si mesmo. Nada como desistir do nada para que o tudo acabe por chegar.

A vida dará todas as voltas que te cabem, quer o desejes ou não, por isso só te resta saber para onde te voltares, para que não precises de dar voltas ao contrário!