7.3.18

Ai a visão masculina...

março 07, 2018 0 Comments
Verde que te quero verde

Vi-a, linda, altiva, elegante, uma mulher cheia de classe, mas que não parecia estar ali, bebia o garoto claro, como lhe ouvi pedir e não olhava nem via ninguém!

Será daquelas que julgam que são demasiado importantes para o mais comum dos mortais? Será das que de muito bonitas até são insuportáveis e antipáticas?

Rapidamente obtive resposta contrária, ao ver aproximar-se dela uma das empregadas da pastelaria a quem largou um enorme sorriso. Que boca tão desejável, lábios carnudos, com dentes alinhados e brancos.

- Olá Patrícia, como está?

Então chama-se assim, gosto, mas não tem cara de Patrícia.

Trocaram palavras agradáveis, riram muito e brincaram. Vi e percebi  uma outra mulher, que apenas se distancia para se proteger do assédio, caramba e deve ser intenso. Não consigo descortinar a idade, já é madura, pele morena e uns olhos verdes com um brilho absurdo, quase insultuoso. Agora já me começo a atrever a olhar o seu corpo de formas irrepreensíveis. No verão a capacidade de esconder gordurinhas torna-se uma tarefa mais comprometedora. Percebi que os seus seios caberiam nas minhas mãos, o tamanho ideal, que as suas pernas torneadas e sem celulite, ai afinal os homens também reparam em tudo, se moviam periodicamente para evitar o cansaço. Estava de pé ao balcão e por vezes afastava os fios de cabelo da cara. Eram tão brilhantes que me apetecia tocá-los e cheirá-los.

Aproximei-me mais um pouco e como sou um tipo de faro apurado, imediatamente identifiquei o Light Blue da Dolce & Gabbana. Suave e frutoso, adoro!

Por esta altura já me viu. Uhm, talvez até o já tivesse feito antes, as mulheres e a sua visão periférica. Já se move com algum desconforto, mas assim mesmo consegue dar-me um sorriso. Vou lá falar-lhe? Ficará ela a achar que sou um assanhado tal como muitos outros a quem terá que dar um chega para lá?

Raios que partam isto, nunca me senti assim antes, pareço um catraio com cueiros. Bem, pelo menos já sei o nome, o lugar que frequenta e que a empregada a conhece bem. Acho que me vou armar em forte e sair sem dizer nada. Amanhã volto, e no outro dia, e no outro, até que possa ouvir o som da sua voz, que antecipo seja quente, a projectar palavras, até que o mesmo sorriso que lhe vi hoje seja para mim.

Estou apanhado, fui apanhado, vem aí desgraça!

6.3.18

Porque foi que me deixaste ir?

março 06, 2018 0 Comments
Photography of a Woman Holding Lights

De onde tiraste a ideia de que me poderias simplesmente deixar ir? Quem te mandou olhar para o lado contrário, durante o tempo que me fez sair de ti? Onde julgaste tu que me encontrarias quando te decidisses, finalmente, a perceber que era eu? O nosso destino não se compadece com as distracções, se não estivemos atentos, teremos que ficar na fila, e aguardar, muitas vezes, por uma próxima vida.
Quem te mandou tomares-me por garantida achando que apenas tu olharias para mim e por mim

Não me cabia lembrar-te ou acordar-te para mim. Não me cabia fazer-te entender que ou me tinhas, realmente, ou acabarias a perder-me para sempre. Não era de mim que teria que chegar o que te faltava. porque eu era tão simplesmente a mulher que escolhera amar-te, esperando, pacientemente, que também o fosses. 

Não te consegui ler. Não cheguei a saber que dores carregavas para teres essa vontade de continuar a voar, sozinho, sem um lugar a que possas chamar de teu e sem quem esteja onde só poderias estar. Acredito, agora, que jamais saberás o que significa gostar genuinamente de alguém, sentindo-a, tanto na pele, que não a ter será rasgar-se ao mínimo movimento.

Não te soube roubar de ti. Não consegui que desviasses o olhar do que tanto te assusta e fui-me também eu. Desisti das dores que me irias infligir e voei até quem acabou a receber-me, e foi nele que me aninhei, sentindo um corpo que o meu estranhou, mas permitiu entranhar de forma gradual, sossegando-me de cada vez que me arrepiei, pelo cheiro novo e diferente, mas real.

