Para onde nos levam os medos e o que nos impedem de fazer?
Metade de nós quer o novo, o diferente, o que nos deixa de alma cheia e o coração a bater descompassado. Queremos o que nos abre os dias que foram negros, e desejamos, por vezes sem saber como, ou até achando que não merecemos, que alguém chegue e nos restaure a pelemj e o corpo, levando a que o sangue corra, fluido, outra vez.
Do que são feitos os medos, os nossos e os de quem espera, mas receia que o eu passe a ser nós?
Tanto que oiço dizer - "Quero, mas tenho medo de querer" - "Ele/Ela não está pronto, mas não sei o que faria se estivesse" - Medo do sim e do não, medo do que se tem e do que poderá nunca chegar, medo de perceber que ainda se está vivo e pronto para tudo o que nos negaram antes.
O medo é uma defesa natural, mas pode fazer-nos parar, impedindo-nos de prosseguir com o que até percebemos estar certo. Soluções? Não sei se existem, teremos que as encontrar, cada um nas rotinas e vivências, mas talvez devêssemos começar pelo começo, sem demasiadas avaliações, mas avaliando o que queremos para nós, e percebendo onde queremos estar, exactamente, no nosso futuro.
Nada será alguma vez perfeito, tal como nunca o serão as pessoas envolvidas numa nova relação. Os erros, as escolhas e a falta delas, trouxeram-nos, a todos, até "aqui", agora só nos resta prosseguir, juntos, aceitando que duas cabeças pensarão melhor do que uma e permitindo que o amor que afinal até conseguimos sentir outra vez, é suficientemente válido para validar tudo o resto.