Quantas vezes não sentes que andas pela multidão, vazia, sozinha, sem lugar, ou sequer toque? A solidão a que nos votamos agora é mais comum do que o dormir e o acordar. Estamos porque sim, falamos porque é suposto dizer alguma coisa e ouvimos sem escutar, sem qualquer atenção e prontos para dispararmos balas verbais acerca do muito que parecemos saber sobre o tudo que nos rodeia. A cada dia desejamos mais dos outros, olhando menos para nós e para o que poderíamos contribuir. É tão mais fácil julgar, apontar dedos acusadores e rejeitar explicações. Torna-se tão simples ajuizar sem bases, ou baseados no que vivemos e sabemos, mesmo que seja pouco.
Na multidão ando só, já dizia alguém e por ventura andarão muitos. Alguns à espera de serem vistos e outros tantos esperançados que nunca os vejam e que apenas os deixem seguir silenciosos, meio mortos já, numa morte bem pior que a que leva o corpo. Quantas vezes não sentimos, bem fundo na pele, um vazio que se ampliou por uma dor desmedida, aquela que se nos cola de cada vez que precisamos de gente, e apenas encontramos sombras? Na multidãoando só e serei apenas mais um, não terei forma de me destacar, porque me dá trabalho mostrar-me, expor-me e destacar-me. Na multidão quero que passem rapidamente e que me deixem fugir por entre os espaços que sobrarem. Na multidãoando só e poderei até chorar, ou gargalhar estupidamente, porque sei que ninguém terá tempo para me dispensar. Na multidão muito provavelmente não precisarei de me ouvir.
Na multidão ando só e esta é a solidão que mais me assusta!
Existem momentos que nos provam que devemos procurar os momentos certos e que tudo o que nos movimenta deve ser mantido. Ser quase a pessoa que esperava, encontrando quem quase amei, da única forma que conhecia, deixou de me bastar assim que percebi que eu já era tudo e precisava de ter tudo para me ter. Temos apenas esta vida e pouquíssimas possibilidades de corrigir o que se falhou acertar. Temos cada vez menos tempo e menos capacidade de o fazer correr a nosso favor, por isso decidi que correr atrás de ti para me manter ao teu lado, era demasiado urgente para estar quase decidida. Nada do que faço agora é quase bom, ou faço bem, ou nem sequer arrisco. Nada do que sonho para mim e para os que amo é quase real, porque procuro em cada sinal a possibilidade de trazer para este lado, para a nossa realidade, o que apenas aqui fará sentido.
Quase que a vida me impediu de te saber, de sentir o teu cheiro, ouvindo o que nunca te inibes de me dizer. Quase passei pela minha existência sem saber ao que saberia ser amada assim, como apenas tu sabes fazer. Quase que te perdi, mas apenas por não saber que já te tinha, porque fui feita para ti. Quase que apenas poderia escrever sobre outros amores que não o meu, mas a verdade é que nunca mais serei apenas a tua mulher, já quero e exijo ser tudo para ti e para que venha de volta para mim. Quase que errava outra vez, mas porque acreditei no que sempre me obriguei a ouvir, ganhei o tudo que me importava!
Nada do que sou me chega agora, se tu também não o fores!
Incrível como por vezes mudamos de opinião, mesmo quando jurávamos nunca poder ser "assim", diferente do que apregoávamos como se soubéssemos mesmo do mundo. Mudar de ideias, adaptando-nos ao que nos tornará mais felizes, não tem NADA de errado. Mudarmos o nosso foco, passando a aceitar quem nos aceita, olhando com muito mais atenção para quem chegou, transforma-nos em seres mais completos e reais.
Nada se completa, sobretudo nos dias de hoje, se formos apenas nós e insistindo em teclas que já não passam qualquer música. Nada se completa se o ar que nos toca os cabelos não os fizer esvoaçar. Nada se completa se a cada final de dia não nos sentirmos completos e se apenas nos mantivermos sós e confusos. Nada se completa se não formos a metade que o outro precisa, mesmo que não a perfeita.
Não receies se não conseguires tudo o que sonhei. Não receies a forma como falas ou te moves, porque o que tens chega-me. O que sentes completa-me e o que desejas amplia o meu desejo, sobretudo de ti e do que passaste a representar. Mesmo que pareça controlar TUDO, a verdade é que faço apenas como todos os outros, tento e aprendo com cada percurso, mudando os passos se os perceber errados. A pouco e pouco, eu e tu saberemos o que ajustar, como fazer e quando ceder. Sem termos forma de parar as lágrimas, espero que saibamos sorrir bem mais, nunca querendo voltar ao lugar onde nos encontrámos, apenas porque lá não estávamos e não existíamos.
Nada meu amor, mas mesmo nada se completa sem ti e apenas preciso que sintas o mesmo!
Feelme/Mesmo que não saibas...Tema:Sentimentos!
Imagem retirada da internet
Mesmo que o que digo não chegue, não de uma forma que entendas, eu sei que continuarei, aqui, por ti, e no que acabámos a desejar. Mesmo que não saibas, com todas as certezas do mundo, porque te quero assim, eu continuarei a querer, porque sim, porque posso e porque ao querer-te sinto que estou certa. Mesmo que sofras, porque te impões mais do que preciso, eu vou sempre esperar, pacificar e continuar a fazer o que faço bem.
É no teu futuro que o meu presente se quer encaixar. É por ti que remexo em tudo o que mexo. É por seres como te vejo que consigo continuar a ver-te, e é no sabor que me passas, que eu me passo para ti.
Mesmo que aches que não sabes ainda, já me sentes o bastante para não teres como deixar de sentir. Sou eu, a que desejas e reconheces. Sou eu meu amor, a que nunca recusará o que te faz falta. Sou eu, tu soubeste-o bem antes de mim. Sou eu, e vou ficar.
Mesmo que não saibas, ainda, como me ler, eu usarei as palavras que te passarão todas as certezas que sinto de cada vez que te toco. Mesmo que não saibas, ainda, o peso do meu amor, eu sei que ele já pesa o bastante para que queiras esperar. Mesmo que não saibas o que me dizer, eu sei que me farás sentir o que represento, e isso basta-me.
Somos do mesmo lugar. Queremos as mesmas coisas. Encontramo-nos nos mesmos cantos. Sentimos com a mesma intensidade e precisamos da mesma quantidade de amor. Somos do mesmo lugar e por isso acabámos onde estamos, no nosso lugar.
Estar contigo, passando a pertencer aos mesmos momentos a que pertences, sabendo de onde chegaste e quem te carregou de forma segura até mim, deixa-me esta sensação que não disfarço, de já estar e de já ser.
Somos do mesmo lugar quando queremos ir para onde seremos apenas dois, apenas nós!
Nada como sentir o que sente quem nos move. Nada como querer o que tanto quis o outro. Nada como estar onde estaremos, sempre e para sempre.
Somos do mesmo lugar e por isso iremos bastar-nos, assim, ficando porque ficar é o que nos permite continuar.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.