Acho que conseguiste deixar-me mais tranquila, menos receosa de me estar a movimentar demasiado depressa, por isso vou parar de tentar explicar o que talvez nunca chegue a perceber. Vou caminhar em vez de correr, porque a minha rapidez de raciocínio poderá trair-me e levar-me onde não é suposto.
Queres que te confesse uma coisa? Gostar de ti é muito fácil, porque és especial, tens conteúdo, envolves e fazes-me sentir importante. Pronto, estou a acelerar, outra vez. Perdoa esta minha forma de pôr intensidade em tudo o que importa. O querer sentir da única forma que me pode preencher, é o que procuro já faz algum tempo e não tenho como me contentar com menos.
Não existe nada, neste mundo ou em qualquer outro, que nos forneça as forças e as energias que resolvem qualquer problema, qualquer dor de corpo ou de alma, qualquer perda, do que saber que temos quem nos tem e que somos tanto quanto alguém o é para nós.
Acho que conseguiste que percebesse que posso receber muito antes de ter dado e que não preciso de lutar para te ter, porque isso não seria natural. Segundo tu mesmo disseste, quando alguém nos entra no coração e se nos cola à pele, tudo o resto a fazer é apenas uma inevitabilidade. É inevitável que queiramos estar ao lado de quem amamos. É inevitável que os dias prossigam na mesma direcção, colocando-nos onde está a única pessoa que passa a importar. É inevitável que acordemos de sorriso nos lábios, porque os iremos preencher com a boca que fala o que gostamos de ouvir e beija como mais ninguém consegue. É inevitável que não sejamos capazes de funcionar se não soubermos que o caminho será comum, atingível e para sempre.
Acho que conseguiste que entendesse esta pequena equação e que parasse de recear quem afinal nunca desistiu de mim. Acho que conseguiste que me sentisse a cuidada, a que recebe e a que tem. Acho que conseguiste que aceitasse que podes ser o homem que ficará, realmente, comigo!
Acordei a achar que te tinha sentido e foi tão claro que me assustei. Acordeia pensar como será que és na realidade?
Terei eu a capacidade de te sentir, no toque, como já o faço por sons?
Como será o teu
olhar, poderei ou saberei como interpretar o que pensas, de que forma me entendes
e se estás em sintonia? Tantos ses, tantas
dúvidas, que mesmo não as sendo na íntegra, são-no porque não te conheço
inteiro, não ainda.
Pronto, estou oficialmente
preocupada. Comigo, com esta escalada de sentimentos que parecem ter surgido
nem eu mesma sei de onde. "Não há coincidências! Acredito cada vez mais, mesmo querendo
muito e sentindo que posso. Não me apetece sofrer, porque não preciso de ter
que me questionar sobre as incapacidades dos outros, não agora, não outra vez.
Até a alegada força que me constrói parece ter um limite e se eu atingir o meu?
Não queria ter
sonhado contigo. Não precisava de sequer pensar em ti, porque não gosto de
saber que não é por mim que o teu coração bate. Não quero ter que me restaurar
se te encontrares e não for comigo. Não me sinto com energias para te deixar
ir,not again!
Acordei interessada em saber o que quero, exactamente, para mim, o que espero da vida que vou escolhendo, até onde estou disposta a ir e como posso aprender a ceder!
Sou um ser, por norma, de cabeça demasiadamente feita. Quero assim, porque sim, e raramente me demovo, isto porque me cansei, a dada altura do meu percurso. De acenar sempre positivamente. De concordar, mesmo discordando e de permitir que escolhessem por mim. Tudo o que escolher fazer, ou deixar de fazer, terá reflexos em mim primeiro, então por que carga de água deverão os outros entrar nesta equação? Não vivemos numa ilha, é um facto, mas somos a pessoa mais importante desta missão. Ponto final!
Não fiquei amarga, nada disso, aprendi apenas a usar a palavra mais difícil de proferir, o NÃO!
Querem que vos diga algo muito importante e básico? Se não forem capazes de viver esta vida, a única que têm na realidade, a serem e a fazerem o que vos der prazer, que pena tenho de vocês. Isso é o equivalente a fazermos um bolo maravilhoso, o nosso favorito e a nunca comermos sequer uma fatia e olhem que o exemplo até é dos mais suaves, mas posso usar um mais forte a ver se me entendem e se vos faz luz:
Para os homens que são mais visuais. Estão com uma mulher, aquecem-na bem, lambuzam-na com beijos e carinhos e quando ela estiver mesmo pronta, levantam-se e dão lugar ao outro. Que tal? Pois, é exactamente isso que estão a fazer com a vossa vida, a não saborearem o melhor...
