Feel Me

Como é que se apagam memórias? Não apagam, o "problema" é mesmo esse, as memórias permanecem, não conseguimos simplesmente removê-las, ficarão quando muito, mais quietas, menos audíveis, menos presentes, mas permanecerão sempre lá, onde nos fazem bem ou mal.

Se houvesse um botão de off, poderíamos por vezes recomeçar, deixando de lado o que correu menos bem. Mas porque existirão as memórias? Porque não as conseguiremos apagar? Julgo que eles servem um propósito, eles permanecem para nos impedirem de repetir os mesmos erros e se vacilarmos, funcionarão como uma campainha, Trimmmm, cuidado, não feches os olhos, lembra-te, recorda-te e foge do que não está correcto.

Devemos ir usando as nossas memórias para afastar quem não interessa, mas sabendo que quem esteve antes no nosso coração irá permanecer, até porque deixou algo, significou algo e isso não importa apagar, mas sim entender. Aprendam a aceitar o que vos for acontecendo, porque certamente existiu uma razão, ou até várias e o vosso percurso, um dia, irá dizer-nos qual!

Como é que se apagam memórias? Não apagam e cada um saberá o que melhor fazer com elas!

Nem sempre somos o que aparentamos. Por vezes somos bem mais, mas outras acabamos a deitar para fora apenas o que gostaríamos de ser, enganando, mesmo que não deliberadamente, quem se atrever a confiar em nós e no final nunca correrá bem.

O ideal, e é isso que uso, para o bem e para o mal, é darmo-nos, LOGO, de caras. "What you see is what you get". É infalível, afasta até as moscas, resulta a 100%, garanto.

- És bruta que nem uma casa.

Já ouvi destas algumas vezes, mas penso que prefiro sempre o penso arrancado de uma vez só, porque dá trabalho ser duas pessoas. Dá trabalho mostrar faces e olhares que não são nossos. Deve cansar a beleza perder tempo a construir uma personagem que cedo ou tarde deixará de colar.

Nem sempre somos, mas entre o ser e o não ser, escolho SER, sempre, e certamente que haverá quem se encaixe. Quem se reconheça no que reconhecemos nós, porque temos, todos, um sapato para cada pé.

Que venham mais pessoas verdadeiras, para cada um de nós. que se mostrem, inteiras, que nos ofereçam o que tiverem, mas que não se inibam de serem diferentes, ou iguais, o que importa é sabermos com o que contar, com quem e quando.

A minha pessoa verdadeira deseja-vos um resto de semana com tudo dentro!

Nuvens, por vezes chegam e começam a pairar sobre nós, ameaçando o que tínhamos jurado manter. Com elas jorram as dúvidas, e a dificuldade em as afastar passa a ser o que nos atormenta.

Caramba, assim é difícil, não há quem aguente, nem mesmo eu com todo o esforço que sei que faço.

Odeio desconfiar. Odeio não sentir segurança no que oiço, ter que descodificar e ser forçada a repor imagens. Gosto da clareza, da objectividade. Gosto do jogo limpo. Gosto de quem não se camufla, porque quem quer e precisa dos outros, tem que se dar sem reservas.

Tenho algum jeito para afastar as nuvens. Faço perguntas, interpreto as respostas e sigo com a minha vida, se ficar, obviamente, satisfeita, de contrário volto ao ataque mal possa e nunca me canso de perceber. Dou trabalho, eu sei, mas a verdade é que se eu consigo ser assim, se não me escondo em segundas peles, EXIJO que me tratem de igual forma.

Hoje estou cinzenta e não foi por ter ido a um funeral, parece-me apenas que umas quantas nuvens desceram mais do que o habitual, será que vem por aí muita "água"?

Aos homens que sabem rir deixo aqui os meus parabéns!

Nada como um homem de bem com a vida, bem-disposto, e que consiga dar gargalhadas sonoras, daquelas que nos lavam até alma. O riso acalma tudo e alivia qualquer tensão, mas quando vem de quem o faz como respira, sentimo-nos imediatamente bem, conseguimos relativizar mais, não nos fechamos em casulos com medo de nós, dos outros e de tudo.

Os nossos homens são tão cinzentos quanto os longos dias de inverno. Por norma consideram que devem carregar um semblante pesado para que tenham um ar de rigor, de quem domina tudo, mesmo que se sintam a tremer das pernas.

Perguntem a vinte mulheres quais as características que mais apreciam num homem e verão, que para as vinte, o bom humor estará bem lá no topo da lista. Nós, as mulheres, somos de riso mais fácil. Rimos de tudo e de todos. Temos um humor muito apurado, ou totalmente parvo, sobretudo se estivermos em grupo e o riso será sempre predominante, falar mal dos homens também, claro (mas isto foi só um aparte).

Em suma, riam-se caramba, mostrem os dentes, sejam mais positivos, tragam-nos luz à vida e verão que até se tornará mais fácil gostar de cada um de vocês!

Elogios fazem e sabem tão bem. Os elogios sobretudo quando chegam de lábios que já tocámos, que quisemos tanto e que nos envolveram em prazeres que vão para além do que se explica, curam-nos até de males imaginários!

Foi o que fizeste hoje, elogiaste-me, disseste que pareço ter parado no tempo, que me mantenho a mulher que conheceste antes, e que ainda admiras e desejas. Tocaste os meus cabelos, e com os dedos percorreste os meus lábios e os meus seios sequiosos de ti. De cada vez que te encontro a chama reacende-se, o meu fogo alimenta-se de ti e cresce. Por ti e contigo tudo muda para melhor e sinto que pode apenas doer se te perder.

Já não me envergonho quando todo o meu corpo te reage e aceita, porque te reconheço, porque te quero e porque o medo de to mostrar abandonou-me. Eu sou a mulher das palavras e sei como as usar. Os silêncios não me acrescentam mais nada, mas falar de ti, ouvir-te, partilhar o que sou e como quero ainda ser para ti, é o que me mantém jovem, de olhar brilhante, com um corpo que acompanha os sons que saem de ti e que também são meus.

Hoje foste uma vez mais a razão pela qual me deito de sorriso na alma!

O que é que te acalma? O que procuras e onde, para sossegares a alma? Quando não estou bem, por sentir a tua falta, danço, canto, penso-te, recordo-te, choro-te e resulta quase sempre. Mas de ti nada sei, nem mesmo o que sentes por já não me sentires. Não sei de que forma acordas e se adormeces com alguém no pensamento. Não sei se me sentes a falta, ou se simplesmente me arrumaste e seguiste em frente. Mas o que eu sei, é que me acalma pensar que te voltarei a ter, que foste, mas em breve estarás de volta, para mim e por mim. Acalma-me a tua voz que ainda entra tão dentro de mim, que acaba a substituir-te, oferecendo-me o que não podes, porque já não te consigo tocar. Acalma-me ler e reler as palavras que trocávamos, diariamente e onde tudo o que éramos e fomos se multiplicava. Acalmar-me-ias tu, agora, se te pudesse sentir, beijar e deixar ir nos abraços que me oferecias para me proteger.

Estou calma, porque neste momento tu estás aqui!