24.12.17

Mais um Natal...

dezembro 24, 2017 0 Comments
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Mais um Natal significa mais um ano. Mais umas quantas centenas de dias, para termos começado ou concluído algo. Mais um novo olhar sobre o que até já é velho, ou sobre o que conseguimos, finalmente mudar. Mais um Natal sem ti, dos muitos a que já me deveria ter habituado, mas este será bem diferente. Mais um Natal em que poderei, porque para isso terei tempo, lamentar o que não te fiz e tudo o que deixei por dizer, e olha que nem foi assim tanto, mas agora e depois de já não poder existir mais nenhum, não para ti e não para mim contigo, sei que deveria ter mesmo dito TUDO. Mais um Natal em que te ouvirei dizer, agora já apenas em lembranças, que não gostavas assim tanto do Natal, mas até sei do que não gostavas. Não gostavas das lembranças de felicidade distantes. Não gostavas dos cheiros que não tiveste como voltar a sentir. Não gostavas de quem te impedia de gostar da época que chegou a ser demasiado importante para todos nós, para que depois fosse tão pouco. Não gostavas de já não ter uma terra, um lugar teu, um momento para onde voltar. Não gostavas de saber que tantos partiram antes de ti e que tu mesmo, deixaste demasiado por partilhar.

Eu e o Natal somos velhos conhecidos, mas andamos sempre por momentos diferentes, tentando cuidar de quem ainda não nos cuida, mas sabendo que aos poucos, após alguma insistência e sem nunca desistir, porque isso farão os fracos, conseguiremos que passe a ser mesmo Natal!

23.12.17

Sem tempo para mim...

dezembro 23, 2017 0 Comments


Nunca sabemos quando podemos, de repente, ficar sem tempo, sem chão, ou sem projectos, porque todos os que nos atrevemos a fazer, por vezes simplesmente caiem.

Aprendi a deixar-me ir, sem demasiadas promessas, apenas a ser todos os dias mais um pouco. Vou-me levando e ajudando a que saiba onde pisar, mesmo que erre pelo caminho e é claro que erro muitas vezes ainda. Parece-me demasiada pretensão achar que controlo alguma coisa, mas se perder a convicção de que o faço quando o desejo, passarei a sentir o tempo fugir-me, mais rápido do que o faz já.

Não quero ficar sem tempo para mim. Não posso deixar para trás o que me faz feliz, mais completa e capaz de superar cada revés. Não quero tornar-me amarga, zangada com o mundo e com quem parece proliferar de forma negativa, como o fazem alguns cogumelos selvagens, muito bonitos à vista, mas extremamente perigosos e até mortíferos. Não quero deixar de querer quem me quis, sem que o pedisse, mas que acabou por se instalar.

Sem tempo para mim deixou de ser desculpa e mesmo que nunca a tivesse usado, conscientemente, agora todos os segundos que sobrarem serão meus primeiro. Poder, só que seja olhar para onde há verde e brilha o sol, sem que nada ou ninguém me cobre, e de forma tão tranquila que sinta rejuvenescer cada célula, passou a ser uma prioridade e um desejo que sei como manter vivo. Sem tempo para quem amo também não será mais possível, porque o que faz de mim este ser que parece ter reservas infindáveis de amor, é todo o amor que sei que me tem. Sem tempo para o meu tempo, "never again", já tenho o calendário bem delineado, agora só tenho que o seguir, olhando-o todas as manhãs, não vá o meu cérebro pregar-me partidas.

As promessas que precisamos de aprender a cumprir terão que ser as nossas, porque depois de o conseguirmos, nada mais voltará a ser tão difícil que nos afaste, irremediavelmente, de nós. Eu comecei a fazê-lo, no primeiro dia do resto da minha vida!

O que posso contar, sobretudo a ti...

dezembro 23, 2017 0 Comments
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O que posso contar, entre muitas outras coisas que te incluem, é que pensar em ti me deixa tão tranquila que dou comigo a achar que me dopei e que tens alguma substância que entra no meu sistema, que se mistura com o meu sangue e flui de forma tão natural que pareces estar em tudo o que sou e faço!

Posso sempre contar, mas não a muita gente, que me forneces toda a energia que move o meu corpo, e que a forma como me vês me deixa a acreditar que sou realmente assim e que valho a pena, pelo menos para ti.

Já te respiro, sei de cor cada pedaço de ti, consigo guardar a tua voz e ouvi-la, de cada vez que não te tenho, sempre que te afastas demasiado e me encolho, com um medo que ameaça crescer, se imaginar que não voltarás.

O que posso contarsobretudo a ti, é que já importas demasiado, que és quem procurei muito antes de saber que precisava e que contigo não receio o que mudará, nem o que terá de ser ajustado, porque todos os momentos que nos couberem servirão para entendermos o que somos juntos e até onde poderemos ir.

Não te quero contar tudo, não de uma vez só, por isso vamo-nos contando, um ao outro, sempre que chegar a hora!

22.12.17

Esbarrámos um no outro!

dezembro 22, 2017 0 Comments
Couple eating ice cream cones by Gable Denims on 500px


Esbarrámos um no outro, assim, do nada, cada um na sua vida, quase sem nos vermos, não fosse o teu telefone ter tocado, bem perto de mim, arrancando-me dos meus pensamentos!

- Olá miúda.
- Olá para ti também.
- Caramba por onde tem andado escondida uma mulher tão bonita?
- Não estou escondida, tu é que andas distraído.
- PIMBA, toma lá. Nunca perdoas uma, estás igual.
- Igual não direi, mas continuo a mesma, por dentro.
- Só se for por dentro, porque por fora...

Se não te parasse, se não te conseguisse desviar o foco, irias certamente ficar a bater no mesmo o resto da tarde. Bonita, boa e mais do mesmo.