Pela parte que me toca, a minha lista não está a diminuir. Cada dia descubro e desejo mais do mundo, dos outros e de mim. Cada dia vou acrescentando pedaços de descobertas que me tornam mais positiva e feliz. Cada dia quero mais de mim e dos que me rodeiam, porque para permanecerem, terão que me deixar mais completa e feliz.
Garanto-vos que é um percurso bem mais fácil do que parece. Para mim bastou que me interessasse, verdadeiramente, por quem sou e pelo que espero deste pedaço de mundo!
Feelme/A minha força! Tema: Me! Imagem retirada da internet
Achava que entendia e conhecia a minha força, mas afinal sou bem mais, tenho muito mais e ela cresce, sobretudo na dor e na impossibilidade de provar que será melhor da minha maneira!
Fui encontrando tudo do que necessitava, bem dentro de mim. A força que fui acumulando e deixando agigantar e com ela agora sobrevivo a tudo, até a mim mesma.
Existirão sempre coisas que me irão partir em pedaços tão pequenos, que num olhar mais apressado, irão parecer impossíveis de voltar a juntar, mas isso só acontece por breves segundos, porque mal me levanto, e porque não fui feita para quebrar, reconheço a minha força, reencontro o meu caminho e aceito que ela me levará onde quer que precise.
As noites até me poderão aumentar as dores, só que agora já sei o que antes acreditava, mas não tinha como certeza, é que tenho realmente força e que me encontrarei para prosseguir e para ir lutando até que perceba não ser mais possível. Vou lutar por ti. Vou-te conquistar sem forçar. Vou-te ter aqui, num amanhã recente, porque te escolhi, porque te quero e preciso que me voltes a encher do que senti antes. Já que sou forte, então que me use para te reconquistar, para te proteger do que receias e dos passos que ainda tens que dar para vires até mim. Que a minha força me sirva, para te fortalecer e para te provar que comigo valerá a pena.
Estou de fé restaurada e recuso-me a partir. Se não o sabia, hoje entendi que sou a mesma, apenas com mais algumas marcas, mas estou aqui, ainda e para continuar!
Feelme/Às vezes... Tema: Sentimentos!
Imagem retirada da internet
Às vezes confundimos a realidade com a ficção. Às vezes dizemos, ou escrevemos (no meu caso) o que os outros querem e precisam de ouvir e entender. Às vezes deixamo-nos para segundo ou terceiro plano, não porque sejamos menos importantes, mas porque escolhemos não ter que escolher e apenas deixar ir. Às vezes o nosso outro lado, o menos bonito, sobrepõe-se a tudo o resto que nos define e magoamos quem se cruza no nosso caminho.
Nem sempre somos capazes de mostrar o que nos vai dentro, porque dá trabalho, obriga a demasiadas explicações e porque nos fragiliza. Falarmos sobre emoções é o equivalente, para muitos, a andar pelas ruas sem roupa nem sapatos. Chorarmos, mesmo, em vez de sorrirmos para que não nos sejam feitas perguntas, curaria muitas dores, mas escolhemos seguir, de cabeça levantada e de alma caída.
Quantas vezes, por dia, conseguem ser a pessoa que está por dentro, sem máscaras e sem rótulos? Quantas vezes se encontram, convosco, e ouvem, verdadeiramente, o que sentem e desejam? Quantas vezes se olham no espelho e reconhecem a pessoa que está do outro lado? Quantas vezes acordam e adormecem a fazer o que gostam?
Fingir. Olhar para o lado. Deturpar a realidade. Insistir no que está errado. Escolher o silêncio e fugir, são os padrões de quem ainda não sabe ao que veio, nem para onde vai. Não sei se lamento por eles, ou se me zango pela cegueira que deveria apenas ser temporária, mas gostava de saber, nem que fosse por um dia, ao que sabe não ter sabor algum. Como se chora sem derramar lágrimas e como se fala quando gritar viria como um bálsamo.
Às vezes acredito que alguns de nós deveriam estar apenas a nascer, porque parecem não estar prontos para se cuidarem e delegam nos outros a responsabilidade que lhes cabe. Às vezes também me apetece desistir de os entender e apenas seguir com a minha vida!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.