21.7.12

Hot inside!

julho 21, 2012 0 Comments

Conhecemo-nos através de amigos comuns, mas nem sequer simpatizámos de imediato um com o outro, achei-te demasiado calado e tu a mim demasiado segura. Quase não trocámos palavras nos primeiros dois encontros, mas olhávamo-nos com alguma curiosidade e começámos a acertar conversas. Tínhamos afinal muito em comum, éramos leitores compulsivos e admirávamos as palavras bem colocadas. Passaste a ser o meu analista literário, a pessoa a quem deixava, pela primeira vez e sem qualquer incómodo, ler o que escrevia até mesmo antes do meu agente.

Passámos um fim-de-semana só os dois, teimaste em acompanhar-me mesmo tendo-te dito que seriam dias de recolhimento. Tinha o livro para terminar e o frio que se fazia sentir naqueles dias de Dezembro levaram-me à minha casinha de eleição. Ficava em Manteigas, era de pedra, com uma lareira giganorme que aquecia do inverno, me revigorava, e me enchia dos sons do meu mundo. Sou uma solitária quando escrevo, preciso de silêncios ensurdecedores, de pequenos nadas que fazem o percurso da minha vida. Foi decorada por mim com tudo o que me permite ser eu mesma e tem uma áurea de criatividade, de misticismo, uma outra face obscura de mim.

Por vezes fazia intervalos, levantava a cabeça do teclado e vinha acarinhar-te, comíamos juntos, bebíamos o nosso vinho e dávamos beijos apaixonados, cúmplices, de quem se conhece há muitas vidas. Enrolados em mantas que eu mesma fizera com pedaços de tecidos de Cuba, do Ceilão e de muitos outros destinos onde me revi e encontrei, sem roupa, apenas com corpos sedentos que íamos alimentando num amor físico e emocional que jamais julgara possível.

Não sei como vamos ficar, não fazemos planos, não queremos assustar o destino, forçá-lo a nada. Por ora só queremos o tempo que nos couber e com ele multiplicar sensações, descobertas. Sabes-me bem, fazes-me bem…

19.7.12

One night!

julho 19, 2012 0 Comments




O fulgor da juventude fez-me querer tudo demasiado depressa, não as experiências, mas a independência, o soltar de amarras. Achava-me demasiado crescida já para depender de quem quer que fosse. Queria as minhas coisas, conseguidas por mim e acabei a cancelar a matrícula no curso de Relações Internacionais. Comecei a trabalhar durante o dia num escritório de advogados e durante a noite num bar no qual atendia ao balcão.

A minha personalidade alterava-se completamente neste período do dia. Ficava mais mulher, mais apetecível ao olhar de todos os homens que com o passar do tempo, eu percebia que era por mim que procuravam e que era por mim que voltavam uma e outra noite. O acordo era que eu não saísse de trás do balcão e que não aceitasse bebidas de ninguém, mas era-me sempre permitido dançar um pouco. A música apoderava-se do meu corpo, eu deixava de ver os outros e tornava-me mais sensual, mais vibrante, mais quente... Julgo que não teria noção do meu poder, de como conseguiria o que quer que fosse de um homem, até que muitos começaram a pedir-me que os aceitasse, que os acompanhasse. Ofereciam-me joias, mandavam-me flores. Ria-me e desdenhava, fui aproveitando e brincando com tudo e todos até ao dia, ou melhor a noite, em que o vi entrar. Alto, de botas de montar, estilo cavaleiro, cabelo grande, olhos verdes profundos, mãos fortes e decididas com as quais apertou as minhas.

- És mais bonita do que me falaram e vim apenas para te ver.

- Começaste bem, obrigada, o que vais querer?

- A ti, esta noite vou-te ter, vais ser minha, vou-te raptar.

Não o levei a sério, sorri altiva, mas a verdade é que acabei a noite num jipe, ao lado de um desconhecido que me fazia rir, que me dizia tudo o que sentia e pensava, que achava ter tudo ao alcance e que não aceitava um não como resposta. Não me importei sequer em saber para onde me levava, estava totalmente segura e tranquila e sabia exatamente o que se iria passar, sabia-o e desejava-o. Conseguia imaginar-me tocada por aquele homem, conseguia pela primeira vez achar tudo natural, sentia-me na hora e locais certos. Era virgem por convicção e sem qualquer experiência anterior, sem qualquer rasgo do que seria estar nos braços de um homem e satisfazê-lo, mas sentia-me pronta, parecia saber exatamente o que fazer, como o conduzir, como o enlouquecer.

