Enquanto fores sendo tu, deixa-me ser eu e apenas assim poderei prometer que seremos nós, tu e eu juntos!
Deixa-me ser eu, mesmo que quando achares que sê-lo parecerá demasiado. Deixa-me ser eu porque isso sei fazer bem, fazendo-te a ti bem. Deixa-me ser eu até quando te parecer estranho, invulgar e pouco natural, porque foi assim que te trouxe de volta a mim.
Algumas pessoas passam por mutações intensas, nunca desistindo de melhorarem, de chegarem mais longe e de se conhecerem como mais ninguém pode. Algumas pessoas caminham por aqui com um propósito, com sonhos altos, e desejos que pretendem ver satisfeitos, não desistindo NUNCA. Algumas pessoas conseguem mudar a nossa visão do mundo e é uma pessoa assim que eu quero ser, permitindo-me a verdade envolta no que acreditam os outros.
Deixa-me ser eu e terás de mim, a "casa", o colo e o amor que saberei multiplicar. Deixa-me ser até a mulher que nunca arriscaste sonhar, porque eu existo, para apenas para ti.
Tanto que ainda não sabes, nem te consegui passar, mas tanto que ainda te darei, dando-me em tudo o que fizer de ti o homem que fará de mim a mulher que sinto e que quero encontrar.
Deixa-me ser eu enquanto te amo e nunca terás do que reclamar!
Estou à espera, quero e preciso que me salves de mim. Quero ser salva de tudo o que me faz acreditar no que nunca poderá existir. Ser salva dos sonhos que nunca passarão da dimensão onde me encontro contigo, a cada noite, perdendo-te logo pela amanhã, quando os olhos que me olham se fecham e acordo. Ser salva do que me "forçam" os outros a acreditar. Ser salva dos beijos que a minha boca não terá forma de beijar.
É tanto o que nos aproxima, como o que nos separa, já diz uma canção. "Não me queres sufocar", dizes tu e porque por vezes sentes um medo interior de me estar a roubar tempo, disponibilidade e um amor que não se tem forma de fazer chegar. É tanto o que acabei a desejar, num desejo que galgou a minha capacidade de ser racional e objectiva, mas assim mesmo, estou a lixar-me para o que não fui capaz, porque fui capaz de tanto, mesmo que não tenha tido forma de nos salvar. Era tanto o que ainda achava ser capaz de fazer, que saber, nesta altura, ter interrompido a única dança que saberia, mesmo dançar, faz-me ter vontade de não fazer mais.
Estava à espera que pudesses e soubesses ficar. Estava à espera que pudesse ensinar-te a saber ficar. Estava à espera de não precisar de ser salva, não de ti.
E eu deixei, mesmo que a vontade fosse a de te gritar que ficasses, não o fiz porque não sei pedinchar amor. Dou sem reservas quando decido que quero alguém o bastante. Entrego-me toda para que fiquemos ambos tão próximos e unidos que nada nem ninguém nos afaste. Mas esta sou eu e talvez não existam outros que consigam acreditar no mesmo.
Deixei-te ir quando percebi que ficares seria demasiado doloroso. Deixei-te ir para que pudesses e tivesses direito às tuas escolhas e a realidade é que elas não passam por mim. Deixei-te ir e metade de mim desejou ir contigo, porque a mesma metade deixou de existir.
Os dias vão passar a correr mais devagar, mais penosos e a passarem-me a sensação de que me falta o que antes me sobrava. Mas serão os dias que mereço e que terei que transformar, mudando os sons, os ritmos e os sonhos.
Não somos todos iguais, nem feitos da mesma massa. Somos, cada um de nós, de um lugar que nem sempre os outros reconhecem ou querem ver. Somos a soma das nossas escolhas, da construção diária. Da personalidade de ousámos colar à pessoa que queremos sentir.
Estar, por aqui, perceber do que percebem quem faz parte do nosso percurso, não nos deixa nos mesmos lugares, nos mesmos pontos, a começar e a terminar da mesma forma. Estar neste pedaço de mundo, por vezes é doloroso e não nos permite repousar o corpo e a alma.
Nem sempre irei querer o que queres tu. Nem sempre saberei do que sabes, porque não aprendi da mesma forma, nem com as mesmas pessoas. Nem sempre te conseguirei assegurar que "esta", sou eu, aqui, assim e para sempre. Nem sempre serei bem-sucedida, porque até o meu sucesso, o que pessoal, o que me deixa a saber do que falo, por vezes me derrota mais do que glorifica.
Os lugares diferentes, aqueles que escolhemos ver, com olhos que carregam cores que o outro não identifica, por vezes apenas aproximam e aguçam a curiosidade. Mas, e existem sempre os mas para lixar tudo isto, na maioria das vezes, os lugares diferentes, afastam-nos, irremediávelmente.
Apenas queria, no agora e no depois que saberíamos criar, estar nos mesmos lugares que estiveres tu, mesmo que diferentes, mas nossos, e por nós. Apenas queria que sentisses, o tempo todo, que eu sou o que precisas e que fui feita para que nos encaixássemos. Apenas queria continuar a querer-te, sem ter que avaliar o que representamos.
Não quero e não preciso de estar onde não estiveres. Não quero que te afastes, demasiado, recordando-me do sabor amargo que me fica quando não te tenho. Não quero parar de sorrir, olhando para o que me impede de sentir tudo o que sinto por ti.
Preciso que seja assim, a precisar de ti sempre, porque a minha vida sem te ter deixa-me numa loucura que não controlo. A minha vida, TODA, mudou desde que passaste a mudar cada pedaço de mim. Os meus dias. Os desejos que deixei de recear e o futuro que só poderá existir por existires tu. O que entendia ser meu e para mim, provou-se desnecessário, incapaz de me preencher e vazio como é tudo o que não nos pertence.
Percebi e não tarde demais, que poderia ser melhor, mais e com a mesma intensidade com que eu sinto. Percebi, depois de te ter percebido, que tens o que preciso e que és, a cada hora de todos os dias que já partilhámos, a pessoa que a minha pessoa reconhece. Percebi que não quero e não posso, desistir de quem me deixa a acreditar em tudo o que escrevo. Percebi que não quero recomeçar depois de ti e que se não te tiver não sou.
Não quero mais nada. Não preciso de mais ninguém e não quero que te restem dúvidas, porque eu adoro-te homem da minha vida!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.