Já tentei, mas falhei sempre...



Já tentei, juro que já tentei ser igual aos outros, mas não consigo e a insistir seria apenas uma mísera amostra de gente. Já tentei pensar menos, deixando a vida fluir sem rumo e já tentei fingir que amava como desejavam que o fizesse, mas a minha forma é a única que me importa, porque é verdadeira, intensa e cheia de exigências. 

Não tenho como usar as palavras que os outros querem ouvir, porque soam a falso e a pouco. Não consigo apenas ir, deixar ser e não pensar em todos os pequenos detalhes, porque são eles que tornam a minha vida mais plena. Não me imagino completa por ter outra pessoa que me segure as pontas, alguém que me ouça quando nada digo e que não me classifique ou compare, por isso prossigo sozinha, provavelmente até ao final dos dias que pretendo longos. Não tenho como encolher os braços e render-me à inevitabilidade. qual quer que seja, sou mais de arregaçar as mangas e seguir em frente, mesmo que precise de reajustar as rotas. 

Já tentei fingir que não via e não entendia, mas os meus botões de razoabilidade e determinação ligam-se todos, um após o outro e piscam até me deixarem  semi-louca. Já tentei fazer amor sem sentimento, mas isso apenas serviu para sentir pena de quem o faz, porque não existe nada mais bonito e verdadeiro. Já tentei ser amada por quem me atrevi a amar um dia, mas cedo percebi que o amor é um lugar sem regras definidas e que apenas terei o que não precisar de pedir. Já tentei, juro que já tentei ser igual aos outros, mas nunca consegui e a verdade é que não o lamento.

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