31.12.17

As saudades apertam, sobretudo nestas datas...

dezembro 31, 2017 0 Comments
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Quando abres mão de quem te quis como sempre desejaste, em alturas como esta, em que todos parecem festejar alguma coisa, tu festejas as mágoas que te começam a corroer, sem parar!

As saudades apertam, sobretudo nestas datas, se deixaste palavras por usar, acções por explicar e outros beijos, dentro de todos os que conseguiste dar, mas que ficaram a faltar. As saudades, de quem te fazia acordar pronto e adormecer tranquilo, apertam, mas apenas porque estamos numa altura em que todas as outras, as que deixaste arrastar, te cobram a cobardia e a ousadia de achares que voltarias, de alguma forma, a ter o que tiveste antes. Ela era o brilho no olhar que todos conseguiam ver. Ela era cada um dos risos que vinham em catadupa, enquanto rias sem saber do quê. Ela era a tua esperança num futuro menos cinzento, cheio de um vai vem infinito, mas que te manteria vivo. Ela era o corpo que o teu reconhecia e que se encaixava, sem qualquer esforço, mesmo que tivesses que te esforçar por não a deixares de satisfazer. Ela era a bebida que escolhias com todo o requinte e que te aquecia por dentro, adoçando-te a boca com que a cobririas. Ela era a que te dizia o que te custava ouvir, mas que assim mesmo sabias ser a verdade e por isso a aceitavas. Ela era quem tinhas, mas não tens mais...

As saudades só existem porque representam o que perdemos e as perdas são assim, duras de suportar, não importa quanto tempo passe. As saudades apertam, sobretudo nestas datas, porque a solidão e a visão de um mundo a fingir te afligem ainda mais. As saudades apertam quando era real e genuíno o amor que te dispensavam e assim mesmo recusaste vê-lo. As saudades apertam para quem irá continuar a ter saudades de tudo e é assim que te sentes hoje. É assim que te continuas a lembrar de mim. É assim que percebes o que já perdeste. É assim que passas a saber, porque o sabor amargo se apodera de ti, que depois de abrires mão da felicidade, poderás nunca mais voltar a ser feliz.

Lamento se estejas a sentir saudades de mim, mas isso apenas significa que me perdeste...

30.12.17

Será que sabes que o melhor está para vir?

dezembro 30, 2017 0 Comments
Brilliant Digital Art by François Baranger


O melhor do ano que termina é o que está logo ali, na esquina de mais uma porção de vida por viver. Melhor do que sonhá-lo, é saber que vai mesmo acontecer, e que agora falta apenas mais um dia para que o que queríamos iniciar, se inicie mesmo. O melhor de todos os dias que tivémos e que até sabíamos quantos seriam, foi perceber que nos seria dada mais uma oportunidade. Melhor do que todos os votos e desejos de reinícios, é finalmente poder reiniciar.

Será que sabes que o melhor ainda está para vir? Eu sei que só pode, e que só assim fará sentido continuar. O melhor de mim e do que andei a semear, está já ali, bem mais perto da mão que estiquei para o poder tocar. O melhor do que aprendi está prontinho para ser ensinado, a quem quiser aprender. O melhor de cada um dos planos que planeei, é saber que já, já, estarão aqui...

O melhor de mim, ano após ano, és tu, e tu e ainda tu, aqueles que me esforço por tornar grandes, generosos e de visão ampla, porque me pertencem e porque são minha responsabilidade. O melhor de mim é dado de forma genuína, mas cuidado com o pior também, porque cresço tanto, que me transformo no gigante Adamastor, mas não permaneço apenas entre dois oceanos, percorro-os a todos, indo e vindo, à velocidade que precisar para contornar cada obstáculo. O melhor de mim são os sorrisos que sempre coloco em cada canto dos lábios que serão beijados, hoje e no ano que se avizinha, pela boca certa, a que se encaixa, perfeita, na minha. O melhor de mim é continuar a acreditar que depois de mais um ano, mais um me será reservado, para que seja o que não tive tempo, sim, tempo, porque apenas ele me impedirá de chegar onde já me vi antes, e porque quando chegar, todos os outros anos se tornarão tão suaves quanto é o passar dos meus dedos pelas teclas já quase sem letras, mas que uso sem olhar, porque sei exactamente as que preciso de usar.

Será que sabes que o melhor ainda está para vir? Espero que sim, é que ele, o Ano Novo, vai chegar, mesmo que não estejas pronto!


Se estás aqui, comigo, não estás bem...

dezembro 30, 2017 0 Comments
ncmy-clhz:


Se estás aqui. Se o teu olhar não se move, não se levanta e não brilha, então ele não é a tua pessoa certa. Se já o entendeste, não te atrases, não permitas que te roube as cores com que te vestias antes.

