12.3.16

Deixas-me apreensiva!

março 12, 2016 0 Comments
Photograph *Don´t forget about me* by Verwunschlicht by Mel Pozuelo on 500px:



Os medos, os tais que supostamente criamos, são alertas, sinais vermelhos e por isso prestamos atenção e retraímo-nos de cada vez que os sentimos!


Os nossos medos são comuns, porque somos muito parecidos e padecemos dos mesmos males. Os nossos medos refletem a incapacidade de nos imaginarmos um sem o outro. Não te quero perder, digo-o vezes sem conta, mas não o repetes, não tanto quanto deverias, ficas na defensiva, fechas-te e deixas-me apreensiva. Não era suposto melhorar, com o passar dos dias? Foi o que perguntei, mas a tua resposta foi pronta -  NÃO, só piora, porque quanto mais te conheço, mais te quero na minha vida e quanto mais te quero, mais medo sinto de não te poder ter.

O que se faz quando o que aparentemente fazemos não basta ao outro, não o deixa tranquilo e não o assegura de que viemos para ficar? De que forma se muda a forma como nos olham? Por onde se começa para que não termine, rapidamente?


Eu penso, repenso e analiso o que te passo, acredito que até o faço bem, mas sei que não te basta, que a forma como eu estou formatada, te impede de me veres por inteiro. Ajustes, esses terão que ser prioritários e incluídos rapidamente, porque também já não me imagino sem ti. Os dias deixariam de o ser, se já não fosses tu. Preciso que me sintas até quando não digo nada. Preciso que sossegues e que me sossegues, porque somos ar, eu, e fogo, tu, por isso é que te activo só por te querer. Preciso da tua segurança para estar segura e que a minha vontade de ti te prove que o que somos basta.



Deixas-me apreensiva sempre que não percebes que tudo o que penso, digo e faço, é sobre ti e por ti. Deixas-me apreensiva quando não te consigo parar, porque se o fizeres, sentes-me e percebes-me. Deixas-me apreensiva quando te permites esquecer que esta sou sempre eu, a mulher que reconheceste.

10.3.16

A que distância estás afinal?

março 10, 2016 0 Comments



A que distância estás afinalA que distância te sinto e qual é a real? Aquela que nos impede de sermos juntos o que já conseguimos afastados, ou a que nos falta? 

Não te posso pedir que estejas aqui quando preciso, não fisicamente, não com o toque que todo o meu corpo reclama, mas estás bem mais perto que muitos e por vezes quase que te consigo ver sorrir, talvez porque sorria eu de cada vez que penso em ti. Não te posso pedir que me afagues os cabelos e me beijes a face, enquanto me entrego, inteira, sem reservas e sem precisar do que precisam os outros, apenas de ti. Não te posso pedir que me ames mais, apenas o bastante, tal como já fazes agora e que te mantenhas assim, a querer o que quero de ti e de mim.

A distância que me convinha era aquela em que estarias sempre e todos os dias, apenas para mim e comigo, desejando da forma mais egoísta que reconheço, que fosses apenas meu. A distância que deveria ser permitida entre nós, não é certamente a que temos hoje, mas já nos aproximámos mais, bem mais. A distância a que estou de saber quem és e porque te quis toda a minha vida, já foi bem mais longa do que é hoje. A minha distância nem sempre é igual à tua, porque nos sentimos de forma diferente, tal como não desesperamos, felizmente, nos mesmos dias. A distância a que eu precisava de estar de ti neste preciso momento, era a que me permitisse cheirar-te, tocar-te, beijar-te e amar-te como eu tão bem sei fazer.

Já estivemos TÃO longe, tanto que até desisti de pensar em ti. Tanto que achei que nunca mais te veria. Tanto que até afastei as memórias, as que criámos todos, quando éramos muitos, bons, felizes, e disponíveis.

Não me importa demasiado a que distância estás agora, penso que são pelo menos 6,000 quilómetros, MAS o que me importa mesmo é a que distância te sinto e essa é bem menor, garanto!

9.3.16

Olha para este lado!

março 09, 2016 0 Comments


Olha para este lado, para mim, porque preciso de te ver e até posso prometer que te vou tratar bem.
Não olhes só para a frente, não apresses o passo, deixa-me ver-te, sabes que és linda, até quando ficas com esse ar seguro que quase me mata de desejo e me tenta para que corra até ti, mesmo arriscando uma bofetada. Passas e sinto-me estremecer. Não vês ninguém, mas não és altiva, és apenas indiferente e vives num mundo onde ninguém parece caber. Passas e fico doido para te gritar que me ofereças um sorriso, apenas um. Passas com esse teu corpo que tem um caminhar elegante e com o qual abanas, de forma quase generosa as ancas que gostaria de poder rodear.