Não te soube ensinar o que recusaste aprender, talvez porque o meu amor não tivesse bastado, mas sei que um dia também te perguntarás porque me deixaste ir.

Quando a impotência se instala...

março 06, 2018 0 Comments
O Perfume:    Os dias sem ninguémpequeníssimos recados escrit...

Tive sempre mais de metade de mim a funcionar em pleno. Soube sempre o que fazer com o que não me era feito e nunca me rendi à pequenez generalizada. Consegui, sem sequer saber muito bem como, contornar obstáculos e continuar em frente. Nunca me deixei levar, não pelo desalento e muito menos pelas dificuldades, mas confesso que o resultado está a ser um desligar gradual e determinado de tudo o que não me basta, nem resolve.

Quando a impotência se instala. Quando e de cada vez que não me consigo movimentar, eu mesma, sem que precisar de alguém seja uma exigência, sinto o frio nas entranhas e torno-me igualmente fria, distante e dura. Todos os meus movimentos passam a ser mecânicos e até o sorriso se torna uma imposição. 

Não estou a ver o mundo com menos cor, mas as que me movem passam a esbater-se e o descrédito junta-se ao meu nome próprio. Não escolhi parar-me, mas parei de me mover em algumas direcções. O meu coração não se cansou, não ainda, mas forçou-me a subir os muros para além da altura regulamentada. Não deixei de ser eu, mas já sou uma mulher muito diferente, menos presa aos outros e muito mais solitária. Não tem que ser mau, nem sequer bom, é apenas uma condição, uma escolha e um estado de alma. 

Quando a impotência se instala, a vontade acompanha-a, e a minha está em níveis demasiado baixos para que me interesse pelo que deixou de ser interessante!

5.3.18

Quem é que tem casas mal arrumadas?

março 05, 2018 0 Comments
close-up, eye, eyelashes


Se te resolveres, acabas a conseguir chegar onde sempre te imaginaste!

Por vezes temos bagagem pesada, medos, encontros e desencontros, tudo o que carregamos para relações novas, por isso temos que nos resolver, arrumando as "roupas" nos lugares certos. Temos que ser assertivos e não apenas impulsivos, a treta do deixa-te ir e arroja, é para quem está em começos de vida amorosa, para quem se anda, ainda, a descobrir, não é para os que são maduros e já percorreram caminhos longos e sinuosos. 

Volta e meia mudamos móveis, limpamos gavetas, trocamos quadros, são gestos necessários a que a vida corra com mais cor e menos caos. Nas relações deveremos fazer o mesmo, e apenas iniciar o que tivermos condições de manter, mesmo que não dure, porque do futuro sabemos muito pouco. 

Tanto que assusta, a algumas pessoas, que se saiba o que se quer, quando e de que forma.Tanto que se estranha quem tenha crescido e amadurecido ao ponto de saber dizer não, quando for a única resposta possível.Tanto que se tenta usar e influenciar, não contando com o que já se aprendeu sobre a vida e as pessoas.

Casas mal arrumadas, nessas raramente se encontra o que precisamos, quando precisamos realmente!

4.3.18

Sorrisos em forma de palavras!

março 04, 2018 0 Comments
Woman Wearing Black Long Sleeved Shirt Sitting on Green Grass Field Near Mountain Under Cloudy Sky


Sorrisos em forma de palavras!  Seremos sempre mais capazes de aceitar  as palavras que vierem na direcção do que sentimos, as que fizerem eco em cada desejo, ou desespero e as que não colidam demasiado com a vontade que temos de continuar.

Vamos continuar a esbarrar nos que encontram ou reencontram o amor. Nos corajosos. Nos de alma segura e capaz das inevitáveis tormentas. A esperança renova-se nos que são bem-sucedidos. O desencanto perante os que desistem antes de começar, atenua-se. A capacidade de armazenar mais sentimento, amplia-se.

Que bem que sabem os começos e que vontade de voltar a acordar com os sonhos e com a voz de quem se conseguia misturar comigo. Os dias são sempre tão mais luminosos e os problemas quase que se encolhem, porque tudo passa a girar em torno do que sentimos e queremos desesperadamente passar.

Tenho uma inveja saudável de quem carrega boas notícias no que diz respeito ao amor, aquele que é correspondido, mantido e reforçado. Ouço com muita atenção, cada conselho que me sopram os de coração cheio, entendendo que os resultados nunca serão os finais, mas que no fim de cada nova etapa, poderá estar uma ainda melhor.