- Anda que te pago um gelado, está um calor daqueles.

A conversa acabou a ser bem agradável, falámos dos amores que se foram, dos que andam a espreitar, das prioridades e da vontade de assentar, de parar de procurar, de saber quem fica e porquê...

- O que andamos nós a fazer?
- Não percebi.
- Porque não voltamos a tentar? Já nos experimentámos.
- Credo homem, que maneira de falar.
- É mentira? Eu sei qual é o teu sabor e ainda não encontrei outro igual.
- Como eu só eu mesma e isso não é necessáriamente bom.
- Muito gostas tu de relativizar, de não te pores no degrau certo, isso é o quê, medo? Tu sabes bem o que vales e o efeito que tens nos homens.

Não me apeteceu reiterar mais nada, estou cansada de ter argumentos, de saber tudo, de ter respostas na ponta da língua, por isso permiti-me relaxar, comer o gelado que estava fabuloso e ainda lavar os olhos, porque continuas bom como o milho, mas não o vou dizer nem que me torturem, era só o que mais me faltava, um gajo com o ego inflamado!


Não deixes que me vá de vez.!

dezembro 22, 2017 0 Comments
"20150426 Figure" - Yanjun Cheng, 2015 {cropped digital painting detail}


Não deixes e não permitas que outra tome o meu lugar, porque com o meu cheiro apenas eu. Com a voz que te chega dentro, que vai, volta e revolve cada parte de ti, apenas a minha.

Não deixes que me vá de vezNão deixes que pare de te querer desta maneira e que desista.
Não passes demasiado tempo sem me lembrares porque razão te quero. Não pares de me soprar as palavras que sempre te reconheci e que sei serem feitas, de encomenda, para mim.

Ai que o planeta se moveu, mesmo. De repente tornou-se tão claro o que preciso, que até poderás correr Seca e Meca, subir para além do que os meus olhos alcançam, que eu continuarei a querer que não deixes outra tomar o meu lugar.

É simples, fácil e incrivelmente natural que sejas tu, desta forma, até porque o meu corpo o reconhece e aceita.Se será à minha maneira, se será aqui, nesta vida, para ficar, não sei e confesso que me importa muito pouco, porque eu vivo o agora, absorvo tudo até última gota e percebo que se me chegou desta forma, foi porque o mereci.

Não deixes, não antes de me voltares a ter, que outra tome o meu lugar. Depois, depois podes viajar outra vez, porque eu saberei como e onde te encontrar!

Ter-te continua a ser o que tenho!

dezembro 22, 2017 0 Comments


Ter-te já foi uma certeza, um lugar e um modo de vida. Ter-te era o que me passava a vontade de continuar, assim, eu e tu, em cada momento que criávamos e tanto que fizémos. Ter-te era parar de procurar, parar de lutar e não ter o que tivesse nome, cara e toque. Ter-te deixava-me em alta, assim que acordava e te via. Ter-te eram todas as palavras que trocávamos com sentido e tanto sentido fazia termo-nos...

A tua pele ainda parece tocar a minha. O teu cheiro está impregnado em mim e até a tua gargalhada
sonora ainda me faz rir. Nada do que eras e representavas parece ter passado ou deixado de existir. Nada do que imagina se revelou errado, foste apenas tu que não conseguiste ficar.

Vou continuar à procura do amor, nos mesmos lugares e com as mesmas características. Vou continuar a querer que o meu coração se encha e me preencha, porque apenas ele me deixa capaz de todas as proezas do mundo. Vou querer que o seu sabor se misture no meu e que me vás recordando, tal como ainda faço contigo.

Ter-te continua a ser o que tenho e assim vai permanecer por mais algum tempo, talvez até quando outro de dê, exactamente o mesmo que conseguiste!

19.12.17

Cartas de amor!

dezembro 19, 2017 0 Comments
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Parece que já ninguém as escreve, as cartas de amor, mesmo que muitos ainda preservem as que foram trocando, quando colocar sentimentos no papel era o que existia de mais profundo!

Hoje a minha querida Danda enviou-me umas cartas de amor de Ludwig Van Beethoven.

"Meu anjo, meu tudo, meu eu"...

Quando sentir é algo que nos corrói por dentro, sobretudo se não for partilhado, teremos que nos libertar, deixando voar as palavras que chegarão até à outra parte de nós e terão eco.

" O amor tudo exige e ele tem razão".

O amor é por norma doloroso, assim o foram escrevendo e descrevendo os poetas, os de ontem nas suas cartas e os de hoje nas letras das inúmeras canções que lhe dedicam. Não sei se dói porque tem que ser e porque alguém assim o determinou, ou se dói porque não o sabemos replicar e nos esforçamos mais do que deveríamos, ou menos do que nos caberia. Não sei porque não nos chegam amores suaves, tranquilos e a saberem do que podem dar. Não sei porque complicamos o aparentemente fácil, apenas porque escolhemos a estrada mais longa e os movimentos mais pesados.

"Meu Deus, porque tenho que estar separado de quem amo"? "O teu amor fez de mim o mais feliz e mais miserável dos homens"...

E é isto, o de sempre, ontem e hoje. Somos os eternos sofredores e parecemos alimentar-nos do que magoa bem mais do que tudo o resto. Irra, chiça, que triste fado, mas então não podemos apenas amar e pronto?

Gosto de cartas de amor. De as ler. De as imaginar, as que foram escritas e reescritas. As que escrevi, em acessos de amor assolapado e de todas as que recebi, cheias do que acreditava ser a única verdade possível.

Obrigada minha querida Danda. Hoje deixaste-me a sonhar mais um pouco, quem sabe com umas quantas que ainda irei receber!