8.4.20

Mesmo que já não perguntes, ainda te respondo...

abril 08, 2020 0 Comments

Mesmo que já não me perguntes, continuo a responder que ainda te amo. Muito provavelmente amarei sempre, desta forma que apenas se encaixa em ti, até quando um dia amar um outro. Já não penso, não a toda a hora, no que pensarás de mim, mas continuo a perguntar-me sobre o que farás e a quem amarás agora.
Uma vez no meu coração e nunca mais dele voltarão a sair, apenas sofrerão ajustes e arrumações, mas quem foi verdadeiramente importante e me moveu o músculo mais poderoso do corpo, permanecerá e será recordado. Gosto de manter as boas memórias e os sabores doces. Gosto de voltar a sentir na pele, mesmo que sem toque, quem já me tocou. Gosto de perceber que amei e fui amada por alguma razão, ter terminado foi apenas uma condicionante.
Mesmo que já não sonhe contigo a cada noite, por norma acordo pronta a deixar-te partir de vez, mas apenas para te voltar a receber. Mesmo que diga que já não temos mais nada para dizer, continuo à espera que me digas o que preciso para te arrumar.

7.4.20

A quem é que contas tudo?

abril 07, 2020 0 Comments

A quem é que contas tudo o que sentes, quando estás a sentir medo e de cada vez que as dúvidas te ensombram? Em quem confias o bastante para confiares os teus segredos? Para quem te voltas quando o mundo parece demasiado vasto para que te incluas? De onde te vem a determinação, mesmo que te sintas a fraquejar?
Por vezes o mais simples será vivermos no conforto da negação, negando-nos o direito a mudar o que não está certo, nem nos serve. Teremos todos formas distintas de lidar com o a dor, a insegurança e as questões que apenas saberemos responder mais tarde. Por vezes a melhor reacção será a inacção, porque se nos impedirmos de aceitar o que não é de todo bonito, pelo menos adiaremos o que até poderá ser inadiável, mas enquanto o pau vai e vem...
A quem é que dizes TUDO, sem filtros e sem recear que o que possam ouvir mude a forma como te julgavam conhecer?

O despertador rouba-me os últimos minutos de ti!

abril 07, 2020 0 Comments

O despertador rouba-me os últimos minutos de ti. Acordo devagar e movo-me sem muita convicção. Estou deitada e olho o tecto na esperança de me levantar, quem sabe, contigo ao meu lado. O dia continua cinzento e não ajuda nada a que me encha de cores para melhor sobreviver à tua falta. Lá fora está apenas a chuva e a rotina que já não passa por te ter. Vou fazendo tudo de forma mecânica e até o duche quente falha aquecer-me por dentro. O chá ainda me espera enquanto arrefece, arrefecendo-me o ânimo. O cão olha-me de orelhas caídas porque me sente e sabe do que estou a saber agora; estou inevitavelmente sem ti e sem vontade de muito mais do que faço.
O despertador já me lançou de novo para a realidade que gostava de afastar. Não o culpo, mas mantemos uma relação difícil, precisava de poder estar mais uns momentos no único lugar onde te tenho e conduzo o nosso destino. Já não olho para o telemóvel na esperança duma mensagem, há muito que os teus silêncios se instalaram. Sou a mesma aos olhos dos que não me conseguem ver, mas por dentro o vazio alastra e ameaça consumir-me. Quem é que disse que o amor não dói? Quem é que ainda consegue repetir que o tempo cura tudo? Quem é que tem exactamente o amor pelo qual esperou?
O despertador presenteou-me com uma música suave, mas não suavizou nada e apenas me "gritou" que estou de volta, mais um dia, ao que sou enquanto deixaste de o ser comigo. Posso escolher sorrir enquanto coloco a roupa que me fará ser apetecível, mas deixei de ter vontade de outra pessoa. Posso dizer, repetidamente, que amanhã já estarei mais perto de aceitar que não voltarás, mas quando o despertador dá o sinal de prosseguir, prossigo sem saber onde estarei quando finalmente deixar de te incluir, nem que seja em sonhos.