Os sorrisos em forma de palavras atiçam-nos a vontade de termos cada uma e todas, dirigidas a nós. Quero mais do muito que te faz bem e te deixa assim, mais bonita, mais preparada e menos uma. Gosta de recordar a sensação de pertencer a alguém, de saber do que sei e para quê. Gosto dos que me acordam do marasmo auto-imposto e me abanam os ombros sem tocar, apenas olhando, como só o olhar pode e os sorrisos firmam. Gosto do que tem amanhã, aquele em que ainda conto estar.



3.3.18

O medo que o medo nos provoca!

março 03, 2018 0 Comments
Digital Art Inspiration and Tutorials – The Round Tablet » Untitled Portrait by Lin Ran


Muitas vezes escolhemos o medo, porque ele nos protege de muitas decisões. Torna-se TÃO mais fácil recuar, alegando que temos medo. Medo de sofrer. Medo de reviver males do passado. Medo de ser abandonado. Medo de não ser amado como se precisa...

E viver, onde fica? Vai sempre haver quem prefira não viver, são escolhas!

Vou ser um pouco generalista, não tenham "medo". Os homens por norma nunca sentem medo quando avançam numa relação. UI, que seres corajosos. Nada os demove, nem distâncias, acham até um sacrilégio mencioná-las. O tempo também não, isso resolve-se. Nada é complicado no início. DEPOIS. Pronto, DEPOIS, coitadinhos, já é isto e aquilo, e mais o outro, e a juntar a tudo, o raio do MEDO

As mulheres, essas complicam tudo. Analisam tudo. Medem e pesam até a pluma. Para começarem é um custo, para arrancarem é preciso um requerimento, mas DEPOISDEPOIS ficam prontas e pronto, vão, resolvem, envolvem-se e caminham conforme o chão. Não faz mais sentido assim?

Existem alguns cursos para os medrosos crónicos, eu mesma já tive um medo que quase se tornou um caso de saúde pública, mas superei-o, sozinha, sem recurso a químicos e sem fugir do que me assustava. Não, não tinha medo de homens, esses fazem parte da minha vida. Tinha medo de lugares fechados, mas eis que decidi que o meu medo era uma invenção minha e que me impedia de fazer coisas tão simples como andar de metro. Como sou uma mulher e não um rato, ao invés de fugir, enfrentei.


O medo que o medo nos provoca, tem uma razão de ser e existem sempre escolhas para a forma como queremos viver. Eu escolho ser sempre eu, investindo, mesmo sem garantias, no que me poderá fazer ainda mais feliz do que sou já. Mas isso sou eu, claro!

27.2.18

Eu e tu quando dançamos!

fevereiro 27, 2018 0 Comments
Gray Scale of a Man and Woman's Dancing


Eu e tu estivemos a dançar, tão juntos que parecíamos querer fundir as almas. Tu gostas da forma como te aqueço quando solto o meu corpo para deixar entrar as músicas que me mudam e transformam e quando já não aguentas mais olhar-me, desaceleras o meu ritmo, acalmas o meu fogo e dançamos juntos!


Gosto da sensação de estar junto a ti e de sentir o teu coração bater. Gosto de olhar para o teu queixo que vou beijando, enquanto te sopro as palavras que te ligam por dentro. Elas têm o poder que lhes quero dar e sei o que cada uma te provoca, de que forma ficas depois tão pronto para mim, para me amar como só tu sabes e podes.

Quando dançamos aproveito para te dizer tudo o que não consigo de outra forma, porque parecemos ficar em transe, fazendo com que tudo se torne possível.

- Queres enlouquecer-me miúda?
- Sim amor da minha vida, quero enlouquecer-te com tudo o que sinto por ti e que de já não caber, tenho que te passar.

Nada como os sons, como as músicas que até vão falando de nós, em letras que parecem encomendadas, adequadas a cada passagem desta relação que me tem ensinado e dado tanto. Aprendeste a gostar de estar acompanhado por todas as músicas que já nos pertencem e que nos vão recordando dias, momentos e etapas. Agora já és tu que nos acordas ao som de algumas e com muitas fizemos tanto amor que quando as dançamos conseguimos recordar-nos, de cada beijo, de cada suspirar e de cada gemido dos nossos corpos que não se cansam um do outro.

Eu e tu fomos hoje, uma vez mais, a outra metade que se encaixa de forma tão segura, fazendo sentido e sendo o que precisamos um no outro!