Feelme/Saber como termina...Tema:Relações!
Imagem retirada da internet
Saber como termina! Não sabia sequer se começaria. Não tinha ideia se seria possível, mas o desejo, esse permanecia e manteve-se até que chocarmos um com o outro, nos trouxesse de volta à realidade!
Sentia a tua falta antes mesmo de saber que eras tu e que seria por ti que todo o meu percurso estava a ser feito. Sinto a tua falta até quando te olho. Sinto a falta do que ainda nem sei que posso ter contigo. Sinto a tua falta amor, porque me fazes a falta que os outros não deixam ficar.
Não sei como terminam os amores que começaram antes dos pensarmos. Não sei como se termina com o que nos deixa tão vivos, tão próximos, e tão prontos, porque terminar seria deixar de ser, por isso voltei ao ponto de onde nunca deveria ter saído, aquele em que determinava o que queria e corria ou voava, se preciso fosse, até lá chegar. Voltei a acreditar que existe alguém que nos está destinado, e que quando essa pessoa chega, nós chegamos a "casa". Voltei a perceber que tudo o que faço só poderá, realmente ser feito, se estiveres "aí", à minha espera, e voltei a receber quem nunca deveria ter saído da minha vida.
Agora já sei como termina cada dia, porque começa da mesma maneira, contigo. Agora encaixo, cada peça que tinha deixado solta, no lugar onde terás que estar tu. Agora sorrio quando olho para trás, para o que deixei seguir, porque só poderiam ter ido, só poderiam ter desistido, porque apenas assim terias chegado.
Terminar mesmo, só as horas que prolongamos mais do que é humanamente possível. Terminar mesmo, só cada beijo que iremos repetir, porque depois de um, virão todos os outros que as nossas bocas pedem. Terminar, meu amor, apenas eu contigo e tu comigo, até ao último dia das nossas vidas!
Os medos, os tais que supostamente criamos, são alertas, sinais vermelhos e por isso prestamos atenção e retraímo-nos de cada vez que os sentimos!
Os nossos medos são comuns, porque somos muito parecidos e padecemos dos mesmos males. Os nossos medos refletem a incapacidade de nos imaginarmos um sem o outro. Não te quero perder, digo-o vezes sem conta, mas não o repetes, não tanto quanto deverias, ficas na defensiva, fechas-te e deixas-me apreensiva. Não era suposto melhorar, com o passar dos dias? Foi o que perguntei, mas a tua resposta foi pronta - NÃO, só piora, porque quanto mais te conheço, mais te quero na minha vida e quanto mais te quero, mais medo sinto de não te poder ter.
O que se faz quando o que aparentemente fazemos não basta ao outro, não o deixa tranquilo e não o assegura de que viemos para ficar? De que forma se muda a forma como nos olham? Por onde se começa para que não termine, rapidamente?
Eu penso, repenso e analiso o que te passo, acredito que até o faço bem, mas sei que não te basta, que a forma como eu estou formatada, te impede de me veres por inteiro. Ajustes, esses terão que ser prioritários e incluídos rapidamente, porque também já não me imagino sem ti. Os dias deixariam de o ser, se já não fosses tu. Preciso que me sintas até quando não digo nada. Preciso que sossegues e que me sossegues, porque somos ar, eu, e fogo, tu, por isso é que te activo só por te querer. Preciso da tua segurança para estar segura e que a minha vontade de ti te prove que o que somos basta.
Deixas-me apreensiva sempre que não percebes que tudo o que penso, digo e faço, é sobre ti e por ti. Deixas-me apreensiva quando não te consigo parar, porque se o fizeres, sentes-me e percebes-me. Deixas-me apreensiva quando te permites esquecer que esta sou sempre eu, a mulher que reconheceste.
A que distância estás afinal? A que distância te sintoe qual é a real? Aquela que nos impede de sermos juntos o que já conseguimos afastados, ou a que nos falta? Não te posso pedir que estejas aqui quando preciso, não fisicamente, não com o toque que todo o meu corpo reclama, mas estás bem mais perto que muitos e por vezes quase que te consigo ver sorrir, talvez porque sorria eu de cada vez que penso em ti. Não te posso pedir que me afagues os cabelos e me beijes a face, enquanto me entrego, inteira, sem reservas e sem precisar do que precisam os outros, apenas de ti. Não te posso pedir que me ames mais, apenas o bastante, tal como já fazes agora e que te mantenhas assim, a querer o que quero de ti e de mim.
A distância que me convinha era aquela em que estarias sempre e todos os dias, apenas para mim e comigo, desejando da forma mais egoísta que reconheço, que fosses apenas meu. A distância que deveria ser permitida entre nós, não é certamente a que temos hoje, mas já nos aproximámos mais, bem mais. A distância a que estou de saber quem és e porque te quis toda a minha vida, já foi bem mais longa do que é hoje. A minha distância nem sempre é igual à tua, porque nos sentimos de forma diferente, tal como não desesperamos, felizmente, nos mesmos dias. A distância a que eu precisava de estar de ti neste preciso momento, era a que me permitisse cheirar-te, tocar-te, beijar-te e amar-te como eu tão bem sei fazer.