Como pode alguém deixar-te assim, sem partes de ti e sem que te esforces para as recuperares? Como foi que embarcaste nesta viagem, se as chances de te perderes eram bem maiores do que qualquer amor que uses como desculpa? Como permitiste que não te desse nem sequer metade, quando te esforçavas pelo tudo que tens?

Se estás aqui e não em casa, não nos braços de quem te amaria, como eu, e te faria a mulher mais feliz deste e de outros mundos, então vais ter que te parar. Se estás aqui, comigo, a ver-te vazia e sem que nada possa fazer ou acrescentar, então estás errada e precisas de te mudar.

Gostava de te poder dizer o contrário do que já sabes, mas certamente que não o faria, porque para mim e desde que te conheço, sei que és tão importante quanto o ar que partilho. Gostava que levantasses os olhos e me visses, quem sabe não deixarias que te abraçasse e levasse qualquer das dores de que padeces agora. Gostava tanto de te poder levar para casa. Gostava que conseguisses amar-me como te amo já. Gostava de tanto, mas só posso ficar aqui, envolto no teu silêncio e quem sabe a espera não termina, para mim...



29.12.17

Não sei se és tonto, ou louco!

dezembro 29, 2017 0 Comments
Floresta Llwyth


Quando escolhes não escolher nada. Quando decides que decidir te dará demasiado trabalho. Quando não ligas porque ligando terias que falar de ti. Quando te enganas, sempre e de cada vez que te tentas convencer da mentira, a que manténs viva para não teres que mudar, uma vírgula, ao que já conheces, acabas por pagar um preço demasiado alto, mas ainda assim finges não perceber.

Não sei quem terás enganado mais. Não sei, e muito provavelmente, nunca saberei, em quem pensas quando, finalmente, paras para pensar. Não sei o que te dão as noites, as que tens sozinho porque acompanhado terias que dar mais de ti e ainda não sabes como o fazer. Não sei se és um tonto ou apenas um louco incurável. Não sei com quem falas e se falas de ti, mesmo de ti, com tudo o que sentes e sabes que tens. Não sei como acordas, mas arrisco dizer que o sabor é quase sempre amargo.

Alguém te magoou, por norma é assim que acontece, mas não serás o único, o que te distinguirá será a forma de te curares. Alguém te arrancou os sonhos que construíste, sozinho, porque se o tivesses feito a dois, não estarias aqui, agora, sem saber o que ser e fazer. Alguém te enganou enquanto te enganavas a ti mesmo, porque não ver o óbvio não te poderá desculpar. Alguém te quebrou as defesas e passaste a querer atacar quem chegasse, mesmo que para te fazer bem. Alguém pagou por tudo do que padeces.

Não sei se és tonto, ou louco, por desperdiçares um amor como o meu. Não sei do que tiveste medo, porque antes de mim não havia nada que te enchesse ou preenchesse. Não sei porque receaste ver-me por dentro, ou talvez até saiba, porque quem tem a alma cheia não aceita luzes de pouca intensidade. Não sei porque vieste até mim se não estavas pronto...

28.12.17

A nossa princesa!

dezembro 28, 2017 0 Comments
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Agora já não sou a única a reinar neste nosso reino de amor. Agora e de há um tempo para cá, tenho uma princesa que nos veio enriquecer ainda mais. Agora sou sogra de alguém, mas sem o peso que a palavra comporta, porque é apenas uma palavra e eu sou bem mais. Agora tenho uma menina-mulher em casa e pela primeira vez sei o que significa partilhar de forma feminina e estou a gostar de tudo.

A nossa princesa faz anos hoje, 21, e espero ver muitos mais do que ainda será feita, com a felicidade que merece e fazendo o meu primogénito igualmente feliz!

Esta viagem está a ser carregada de aprendizagem e algum deslumbre perante o que afinal até aprendem de mim, os 3 homens da minha vida. Vou percebendo do que padecem os amores com esta maravilhosa idade, os vinte. Vou percebendo o cuidado que o meu filho mais velho coloca no amor que está a aprender a direccionar, porque amar é realmente difícil, pela viagem constante, pela impossibilidade de continuarmos a ser apenas nós e por tudo o que terá que representar quem representa tudo para nós.

Há muito que não sei sobre ela, ainda, mas muito que já consegui saber pela forma como se movimenta. É uma acelerada crónica, com uma energia que nos esgota. É uma trabalhadora incansável e responde ao que lhe é pedido, com a maturidade de quem ainda não pode ser demasiado madura. É atenta e repara em cada um de nós, porque somos realmente diferentes, com outras movimentações às quais se tem que adaptar, patinando em terreno novo.

A nossa princesa já faz parte de nós e mesmo que não lho diga sempre, e deveria, sendo eu a mulher das palavras, vou tentando que saiba que já gosto muito de a ter connosco. Gosto do que dá a uma das pessoas mais importantes da minha vida e gosto de saber, que dia-a-dia, receberá de igual forma, de cada um de nós.