Olha para este lado por favor, porque pareço estar sempre no canto errado. Nunca acerto por mais que corra e pareça ter chegado cedo. Olha para este lado desta vez, sem os óculos que protegem os olhos que não têm cor, não para mim, não ainda. Não sei como são, mas só poderão espelhar o que passas e não apenas para mim. Olha para este lado, para mim, apenas para mim e vê-me. Vê de que forma te olho e desejo. Vê quem está aqui, mesmo que do lado errado.

Sei bem que sabes que és bonita. Sei que te sentes confiante e que nem arriscas passos errados do cimo desses saltos que te alongam a figura. Sei que estás bem contigo e que não precisas que precise de ti. Mas também sei que apenas preciso que olhes para este lado e que me vejas. Depois, depois tratarei da forma como irei tratar de ti.

Será que vai ser hoje? Será que voltarás a passar na minha hora, à mesma hora? Será que serei apenas eu a esperar que olhes para este lado?

Respostas, procuro-as sempre!

março 09, 2016 0 Comments
Duda Machado


Dúvidas, incertezas, palavras sem sons, nada disso me serve ou qualifica, porque prefiro, mil e uma vezes, uma certeza dolorosa, um NÃO escancarado, do que um sim que poderá nunca chegar. Sei que quem pergunta o que não deve, ouve o que não quer, mas pelo menos terá respostas. Procuro as respostas sempre que me fazem falta. Sou um ser pensante, mas que também age. Por isso procuro pelo que me acrescenta e muda os dias, sobretudo se for do outro lado de mim e da pessoa que vou querer ter ao meu lado.

Perguntei-te quem eras, o que querias de mim e até onde estavas disposto a ir. A tua resposta foi:

A lugar nenhum. Quero apenas querer-te, assim, desta forma confortável, onde e quando me apetecer.

Na dúvida perguntamos, certo? Certíssimo. Respondeste porque não havia nada mais a fazer e porque não te deixei fugir.

O que esperar de alguém que nos ouviu dizer não? Que se mantenha cego e determinado numa conquista que nunca será a sua, ou que desista? Essa resposta todos nós a sabemos dar. O que se pede recebe-se, claro e simples.

O que esperar de quem esperou até se cansar e decidiu que teria mais vida para além daquela que lhe negavam? O que fazer a quem simplesmente acabou por seguir viagem, não olhando mais para trás? O que mudar depois de nos termos recusado à mudança, perdendo quem valia a pena?

"Tu" sabes responder a cada uma. Sabes o que senti e o que deixei morrer quando me fechaste as portas. Sabes que me perdeste e eu sei que ouvi o que precisava para seguir em frente. Nenhum de nós se perdeu nas perguntas, porque eu disse que não iria esperar e tu disseste que não estavas pronto para mim. Resolvido!

E se me tivesses apenas desejado?

março 09, 2016 0 Comments

Dreamy Mt. Tamalpais State Park Engagement Photos | BrittRene Photography:


E se a vontade que sentias de mim tivesse apenas continuado, sem mexer muito, sem nada fazeres e deixando ir o que até achava já não existir? E se apenas me tivesses desejado sem nunca me procurar e sem nunca saber se te poderia também desejar de volta? Acredito que devemos sempre procurar por quem nos procurou, algures, num qualquer tempo que será certamente o nosso. Acredito que não basta querer, as águas não podem ficar apenas paradas, de contrário acabam a passar os cheiros errados. Acredito que quando queremos MUITO, conseguimos, porque se o que sentimos e sabemos muito antes de saber o outro, for genuíno, será bem-sucedido.

Se te tivesse pedido, assim, da forma que és mesmo, certamente não seria tão bem atendida, mas a verdade é que vieste, que te instalaste e que me arrebataste. Estás no sítio certo, no único momento da minha vida em que fiquei tão pronta, tão capaz, e tão desejosa de que me pertenças, que teria que ser este o resultado.

Os medos que sinto agora são outros. O de te perder. O de não ter tempo. O de não te saber amar como precisas. Todos os outros deixaram de existir, porque sei que me vês, sempre viste, e que eu te vejo mesmo que feche os olhos. Deixei de ter medo de permanecer sozinha, de ser usada, de me manter confusa e alheada dos outros, tu chegaste e provaste que só poderia ter sido desta forma, durante todo este tempo e passando por tudo o que passámos ambos.

