20.12.18

Quem posso ser agora?

dezembro 20, 2018 0 Comments


De que forma consigo apreender o  meu novo eu? Como é que passo a gerir o tempo que agora sobra e que é inteiramente meu, quando o mesmo se afunilava e quase que me impedia de respirar? Quem sou, ou o que posso ser afinal, se aparentemente já posso ser tudo?

Tudo o que é nosso chega, sobretudo o tempo, basta que saibamos como nos conduzir, aguardando pelo momento em que os momentos dos outros os absorverão o suficiente para que nos deixem mais livres. Tudo o que semeamos será colhido e o modo como acabarão por florescer tem a ver com a nossa dedicação e empenho.

Há meio século que cuido dos outros, olho para o lado de lá de mim e aguardo pelos meus momentos, sem demasiada pressa, porque sabia que chegariam. Passei do auge da ansiedade e da urgência, para o silêncio instalado e por rotinas que me visam fundamentalmente. Tenho que me saber redireccionar, recuperando o que tinha na lista, mas que agora se pode tornar realidade. Preciso de ligar botões há muito esquecidos e assim recuperar a mulher, não que ela tivesse deixado de existir, mas agora está claramente mais viva.

Quem posso ser agora? Será que posso mesmo tudo e o desejo, ou vou simplesmente reajustar-me de forma tranquila e sem pressas? Acredito que as respostas irão chegar quando me fizerem falta!

19.12.18

Serenidade é?

dezembro 19, 2018 0 Comments
me encanta Permanecer...A música é capaz de reproduzir em sua forma real a dor  que dilacera a alma e o sorriso que inebria.  ~ Ludwig Van Beethoven.~ ~º~


Quando acho que só pode piorar, eis que apareces tu e amenizas as minhas dores, arranjando forma de que guarde para mim o que me estava a magoar e o dia consegue terminar de forma serena. Mas
ontem correu mal, porque teimámos, só não fizemos apostas porque não somos machos, não jogamos às cartas a dinheiro, mas teimámos sobre quem teria razão e uma vez mais fui eu. Bem que o teria dispensado, porque gostaria de ter ficado com um sorriso triunfante, não por ter vencido, mas por ter estado tão errada, que o resultado só poderia ser em meu benefício no futuro.

Não adianta olhar para onde nunca estiveste, só me resta aceitar e continuar, porque até sei como se faz, já estive num lugar semelhante e hoje, outra vez recuperada, voltei a ter o poder, a ser eu a controlar o que sentia, sabendo que se for demasiado só poderá fazer-me mal.

A noite foi tranquila, dormi e não sonhei contigo. Acordei sozinha e sem fantasmas, apenas eu comigo, mas gostei da sensação. Um dia estará alguém que passará para além dos meus sonhos e acordará ao meu lado, começando comigo o que saberemos ambos ser possível terminar. Um dia saberei quem és e de que forma nos encaixaremos sem que magoe, sem que seja preciso sofrer e fazer sofrer. Um dia tudo o que sentir e sobre o que escrever, ter-te-à no fundo, em cada sílaba e estarei a sorrir de cada vez que o fizer. Por agora vou esperar, porque talvez ainda não esteja pronta para ti!

17.12.18

Enquanto não me convenço...

dezembro 17, 2018 0 Comments


O ontem já foi e agora, sentada num vazio que assusta de tão real, num lugar tão preenchido com o que lhe retirei com os pedaços de mim que arranquei mesmo com dores lacinantes, porque me forço a ser desta forma e não de uma outra qualquer, vou respirando descompassada e zangada com os meus receios, infundados ou não, mas que não me deveriam impedir de viver.

Se fujo de mim é por não querer voltar a sentir-me vulnerável. Se for eu ao comando, pelo menos entenderei porque cheguei aqui, porque este lugar consegue ser um dia de muito sol e um outro tão carregado e sombrio, que me faz querer encolher-me e deixar de ser e pensar.

O hoje não é sempre pacífico, ou sequer ligeiro, por norma é uma luta interna, um não querer ir e um desejar conseguir ter a coragem, o desapego e a determinação que farão de mim um ser igual a todos os outros, a que sofre sempre que me oferecerem um não, ou forem incapazes de me sentir verdadeiramente, mas também a real, a que também sabe entregar-se e esperar que dê certo.

Enquanto não me convenço, vou pelo menos sonhando e tentando chegar lá!

14.12.18

Quando a noite chega...

dezembro 14, 2018 0 Comments
Winter Snow GIF


Quando a noite chega, os dias passam-me em retrospectiva e percebo, mais hoje do que antes, que não te ter sempre me deixa encolhida num medo que não reconheço. Quando a noite chega e não estás, nada do que possa ter feito me importa, porque a verdade é que apenas tu me importarias, estando em mim e comigo. Quando a noite chega e as palavras não têm para quem sair, saio de mim e regresso ao lugar que me assegura que permanecerás porque me fazes falta. Sinto falta do que ainda não consegui viver contigo. Sinto uma falta imensa de programar o amanhã e de te ver em cada um dos momentos com os quais sonho. Sinto falta dos beijos que ainda não recebi, dados com a única boca que me liga todos os botões e deixa ainda mais viva. Sinto falta de saber ao que saberás quando o nosso amor se solidificar e já mais nada precisar de ser confirmado. Sinto falta da tua voz, porque apenas ela me tranquiliza de mim e dos pensamentos que correm demasiado velozes...

