6.4.20

Não gosto de sentir saudade!

abril 06, 2020 1 Comments
"Jimmy Law - Abstract Portrait Painter"


Não gosto de sentir saudade, porque não gosto do que ela significa. Dispenso a escassez e a falta interminável de algo ou de alguém. Não gosto de pensar que não ter alguém será para sempre e que não terei forma de encontrar outro formato de vida. Não permito que a saudade se instale, escolho os momentos mais importantes e espreito-os, de quando em vez, para que o coração não se torne demasiado pequenino. Não quero que sintam saudades de mim, porque isso apenas significa que mantêm a vontade, mas rejeitam a proximidade.
Não controlamos as emoções, mas podemos determinar as acções e agirão sempre os que souberem o que esperam de quem terá que estar por perto!
Não gosto da palavra saudade e tenho, de forma determinada, recusado senti-la. Escolho as lembranças doces e os olhares que reconhecerei em qualquer lugar, até quando já não puder ver. Não gosto de me render a sentimentos que se colam e magoam, prefiro aceitar o que não controlo e controlar o que já fui capaz de entender.
Não gosto de sentir saudade, já o senti de ti, mas depressa percebi que significava apenas que nunca mais te voltaria a ter e não gostei...


3.4.20

A cada toque ficamos mais próximos!

abril 03, 2020 0 Comments

Vou sabendo, cada dia mais, que a tua mão está determinada na minha. Vou sabendo, até quando os outros falam mais alto, por cima do que pensamos e quando nos olhamos sem que mais nada pareça importar, que apenas nós importamos. Vou sabendo que serás capaz de me apanhar se cair, bastando que me apertes o corpo que aprendi a abandonar para ti, oferecendo-te o que me pertence.

A cada toque, até quando parecíamos já não ter nada para ser tocado, nada novo, nem nada diferente, consigo sentir-te. És feito do que esperava e foi assim que te reconheci, quando me tocaste. A cada toque, quando acordo e já me olhas de sorriso seguro, porque foi comigo que adormeceste e porque a forma como te toquei te devolveu o que já me dás, dia após dia. A cada toque acredito mais na loucura inicial, aquela em que NADA parecia poder dar certo, pela diferença, pela distância, pelas músicas loucas, tuas e serenas minhas.

As noites de Agosto são cada vez mais longas, e usamo-las para que o calor que nos assola nos mantenha sedentos e colados um no outro. Vou descobrindo cada novo franzir de sobrolho, os toques e tiques que me legendam as histórias e os sorrisos, naturais, que chegam para concordar com o que partilho.

A cada toque vou percebendo que terás que estar no meu futuro, até porque começaste num passado que recordamos, sem inibições, no presente que nos pertence. A cada toque sei eu e sentes tu, que és o homem que permanecerá comigo e no que imagino venha a ser o nosso “para sempre”.

2.4.20

Quando é que as pessoas me surpreendem?

abril 02, 2020 0 Comments

Quando é que as pessoas me surpreendem? Quando carregam um mundo mais completo e transparente, mas rodeado duma película invisível e pacificadora. Não serão muitas, mas para minha felicidade, ainda existem e persistem neste caminho de paz interior e de conhecimento. As pessoas também me surpreendem-me pela positiva, porque a maioria é apenas mais do mesmo, de tudo o que não têm forma de esconder, porque é demasiado pesado para que se libertem elas mesmas. Gosto de surpresas boas. Gosto de pessoas genuínas e resolvidas. Gosto do gostar simples e sem demasiados floreados. Gosto de entender do que falam e de lhes responder com o mesmo tom...
Por ser optimista, acredito que ainda mais pessoas surpreendentes se cruzarão comigo. Preciso delas para me certificar de que estou certa, mas também preciso para que me apontem os erros, ou os deslizes. Preciso que já saibam que precisamos todos uns dos outros, mas que não deveremos depender de ninguém. Preciso da entrega desinteressada e do interesse constante que colocam em mim, fazendo-me acreditar que se importam. Preciso que não me desiludam.
Quando é que as pessoas me surpreendem? Quando resistem à maldade instalada e conseguem reconhecer os outros.

Tenho uma queda para impossíveis!

abril 02, 2020 0 Comments


Tenho uma queda para impossíveis. Tenho uma maneabilidade muito própria para os transformar, ajustando-os às minhas necessidades, porque tenho vontade de saborear o sucesso após tantos impossíveis anunciados. Tenho uma coragem desmedida no que toca a quem de mim precisa, mas meço com cuidado para onde a canalizar. Tenho uma capacidade inata para transformar o pouco em muito, porque tenho emoção e amor que bastem para que o importante exista sempre. Tenho tanto agora, muito mais do que em qualquer outro momento e fiquei com tão pouco do que me impossibilitava de parar e apenas usufruir. Tenho sobretudo discernimento e bom-senso e apenas assim poderei continuar a ser capaz de olhar para cada impossível, com infinitas possibilidades. Tenho a certeza de que já é impossível que não me possibilite ainda mais crescimento!