Já estivemos TÃO longe, tanto que até desisti de pensar em ti. Tanto que achei que nunca mais te veria. Tanto que até afastei as memórias, as que criámos todos, quando éramos muitos, bons, felizes, e disponíveis.
Não me importa demasiado a que distância estás agora, penso que são pelo menos 6,000 quilómetros, MAS o que me importa mesmo é a que distância te sinto e essa é bem menor, garanto!
Olha para este lado,para mim, porque preciso de te ver e até posso prometer que te vou tratar bem.
Não olhes só para a frente, não apresses o passo, deixa-me ver-te, sabes que és linda, até quando ficas com esse ar seguro que quase me mata de desejo e me tenta para que corra até ti, mesmo arriscando uma bofetada. Passas e sinto-me estremecer. Não vês ninguém, mas não és altiva, és apenas indiferente e vives num mundo onde ninguém parece caber. Passas e fico doido para te gritar que me ofereças um sorriso, apenas um. Passas com esse teu corpo que tem um caminhar elegante e com o qual abanas, de forma quase generosa as ancas que gostaria de poder rodear.
Olha para este lado por favor, porque pareço estar sempre no canto errado. Nunca acerto por mais que corra e pareça ter chegado cedo. Olha para este lado desta vez, sem os óculos que protegem os olhos que não têm cor, não para mim, não ainda. Não sei como são, mas só poderão espelhar o que passas e não apenas para mim. Olha para este lado, para mim, apenas para mim e vê-me. Vê de que forma te olho e desejo. Vê quem está aqui, mesmo que do lado errado.
Sei bemque sabes que és bonita. Sei que te sentes confiante e que nem arriscas passos errados do cimo desses saltos que te alongam a figura. Seique estás bem contigo e que não precisas que precise de ti. Mas também sei que apenas preciso que olhes para este lado e que me vejas. Depois, depois tratarei da forma como irei tratar de ti.
Será que vai ser hoje? Será que voltarás a passar na minha hora, à mesma hora? Será que serei apenas eu a esperar que olhes para este lado?
Dúvidas, incertezas, palavras sem sons, nada disso me serve ou qualifica, porque prefiro, mil e uma vezes, uma certeza dolorosa, um NÃO escancarado, do que um sim que poderá nunca chegar. Sei que quem pergunta o que não deve, ouve o que não quer, mas pelo menos terá respostas. Procuro as respostas sempre que me fazem falta. Sou um ser pensante, mas que também age. Por isso procuro pelo que me acrescenta e muda os dias, sobretudo se for do outro lado de mim e da pessoa que vou querer ter ao meu lado. Perguntei-te quem eras, o que querias de mim e até onde estavas disposto a ir. A tua resposta foi: - A lugar nenhum. Quero apenas querer-te, assim, desta forma confortável, onde e quando me apetecer. Na dúvida perguntamos, certo? Certíssimo. Respondeste porque não havia nada mais a fazer e porque não te deixei fugir. O que esperar de alguém que nos ouviu dizer não? Que se mantenha cego e determinado numa conquista que nunca será a sua, ou que desista? Essa resposta todos nós a sabemos dar. O que se pede recebe-se, claro e simples. O que esperar de quem esperou até se cansar e decidiu que teria mais vida para além daquela que lhe negavam? O que fazer a quem simplesmente acabou por seguir viagem, não olhando mais para trás? O que mudar depois de nos termos recusado à mudança, perdendo quem valia a pena? "Tu" sabes responder a cada uma. Sabes o que senti e o que deixei morrer quando me fechaste as portas. Sabes que me perdeste e eu sei que ouvi o que precisava para seguir em frente. Nenhum de nós se perdeu nas perguntas, porque eu disse que não iria esperar e tu disseste que não estavas pronto para mim. Resolvido!
E se a vontade que sentias de mim tivesse apenas continuado, sem mexer muito, sem nada fazeres e deixando ir o que até achava já não existir? E se apenas me tivesses desejado sem nunca me procurar e sem nunca saber se te poderia também desejar de volta? Acredito que devemos sempre procurar por quem nos procurou, algures, num qualquer tempo que será certamente o nosso. Acredito que não basta querer, as águas não podem ficar apenas paradas, de contrário acabam a passar os cheiros errados. Acredito que quando queremos MUITO, conseguimos, porque se o que sentimos e sabemos muito antes de saber o outro, for genuíno, será bem-sucedido.
Se te tivesse pedido, assim, da forma que és mesmo, certamente não seria tão bem atendida, mas a verdade é que vieste, que te instalaste e que me arrebataste. Estás no sítio certo, no único momento da minha vida em que fiquei tão pronta, tão capaz, e tão desejosa de que me pertenças, que teria que ser este o resultado.
Os medos que sinto agora são outros. O de te perder. O de não ter tempo. O de não te saber amar como precisas. Todos os outros deixaram de existir, porque sei que me vês, sempre viste, e que eu te vejo mesmo que feche os olhos. Deixei de ter medo de permanecer sozinha, de ser usada, de me manter confusa e alheada dos outros, tu chegaste e provaste que só poderia ter sido desta forma, durante todo este tempo e passando por tudo o que passámos ambos.
Que bem que me sabe ter sido procurada e encontrada. Que bem que me sabes a cada dia. Quebem que me sinto por não me teres apenas desejado...
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.