Inconstante e inseguro, sou eu...
Sue Amado
agosto 22, 2016
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Inconstante e inseguro sou eu. Sou um inseguro crónico e tenho medo de parar de ter medo, porque é o que me segura aqui, neste marasmo que acabou a representar tudo o sei e conheço. Sou inseguro porque ainda não vivi, não o bastante para o deixar de ser. Inconstante porque nada na minha vida durou o bastante para saber com o que contar. Eu sou este, da forma que fui capaz de manter, com todas as dúvidas que apenas me empurram mais para onde não quero estar. Não crio memórias bastantes que me bastem e tornem tudo o resto mais fácil. Não espero, nem acredito que me mude porque não sei o que significa mudar. Hoje, sobretudo hoje, espero poder deixar ir o que me pesa, num peso que quase não consigo aguentar. Hoje a minha inconstância está a custar-me toda a segurança que fui incapaz de manter e nunca arranjei forma de te dizer o que valeria realmente a pena.
Sou inseguro e vou continuar a sê-lo apenas por te olhar, por te ver a conseguir o que me recuso. Sou inconstante e não me permito, de alguma forma, o que seria tão fácil de conseguir, tal como te consegui a ti, se ao menos soubesse como o querer.
Registaste cada registo falado e até os silêncios. Entendeste quem era e amaste-me da mesma maneira, daquela que dizias querer assim que me quiseste. Não tornaste nada fácil, apenas me lembras-te de como a minha insegurança me faria perder-te e desta vez, da única vez em que não precisava ser constante, fui-o e mantive-me como sou, sem nada para te oferecer e vi-te ir, olhei para ti até desapareceres, tu e o sol que nunca mais voltou a nascer, não por mim e nunca para mim.
Inconstante, inseguro e apenas eu!