1.4.20

Os dias de dúvida deveriam existir sempre!

abril 01, 2020 0 Comments

Os dias de dúvida deveriam existir sempre, mesmo que nos pareça difícil de gerir, porque acredito que o excesso de confiança, a planificação automatizada do que afinal não controlamos e o tomar por garantido o que nos rodeia, apenas nos fragiliza. Quando duvidamos resistimos e melhoramos. Quando procuramos, continuamente, por planos B e C, tendo já delineado o A, o sucesso deixará de ser relativo. Isto vale para tudo, até e sobretudo para o amor.
Quem é que acredita já ter um amor para a vida? Quem é que acha poder controlar o que o outro sente, apenas por sentir muito? Quem é que é optimista o bastante para nunca temer o negativismo que nos rodeia, tal qual uma nuvem negra e pronta para descarregar galões de água? Quem é que não cuida, diariamente, para poder ser cuidado e ainda assim acredita que já faz o que basta?
Quando nos pré dispomos a continuar a aprender e nos reservamos tempo e momentos para fazer ajustes e reajustar estratégias, percebemos que os dias se vivem um de cada vez. Os sentimentos ampliam-se e constroem-se a cada suspirar, sob pena de se destruírem com uma simples ventania, se nos distrairmos. Os toques não se poderão adiar porque a vida não espera pelos indecisos e nenhuma pandemia nos deveria recordar do óbvio. Quando aceitamos que só fazemos sentido quando o que sentimos é genuíno, acabamos a lapidar cada "pedra preciosa", na esperança de que nos presenteie com o que tem de melhor e nos enriqueça corpo e alma.

Os dias de dúvida deveriam ser obrigatórios por lei e certamente que depois disso já ninguém deixaria o amor para mais tarde!

31.3.20

O livro da minha vida!

março 31, 2020 1 Comments

Qual será o resultado de tudo o que começamos? O que podemos verdadeiramente planear enquanto nos projectamos num futuro que até poderá ser diferente?
Estive a ver a nova versão do filme "Mulherzinhas" e não consegui deixar de sentir o mesmo entusiasmo de quando li o livro de Louise May Alcott, é que foi graças a ele que me imaginei escritora e fui capaz de sonhar com o poder das palavras. Estava BEM longe de saber que acabariam mesmo por fazer parte integrante da minha vida. Sem as palavras não existo e olhem que comecei pelo papel e caneta. Sorria sempre após cada folha concluída. Sentava-me de forma inquieta e levantava-me para me voltar a desassossegar. Sabia que era naturalmente feliz, mas não tinha ideia da real dimensão, até hoje, até ao agora, onde já sou o que fui capaz de sonhar e o sonho ainda nem vai a meio.
Onde será o lugar certo depois de o termos conseguido visualizar? Quem nos tornaremos se tivermos levantado uma pontinha do que precisamos de ser, na altura certa, aquela em que a inocência pode bem ditar o resto das nossas vidas? Quando é que poderemos dar por concluído o projecto, depois de tantos rascunhos?
Caramba, ser feliz é mesmo um estado de espírito!

É-me inevitável ser duas!

março 31, 2020 0 Comments

É-me inevitável ser duas, em momentos diferentes e até quando pareço estar num mesmo lugar e com as horas a correrem de igual forma!
Sou a que se permite alguma exposição e a que se dá para uns quantos, mas também sou a que se retira totalmente, sendo invariavelmente distante e arredada da vida que não corre para mim. Sou a que escuta, com atenção, quem a procura ter, mas sou igualmente a que apenas escuta umas quantas sílabas, sobre o que não me move e não me faz movimentar. Sou a que tem silêncios que apenas eu entendo, mas porque mais ninguém precisará de saber do que sei. Sou a que carrega dois corações armados, mas com pequenas frestas para que ainda se aloje mais um pouco de amor.
Não tenho forma de ser de outro formato, nem consigo deixar de lado a dualidade que me caracteriza. Não quero ser a metade que serve a alguém, deixando a outra em suspenso, porque uma nunca será a parte inteira.
Sou previsivelmente previsível para quem já me conhece, mas ainda assim um livro que uns quantos lêem ao contrário. Sou assumidamente a dualidade que faz de mim uma equação viável e rapidamente subraio o que não haverá forma de multiplicar. Sou bem mais consistente agora, até quando pareço tranquilamente estranha e sou ainda o resultado de tudo o que fiz por entender, em duas mentes, somadas a dois corações gigantes que se dividem para chegar aos que de "nós" precisam.
É-me inevitável ser duas, não porque o tenha escolhido, mas porque aceitei que apenas assim estarei verdadeiramente pronta.