Parabéns Ana Maria!

27.12.17

Há um ar que te sopra para mim!

dezembro 27, 2017 0 Comments
Reírnos de todo y de todos. Porque somos felices. Y para qué más.


Há uma brisa a entrar pela janela e uma luz que te ilumina a cara, a mesma que gosto de beijar, uma  e outra vez. És tu a minha pessoa certa, a que sempre acreditou em mim. És tu que me acolhes, proteges e amas, acima de tudo o resto. És tu...

Conhecemos tanta gente, todos os dias. Passamos e deixamo-nos passar por tantos que não nos dizem nada, não nos tocam ou sequer fazem olhar duas vezes, mas de repente, do nada, encontramos uma, a que mudará tudo, a melhor para nós e a única.

Estou a ver as nossas fotografias e não consigo parar de sorrir. Tanto que já caminhámos desde o dia em que me irritaste profundamente, mas conquistaste para sempre. Estás na mesma, mas deixaste de ser o mesmo homem. Agora explicas-te bem, lutas pelo que sonhaste no dia anterior, confiante de que é o mais importante. Agora tudo em ti é mais preciso, mas menos previsível. Agora pareces querer tudo e não desistes de nada, sobretudo de nós.

Há uma brisa que quase consegue arrefecer o nosso quarto e há muito que me faz pensar, em mim, em nós e neste braço de justiça gigante que te trouxe até mim. Os teus sonos são tranquilos, ao contrário de tudo o resto na tua vida. És o meu fogo incandescente. O mar revolto onde quase me afogo, és o sossego e a tormenta ao mesmo tempo e no mesmo minuto. És quem me arremessa mais vida e me retira o nervosismo de que sou feita. És tudo em tão pouco tempo.

Estou a tocar os teus cabelos e sinto cada um dos cheiros que te tornam a pessoa que reconheço até de olhos fechados. Já nada me assusta, nada que não implique a tua perda. Já nada me demove de continuar a cuidar de quem me cuida. Já tenho o que me faz falta quando ainda nem sabia a falta que me fazias. Já me aninhei em ti e senti-te mover, quando acordares, outra vez, sei que te vou ter, mais uma vez. Quando olhares para mim, vais saber que estive a olhar-te enquanto dormias e que te consigo mesmo ver.

26.12.17

Cada dia que passa...

dezembro 26, 2017 0 Comments


Cada dia que passa. Cada momento em que apenas estou eu. Cada pensamento que se cruza com o que estou a pensar. Cada sorriso e riso que já foram reais, fazem-me lembrar de ti!

Todos os meus movimentos, agora, fazem-me sentir a tua falta. Tanto que me conhecias e cuidavas, consigo ainda sentir a tua mão gigante tocar a minha face logo pela manhã. Os teus dedos nos meus lábios, que entreabrias para que os teus coubessem. O esfregar ligeiro, compassado, mas depois quase desesperado do corpo que o meu já esperava. O teu respirar, misturando-se com o meu, tal como faziam as palavras que continuávamos a usar, porque nada parecia ser capaz de nos parar.

A cada dia que passa agora, sinto que o frio não se arranca, quando o melhor de nós acabou arrancado por forças que as nossas não seguram. Queria que me assegurasses, como esperava de quem sempre me cuidou e me desses o único colo que tive. A cada dia consigo ouvir o que me sopras, meio triste, porque precisas que eu continue, que me reencontre encontrando quem te poderá substituir, mas é aí que me zango mesmo e não quero estar zangada contigo, não mais do que fiquei quando olhei, pela última vez, para a tua figura inerte e sem a vida que a minha tinha quando estavas por aqui. Os teus olhos já não me olhavam e a tua boca quieta como nunca ficava quando a minha estava por perto. As mãos que cruzaram numa rigidez que as minhas não conseguiram amaciar. A pele que nunca mais se encostaria na minha, aquecendo-me do frio dos outros e da vida que te escolheu, deixando-me onde estou, a ver cada dia que passa, sem passar...

Cada dia que passa sinto mais a tua falta e mesmo que me tentem explicar os mil porquês, nenhum explicará porque tiveste que me ser levado. Cada dia e noite que vão passando por mim, apenas acrescentando tempo, não me deixam nada, porque já levaram tudo. Cada dia que passa, tal como passam os movimentos que já não repito, sei que não precisava de saber como seria não te ter, porque nunca deixei nada por fazer, ou dizer. Fui sempre tudo o que foste para mim e agradeci, lembro-me bem, todos os dias por cada segundo em que estiveste. Fiz, supostamente, o que era certo, mas nada pareceu bastar. Cada dia que passa agora, serve apenas para que saiba esperar pelo dia em que deixarei de ter que esperar por ti.