25.8.18

Estás pronta para deixar ir?

agosto 25, 2018 0 Comments

Doutzen Kroes in “Easy Like Sunday Morning” for WSJ Magazine, March 2015  Photographed by: Josh Olins

O que te chegou veio com um propósito e acabaste por o entender, mesmo depois do ferro em brasa que te marcou a alma, porque a verdade é que ainda continuas por aqui, viva, mais destemida e ainda mais pronta! 

Estás pronta para deixar ir a parte de ti que se adiantou na viagem e encontrou o que nunca existiu? Já te sentes capaz de te perdoares, percebendo que por vezes a tua aparente força será a tua maior fraqueza? Consegues olhar para tudo com o distanciamento que te deixará livre? Estás pronta para deixar ir a dor e usufruir da limpeza interior que te deixou assim, como te vejo agora, mais bonita, mais em paz e mais disponível para o que terá que voltar? Estás pronta para aceitares que já o estás, há algum tempo e por isso mudaste, mudando-te?

Quando te perdes, mesmo que por breves momentos, vais ter que ser recordada do que é importante e é aí que te são enviados mensageiros, seres que te engrandecem e melhoram se estiveres atenta. Se te deres o tempo que tudo precisa para crescer e voltar a nascer, vais encontrar sentido até no que te pareceu mais pequeno, mas percebendo que só poderia ter sido assim. 

Estás pronta para deixar o que te segurou tempo a mais e finalmente voltar a voar? Já sei a resposta, porque tenho olhado com atenção para cada pequena mudança e agora, após o que me pareceu demasiado tempo, já voltaste a ser quem sempre reconheci!

24.8.18

Sei como me fazes sentir!

agosto 24, 2018 0 Comments


Sei como me fazes sentir. Tenho, em mim, todas as emoções que apenas tu consegues passar. Encontro, ainda e depois do primeiro dia em que te tive, as razões que seguram o meu coração, mesmo que a razão me persiga e force a decidir. Sei que preciso de manter as dúvidas, porque são elas que me mantêm viva e a esperar pelo que só pode chegar, na tua forma ou num formato muito próprio. Sei como me fazes sentir e é assim que quero continuar!

Dizem-me que te devo dizer tudo, mas o que não sabem é que já sei o que disse a mais ou nunca deveria ter dito. Opinam, tentam, sobre o que fizemos e fomos ambos, mas mesmo que me sinta por vezes bem mais tonta do que pareço, sei bem o que tive. Sei bem o que ouvi e senti. Sei quem foste e sei que ainda não me superaste. Dizem-me que te devo esquecer, mas esquecem-se de quem sou, do poder que coloco no que amo, porque amar é o que posso fazer, apenas eu, ao meu ritmo e sem que me meçam ou pesem. Sopram-me e gritam, tentando que não me perca, mas há muito que perdi a parte que te pertenceu e essa já ninguém terá forma de recuperar.

Sei ao que sabias, mas agora, de mansinho, estou a perder o que demorou a chegar e que se implantou no que nem julgava possuir. Sei como me fazias sentir mesmo antes de te saber, porque esperei uma vida inteira pela vida que me prometeste. Sei porque te aceitei e o que sonhei de ti, mesmo que não conseguisse que sonhássemos juntos. Sei o que deixei por fazer para que não te faltasse e tudo o que consegui que fosse feito, para que não me faltasses, mas ainda assim não adiantou. Sei como me fazias sentir e é por isso que aqui, neste lugar que tem um tempo onde apenas eu estou, continuas a estar, mesmo que longe. Sei o sabor da dor que já me moeu corpo e alma, mas que serve para que não te arranque, porque o escolhi assim e porque ainda não te superei.

Sei como me fazes sentir, ainda e é apenas isso que me segura!


Tens pressa do quê?

agosto 24, 2018 0 Comments
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O que é que não pode esperar? Do que tens pressa afinal e o que te faz correr?

A pressa é sinónimo da tua incapacidade de maturar, significa que não estás pronta para os passos que têm que ser percorridos e não saltados. A pressa é inimiga da perfeição e da sanidade mental, porque te deixa a querer demasiado o que até já é teu, apenas ainda não te foi entregue. A pressa impede-te de saborear o que leva mais tempo e de ver o que é mais pequeno, mas igualmente importante. A pressa é basicamente o medo que sentes de ter que esperar demasiado tempo, mas que nunca será demasiado, apenas o necessário.

Tens pressa do quê afinal, será que sabes? E quando o dizes em voz alta, ao que é que te soa?

Tens que perceber que a vida são tempos e momentos que precisam de se encontrar. A vida é saberes ao que sabe o que antecipaste, mas apenas quando o saboreares. A vida é teres o que escolher, entre tantas escolhas já feitas e outras que te poderão mudar. A vida é o veículo inevitável para tudo o que deves aprender, até que possas finalmente parar de esperar. Mas por agora espera, o mais tranquilamente que conseguires, porque vai decididamente valera  pena!

23.8.18

Estar feliz!

agosto 23, 2018 0 Comments


Estar feliz! Nada mais natural e conveniente para que possamos concretizar tudo o que nos propomos. A nossa visão fica menos turva, sabemos como fazer e até onde ir, porque a vitamina da felicidade se propaga a uma enorme velocidade e se estivermos de bem com tudo e todos, conseguimos tocar até o céu!

Quem é que não o experimentou já? Quem nunca esteve naquele estágio de euforia contagiante que nos fazia ver para além do nosso pequeno mundo?

Nós sabemos, claro, e também o queremos, mas nem sempre chegamos para ficar, nem sempre mantemos o que nos mantém felizes e acabamos a descer ao planeta terra, com todas as quedas eminentes, pedras e buracos, restando-nos apenas ir andando e tentando sobreviver.