Não sei o que fazer dos minutos que me sobram e envolvem as horas num vazio que nada parece preencher, nem mesmo tu porque estás demasiado longe. Sei cada vez menos, porque não controlo nada do que vem de ti e porque é em torno de ti que vagueio, tentando ser mais mesmo que debaixo de chuva intensa. Não sei se o amor tem outro nome, ou se a sua face varia com as personagens, mas quero a acreditar que os que amam fazem-no assim, intensamente e esperando por TUDO, porque menos não poderá bastar, a mim sei que não, talvez por isso as noites sejam cada vez mais longas.





13.12.18

Medo de mim mesma...

dezembro 13, 2018 0 Comments
Alessio Albi on Instagram: “Unpublished with @sandra_loewenherz at #belgiumgathering15”


Há dias em que tenho medo, muito medo de mim mesma, porque nos dias em que algo ou alguém toca no lugar errado, diz o que não devia ou espicaça a leoa, saltam-me todas as molas.

Hoje já não corro à procura de aprovações. Não me interessa o que os outros pensam ou consideram sobre a minha vida, e sobre a forma como a vivo. Não me importo rigorosamente nada com o que não tem importância. Agora já dou comigo a "cuspir" palavras duras que os outros não estão preparados para ouvir, porque sou a condutora do meu destino e por isso só aceito considerações de quem tenha provas dadas. 

Há dias em que nem o medo de usar demasiadas palavras, daquelas que balançam as bases dos outros me demove de ser eu, de procurar e de querer ser genuína e de apenas pensar e agir em prole do que acredito. Este é o meu tempo, aquele que vivo cada dia um pouco mais, por isso estou determinada a usar os caminhos certos, acabaram-se as desculpas, porque um dia mais tarde poderei, tal como o Sinatra, dizer que o fiz à minha maneira e me dei bem!

11.12.18

Estou à espera!

dezembro 11, 2018 0 Comments
Você é escravo(a) De tudo aquilo Que não é capaz De abrir mão


Estou à espera. estou em modo "reservado", aguardando que o teu tempo também possa ser o meu, que olhes para mim como alguém que está aqui,para ti, mas que não me guardes na prateleira até aos teus regressos, e sobretudo que não acredites e não esperes, que será sempre assim, porque até o amor vem com prazo de validade...

Estou à espera, ainda, e fá-lo-ei até que o meu coração dispare, e grite um BASTA, obrigando-me a continuar com a minha vida, porque fui eu que escolhi a que tenho, consciente de que apenas farei o que for melhor para mim e tu ainda o tens sido.

Não posso pensar demasiado, tenho que aligeirar e relativizar para que não sofra sobressaltos e para que não me penalize a mim mesma. Sei que é errado, que não me levará a lugar algum, que mereço mais, porque sou mais. Enquanto decidir esperar, o teu tempo continuará a correr, e ainda poderemos usufruir do que nos uniu, do amor que sentimos, dos corpos que se entregam com desejo, sentimento e procura. Enquanto eu esperar, ter-me-ás, depois...

10.12.18

Escolhemos não falar de nós...

dezembro 10, 2018 0 Comments


Escolhemos não falar. Decidimos que a decisão de ambos, mesmo que aos tombos e sem qualquer convicção, teria que bastar. Afastámo-nos de nós e esperámos, em vão, que bastasse para nos sarar...

Dou comigo a lembrar-me de quem fui quando estavas comigo e parecia ser bem mais feliz e completa. Mesmo que não estejas, não existem dias sem ti, porque te manténs por aqui, firme na firmeza que nos faltou antes e nos afastou irremediavelmente. 

Quem é que consegue filtrar os sentimentos que nos assolam? A quem podemos falar do que ninguém parece querer ouvir, porque se terminou, está terminado, quando a verdade é tão maior do que isso. Para onde nos voltamos se nada parece ter face que nos baste para que paremos de nos sentir mal e pequenos? O que sobrará de nós quando o que tivemos já não nos esteja sequer na memória?

Talvez já tivesse sido mais fácil recomeçar, perdoando-nos. Talvez pudéssemos ter visto a distância que estávamos a criar entre nós, mas o que agora soa a dúvida, já foi uma certeza dolorosa. Estamos fora da vida um do outro, mas continuamos demasiado longe de resolver o que nos afastou e por isso mesmo afastamos todos quantos se aproximam. Talvez se te tivesse dito tudo o que sinto, não precisasse de continuar assim, vazia, sem respostas e sem esperar pelo que certamente também me poderias dizer. 

Escolhemos não falar de nós e nada parece ser suficiente para que o voltemos a fazer, mas a verdade é que quando algo importante nos falta, o que é errado sobra e cola-se num tempo que se recusa a passar, esmagando-nos