Que bem que me sabe ter sido procurada e encontrada. Que bem que me sabes a cada dia. Que bem que me sinto por não me teres apenas desejado...

Depois da euforia!

março 09, 2016 0 Comments




Depois da euforia já podem respirar tranquilas, já puderam vestir outra pele, por 1 dia, mostrar do que são feitas, quando vos permitem, soltando toda a inércia a que vos obrigam nos restantes dias do ano!


Será que conseguem ver o disparate que a celebração do dia da Mulher envolve? NÃO, claro que NÃO, "é o nosso dia", dirão muitas. Dia de quê, desculpem lá? Não quero ser má, nem revolucionária, mas sou das que nunca afasta os cabelos de um dos lados da cara, para tapar o outro. Eu gosto de ver com ambos os olhos, na mesma direcção, de contrário seria estrábica. Gosto de saber ao que vou, o que faço aqui, e sobretudo, gosto do que conquistei, desde que passei a ser A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA MINHA VIDA.

Um dia,um miserável dia para ser, alegadamente, feliz e olhada? Não, obrigada!

Precisamos de ter importância diária, respeito e dedicação mútuos. Precisamos que nos vejam como indivíduos e que percebam, não só os nossos companheiros, o papel essencial que temos na condução desta sociedade apodrecida, adormecida, demasiado moralista, mas sem qualquer moralidade.

A mudança começará sempre em nós, e por nós, por isso de cada vez que nos destituímos da nossa intervenção e contribuição, passamos a ter apenas "isto", um dia para celebrar.

Não me levem a mal as mulheres que o fazem por puro divertimento e quebra de rotina, porque eu estou apenas a apontar, o dedo acusador, às que nada fazem, todos os dias das suas vidas. Perceber que  apenas se contentam com uma guia de marcha, assinada por alguém com mais PODER, mesmo que lhe tenha sido oferecido de bandeja, deixa-me triste, e desapontada.


Eu gosto de ser Mulher, gosto de tudo o que envolve o nosso Universo, e respeito-me, demasiado, para aceitar migalhas. O meu mundo será sempre o que eu fizer dele. Façam a vossa parte também, pelo bem de todas!

8.3.16

O "tal" dia...

março 08, 2016 0 Comments


O dia da Mulher! Ele vai chegando todos os anos no mesmo dia, e em apenas um que obviamente não bastará para que percebam todos, nós incluídas, que não é disso que se trata, que não estamos a celebrar um grupo corajoso que pagou caro o arrojo, estamos a banalizá-lo e a usá-lo como desculpa, sorteando uns quantos brindes e estando em lugares diferentes, para muitas apenas UM DIA POR ANO.


O dia da Mulher meus amigos não é "isto", não pode ser e recuso-me a celebrar o que me faz verdadeiramente pensar no que ainda não somos, no que ainda não temos e no que ainda não nos concedem, sim, porque se trata disso mesmo, temos que continuar à espera que generosamente nos permitam ser o que afinal até já deveríamos ser. Para mim é sempre algo triste ver que algumas mulheres preparam este dia apenas porque lhes é concedida uma ordem de soltura, agarrado-se à ilusão de que são o que sempre desejaram e recusam as grilhetas que lhes foram colocadas assim que se atreveram a responder "SIM", no suposto primeiro dia do resto das suas vidas.

Tão pouco que ainda se caminhou. Tão pouco que se fez por mudar o que já todos sabemos estar errado. Tão pouco que se olha para o que deve ser visto, diariamente. Não vos vou passar factos, nem números, apenas o desejo maior de que olhem um pouco mais por cada uma para que beneficiemos, as restantes, no colectivo, conseguindo o que já deveria ter chegado. Não vamos precisar de morrer nem de ser mortas. Não teremos que queimar nenhuma roupa interior para que nos considerem, mas teremos, rapidamente, que mudar o nosso próprio comportamento para que ensinemos aos outros como queremos e devemos ser tratadas. Devemos isso às mulheres que não têm voz, nem rosto, porque até estão cobertos. Devemos isso às nossas filhas e filhos para que se respeitem e amem da forma certa, porque quando recebemos alguém no coração, só poderemos desejar que tenha TUDO o que merecemos nós mesmos.

Hoje é o dia em que me sinto particularmente envergonhada por não ser mais, não ter mais e não conseguir que mais mulheres tenham o seu lugar na sociedade. Hoje é o dia em que gostaria de não ser celebrada, porque existe muito pouco ainda por celebrar. Hoje é o dia em que receio, ainda mais, que andemos para trás e passemos a aceitar o inaceitável.