6.4.20

Sozinha outra vez!

abril 06, 2020 0 Comments

Sozinha outra vez, naturalmente, sem demasiados embaraços ou sequer dúvidas. Sozinha como terei começado um dia, mas nunca mais só, porque me tenho, sei quem sou e o que me devo para me dar continuamente o que preciso. Sozinha outra vez, porque ainda não sei quem poderá entrar e que a acontecer, me deixe confortável o bastante para o continuar a querer. Sozinha até que reconheça quem poderá estar ao meu lado, sendo verdadeiramente a pessoa que me arrancará os momentos de demasiada introspecção. Sozinha até que perceba o que me falta, se é que me falta alguma coisa. Sozinha, mas sem querer, do nada, e por desespero, deixar de o estar e depois me arrepender. Sozinha agora, mas porque não vislumbro outra condição, até quando me permito pensá-la. Sozinha até que deixe de o estar eventualmente, mas estando certa da diferença para melhor.
Escolher estar sozinha, tal como se escolhe sentir a felicidade inundar-nos, é um estado de espírito, uma decisão bem pensada, a única possível!

Vou-me reerguer depois de tudo isto e tu comigo!

abril 06, 2020 0 Comments

Vou-me reerguer depois de tudo isto e tu comigo. Vou superar o que me faltou, mesmo que me sobre tanto e tenha tido bem mais do que antecipava. Vou-me reerguer ainda mais forte e determinada a ser assim, desta forma, amando como se o mundo terminasse amanhã e terminando com o meu medo em avançar para um novo amor. Vou-me reerguer para que me veja quem entrará, estando igualmente determinado e pronto, porque já o estou. Vou-me reerguer e escrever sobre o que me trouxe até aqui, usando as palavras certas, porque as erradas matam até os corações mais preenchidos. Vou-me reerguer para que acreditem que sou feita de tudo o que semeei, enquanto achava poder finalmente colher para além do tempo e dos imprevistos que nem eu mesma controlo. Vou-me reerguer e ensinar-te a manteres-te de pé, regressando a quem sempre foste e fui capaz de ver. Vou-me reerguendo, hoje mais uma vez e amanhã para te poder receber.

Não gosto de sentir saudade!

abril 06, 2020 1 Comments
"Jimmy Law - Abstract Portrait Painter"


Não gosto de sentir saudade, porque não gosto do que ela significa. Dispenso a escassez e a falta interminável de algo ou de alguém. Não gosto de pensar que não ter alguém será para sempre e que não terei forma de encontrar outro formato de vida. Não permito que a saudade se instale, escolho os momentos mais importantes e espreito-os, de quando em vez, para que o coração não se torne demasiado pequenino. Não quero que sintam saudades de mim, porque isso apenas significa que mantêm a vontade, mas rejeitam a proximidade.
Não controlamos as emoções, mas podemos determinar as acções e agirão sempre os que souberem o que esperam de quem terá que estar por perto!
Não gosto da palavra saudade e tenho, de forma determinada, recusado senti-la. Escolho as lembranças doces e os olhares que reconhecerei em qualquer lugar, até quando já não puder ver. Não gosto de me render a sentimentos que se colam e magoam, prefiro aceitar o que não controlo e controlar o que já fui capaz de entender.
Não gosto de sentir saudade, já o senti de ti, mas depressa percebi que significava apenas que nunca mais te voltaria a ter e não gostei...


3.4.20

A cada toque ficamos mais próximos!

abril 03, 2020 0 Comments

Vou sabendo, cada dia mais, que a tua mão está determinada na minha. Vou sabendo, até quando os outros falam mais alto, por cima do que pensamos e quando nos olhamos sem que mais nada pareça importar, que apenas nós importamos. Vou sabendo que serás capaz de me apanhar se cair, bastando que me apertes o corpo que aprendi a abandonar para ti, oferecendo-te o que me pertence.

A cada toque, até quando parecíamos já não ter nada para ser tocado, nada novo, nem nada diferente, consigo sentir-te. És feito do que esperava e foi assim que te reconheci, quando me tocaste. A cada toque, quando acordo e já me olhas de sorriso seguro, porque foi comigo que adormeceste e porque a forma como te toquei te devolveu o que já me dás, dia após dia. A cada toque acredito mais na loucura inicial, aquela em que NADA parecia poder dar certo, pela diferença, pela distância, pelas músicas loucas, tuas e serenas minhas.

As noites de Agosto são cada vez mais longas, e usamo-las para que o calor que nos assola nos mantenha sedentos e colados um no outro. Vou descobrindo cada novo franzir de sobrolho, os toques e tiques que me legendam as histórias e os sorrisos, naturais, que chegam para concordar com o que partilho.

A cada toque vou percebendo que terás que estar no meu futuro, até porque começaste num passado que recordamos, sem inibições, no presente que nos pertence. A cada toque sei eu e sentes tu, que és o homem que permanecerá comigo e no que imagino venha a ser o nosso “para sempre”.