Estar feliz já é bem mais do que um desejo, é uma necessidade, é a bóia que nos enviam quando ameaçávamos afundar, é o lugar de onde não deveríamos ter que voltar, mas é um desafio que supera em muito a nossa capacidade de reagir, de entender e de agarrar com ambas as mãos o que afortunadamente recebemos. Eu sei do que é feita a minha felicidade, e quem contribui para que a tenha, até aí já cheguei, mas depois de mim existem os outros, e sobre eles não tenho o mesmo poder, por isso adapto-me, trabalho mais, esforço-me o dobro e aceito o que não consigo mudar, caramba, mas era tão simples...

Quem são estas novas pessoas!

agosto 23, 2018 0 Comments
Pinterest - Grace Carroll


A janela pela qual vou olhando para este "maravilhoso" mundo novo, está mais ampla e colorida, talvez porque eu esteja mais atenta e livre para entender o que corre e de que forma, ou porque simplesmente consigo o devido e confortável distanciamento!

As pessoas estão diferentes, irreconhecíveis até, parecem ter uma carapaça e um sorriso que não combina. Vivem à pressa, para tudo o que não as completa, mas atrasam-se no essencial, deixando penduradas quem um dia ainda as poderá valer. Não lhes encontro forma nem formato familiar. Já não sei o que as move e é tão pouco o que as demove de mais, e ainda assim de melhor. Querem o que querem e só questionam o que lhes dá trabalho. Procuram o exterior nos outros de forma demasiado urgente e quando têm que lidar com o interior, cansam-se e desistem rapidamente. Não sei quem são estas "novas" pessoas, tal como não sei o que esperam receber um dia.

Por vezes pareço estar a ver um filme de quinta categoria, mas como até me vão fazendo rir, não desligo e assisto para tentar perceber se o final será diferente. Pasmo-me sempre e de cada vez que tento, porque tudo é igual, é sempre mais do mesmo.

Quem são estas novas pessoas? Será que se revelaram, ou mudaram realmente, para pior?

Até que podia ir-me mantendo aqui, a ver de camarote, o problema é que elas fazem parte dum todo e irão inevitavelmente cruzar-se comigo ou com os meus, por isso vou continuar a tentar perceber quem são, encontrando, quiçá, uma explicação para o que agora não explico.

Estas novas pessoas estão literalmente a pôr-se a jeito, não das críticas, porque não lhes parecem fazer mossa, mas do carma, and carma is a bitch!

22.8.18

Como resistir às relações "modernas"?

agosto 22, 2018 0 Comments
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Os ajustes às novas relações são realmente difíceis e só podem ser, basta que olhemos atentamente, para os modelos de casais tradicionais, os que não se divorciaram, os que passaram pelos namoros, mais ou menos longos com projectos comuns, para percebermos que também eles se debatem, diariamente, com lutas internas, deambulando entre o desistir, mandando tudo à merda e o resistir estoicamente a todas as marradas da vida. Se para "estes" já é quase uma missão impossível, e já passaram por tantos percursos e crescimento em comum, imaginem para os que vão começar de novo, frescos do outro, mas carregados de pesadas mágoas e heranças que não serão propriamente de lingotes de ouro. Tough!

O mais fácil é mesmo ficar sozinho. Ir picando aqui e ali. TANTOS que o fazem e eu até que conheço uns quantos, mas não é o mais natural e não é a nossa realidade, porque fomos feitos para estarmos em relações, estendendo as emoções ao que desejamos para ambos. Não quero o mais fácil, gosto de desafios e de lutas, mas não gosto da sensação de jogo eterno e de compromissos descomprometidos. Gosto do que tem nome. Não gosto do nim.

Quando já passámos a fase dos namoricos, da descoberta da sexualidade, dos quês e porquês, passamos a precisar de mais, muito mais e de forma a que que se possa permanecer no que nos completa, por isso as relações modernas são um verdadeiro desafio aos que ainda pretendem apenas e tão só a felicidade a dois.

Quando os nossos olhares se cruzam!

agosto 22, 2018 0 Comments
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O teu olhar já vai ficando no meu mais tempo, a cada passo. Já não sabes como me evitar, nem podes, porque estamos em sintonia, mesmo que silenciosa. A tua linguagem não verbal mexe com o meu discernimento e impede-me de ser natural, porque quando estás por perto fico mais longe de mim, torno-me mecânica, a pensar e a repensar cada movimento. O meu olhar é fugidio, mas quando tenho que te olhar, faço-o bem dentro e tu não ficas indiferente, mesmo que te mantenhas aparentemente controlado e algo distante, mas apenas o suficiente para que não te ouça respirar. 

Ainda não sei qual é o teu cheiro, nem se ele se poderá misturar com o meu. Nunca estivemos demasiado próximos, mas sei que ambos sentimos a proximidade que ainda nos vai meter em sarilhos. Ainda não sei se quero, ou se consigo arrojar, mas sei que depois do agora que já está a acontecer, só poderemos continuar. Ainda não sei quem és, o que carregas ou ao que vens, mas já sei que sabemos o que estamos a sentir.

Quando os nossos olhares se cruzam já não és apenas tu, no que fazes e há algum tempo que já deixei de ser apenas eu, aqui, neste lugar que passou a ser mais nosso do que de qualquer um dos outros que nem consigo ver. Quando os nossos olhares se cruzam sinto um friozinho que se alastra e começa a fazer medo, mas que é igualmente bom, por isso sei que vamos continuar a olhar-nos até que um de nós precise de mais do que já temos.