O que senti foi um misto de dor, de loucura. Um nunca mais acabar de prazer. Ele virava-me, torcia-me, possuía-me, e eu sentia-me como que a rasgar por dentro, mas era bom, era o meu corpo a pedir e a querer mais. Estava sôfrega, não me saciava, parecia e sentia-me uma veterana, mas na verdade era apenas a sintonia entre duas pessoas que pareciam reconhecer-se. Prometi-me mentalmente não pensar que apenas tinha vinte e um anos e que não sabia nem conhecia nada dos homens. Prometi-me prazer, libertação, fui livre, feliz, senti-me completa, mulher. Descobri-me e gostei do que soube ser a nova mulher, a nova eu!

17.7.12

Dias!

julho 17, 2012 0 Comments
Feelme/Dias!

Está cada dia mais fácil aprender a não ter pressa, a ser menos mulher, menos stressada, a querer tudo para ontem. Vou ouvindo aqui e ali, pessoas que dizem, sobretudo após terem apanhado grandes sustos, que não adianta querer muito para a frente. Deve-se sim viver um dia de cada vez, com a maior intensidade possível. Eu sei que não é fácil, mas se parássemos só que fosse uns minutitos por dia a contemplar o que nos rodeia, certamente descobriríamos muita coisa nova, bonita e veríamos como somos seres afortunados e como as coisas mais simples, são as que mais nos preenchem e até não custam caro.

Nestas férias escolares, em que tenho os filhotes em casa mais tempo, dou comigo a olhá-los, a vê-los como são cada um, tão diferentes, tão únicos, extensões de nós, em crescimento, a desbravarem o mundo a tornarem-se gente mais crescida. Sabe-me bem ficar quieta, sem lhes exigir ordem, limpeza, sonos em dia, usufruindo de os ter, saudáveis, perto, comigo!

Lá para Setembro voltará a inevitável correria, mas já terei enchido o coração e a alma de tudo o que considero ser importante na minha vida, nos meus dias. Sinto-me crescer, agigantar, fortalecer. Gosto cada dia mais de mim e do que me vou tornando. Sou mais eu!

15.7.12

Healthy Day!

julho 15, 2012 0 Comments

Ontem foi dia de “jardim”. Foi uma terapia saudável, mas que me fez doer o corpo e hoje parece que fui atropelada por um comboio. Todos nós deveríamos ter um pedaço de terra para cuidar, para embelezar. Movi as pedras de lugar, cuidei das plantas, fizemos bolo, eu e os filhotes mais novos, e sempre sobre o olhar guloso e atento dos nossos dois companheiros de quatro patas. A vida no campo tem coisas maravilhosas, não apenas o ar, mas a sensação de pertença, de que conseguimos produzir, fazer crescer. A terra nas mãos transporta-nos para as origens, onde éramos nós e a terra.

Senti-me mais mulher, foquei-me nos que nos pode verdadeiramente fazer felizes, que é pôr as mãos na massa, fazermos nós mesmos. Consegui visualizar para além do que já está e em breve tenciono fazer muito mais. “Terra é terra”, já dizia alguém em tempos. Afinal a vida não é apenas negócios, correrias, compras, gadgets. Existem outras sensações igualmente ou mais poderosas que nos preenchem. Enquanto pintei, cultivei, adornei, só pensei naquele lugar e em como o tornar acolhedor e agradável para todos nós. Foi melhor que uma ida ao analista. Que paz!!

Este é para ti!

julho 15, 2012 1 Comments

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Feelme/Este é para ti!Tema:Contos!
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Foi um encontro de fugida, cheio de pressa das coisas que sempre temos para fazer, mas sobretudo de pressa de nos largarmos depois de nos termos. Temos ambos medo que se prolongue demasiado até que nos queiramos mais do que devemos, do que sabemos possível.

Que abraço bom, não nos conseguíamos largar. Senti-me pequenina, protegida. Passo metade da minha vida a ser forte, a saber de tudo, de todos, mas também eu preciso se mimo e de cuidado. Quando nos beijámos o tempo parou, tudo o resto deixou de importar, de estar na outra parte das nossas vidas.

Foi tudo de fugida, mas o amor que fizemos pareceu correr em câmara lenta. Sabemos bem demais onde e como tudo se encaixa, os arrepios que conseguimos provocar, como despertar sensações que os nossos corpos precisam. As tuas mãos percorreram-me uma vez mais, deixei-te sentir-me e desta vez também eu te procurei, toquei-te sôfrega, caramba como estava a precisar de ti, de um corpo quente que me provasse que existo para além da mulher que se controla, que continuo a produzir e a ter prazer. Estiveste dentro de mim, todo, tu, comigo, eu sei e tu sabes!

Estremeci duas longas e incríveis vezes, saciaste o meu corpo, fizeste-o dar tudo o que só uma mulher pode e sabe. Onde andaste tu a minha vida toda?


12.7.12

What a view!

julho 12, 2012 0 Comments





Quem é que não gostaria de morar numa casa com vista deslumbrante para o mar ou para o rio? Me, me… oh se gostava! Estivemos a visitar uma, por sinal deslumbrante, que alugam ao fim-de-semana ou ao mês. Que dias relaxantes se deveriam conseguir. Até mesmo eu que não gosto de estar parada iria adorar.

Já fui mulher de ligar mais à casa, de querer tudo no sítio, de sonhar com isto ou com aquilo. Hoje, desejo mais um espaço que me encante, vistas maravilhosas, que nos permitem relaxar de semanas de intensidade alucinante. Decorações campestres, muita pedra e madeira, cheiro de chá preto com aromas, uns bolinhos secos com sabor a café, ou a mirtilho. Aiiii a linha…

Fomos as três mulheres de sempre, da vida airada, mas não a alugamos, não ainda, no entanto, vamos querer lá passar 2 ou 3 dias com os filhotes, tomar muitas banhocas na enorme piscina e no rio. Fazer grelhados e dar muitas risadas. Está combinadíssimo!

4.7.12

Ver-te!

julho 04, 2012 0 Comments
Dragonfly on the Stick Near Spider Web
Feelme/Ver-te!Tema:Contos!
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Estou a olhar a tua foto e não consigo deixar de sorrir e de sentir uma vontade imensa de te tocar. A minha mão passa no ecrã, enquanto por mim vão passando lembranças, sons, pequenos nadas que fizeram da nossa relação algo que repetiria uma e outra vez. O TEMPO CURA TUDO! Que treta, nunca ouvi nada menos verdadeiro, curará dores de cabeça e muitas outras, mas não cura desamores, não afasta vontades, não diminui o fluido de sangue que nos continuará a correr sempre que essa pessoa cruzar de novo as nossas vidas...Na verdade nem sei se pretendo ser curada, pelo menos sei que estou viva, que já te tive e que algures no espaço e no tempo, existirá uma probabilidade,  mesmo que pequena, mas o certo é que existe, de nos cruzarmos, outra vez, de retomarmos de onde parámos e aí então estarei pronta para tudo o que conseguir tirar de ti.

Já não me incomoda admitir que te quero mais do que achei possível e que deixaste uma tatuagem na minha pele que me fará recordar-te de cada vez que a olhar. Já não me sinto nem considero piegas por deixar cair lágrimas misturadas num misto de felicidade e de lamentos, estes últimos são sobretudo do que deixei de fazer e de dizer. Ainda não te perdi porque nós tivemos magia, muita cumplicidade, muito desejo, tivemos tudo à velocidade de cruzeiro e agora preciso de ti mais serena, mais devagar, numa junção de corpos que se amam sem pressas. Vou querer um abraço daqueles que não se soltam, vou querer cheirar-te, beijar-te de mansinho, e desta vez não deixarei que me deixes.

Olha o que despertou uma foto pequenina de ti, que livres são as memórias e como correm depressa quando são boas, quando nos preenchem a vida. Já soltei milhões de palavras sobre ti, sobre o que  me fazes sentir, mas continuo a ter milhões de outras que não se esgotam, e apenas porque sentir assim é bom. Decidi que sentimentos destes são de ouro e quero muitos mais, quero tudo a que tenho direito.

Quero ver-te, preciso de ti, mais uma e outra vez. Sinto-o bem dentro de mim e espero-o tranquila e serena. Espero-te!