Quando te vir outra vez, vou-te dizer o que subtraí achando que teria tempo, que "amanhã" estaríamos de novo juntos e que talvez não fosse assim tão importante, mas era. Quando te viroutra vez não me impedirei de te abraçar muito para além das palavras. Quando te vir outra vez, ficarei a saber exactamente quais são as cores menos visíveis que compõem os teus olhos, aqueles que se iluminavam quando chegava. Quando te vir outra vez não vou permitir que a falta, a saudade e o distanciamento temporário se transforme em temporariamente definitivo.
Já estou sem ti há demasiado tempo. Já quase que perdi o cheiro que me passavas quando o meu corpo estava encostado ao teu. Já só te sinto quando fecho os olhos e percorro a tua silhueta distante. Já preciso de ti ao meu lado.
Quando te vir outra vez, vou usar de todas as nossas histórias para que novas se construam, sem qualquer afastamento físico, porque mesmo estando sempre juntos, em pensamento e no coração, precisamos ambos de renovar o olhar e o toque. Assim será!
Não me quero envolta em histórias de dor, mesmo que também as tenha tido, porque já as sarei, uma-a-uma. Recuso menos do que o sucesso, especialmente o emocional. Não me revejo em queixumes que me devolvem ao passado, porque já não não moro lá. Nego-me o direito a reclamar mais, nem que seja por 1 minuto. Afasto-me do que não me pode empurrar, de forma determinada, em direcção ao "meu lugar". Sou feita de muito mais do que lágrimas e mesmo essas até podem ser de alegria e de solidariedade por quem ainda permanece a chorar. Estou no camarote da vida e vejo-a com a perspectiva certa, sem obstáculos. Escolho escolher a forma como sonho os meus momentos, focando-me mais no que será do que no que é agora. Desisto de lutar contra o que não tenho forma de mudar, mas preparo-me para o momento no qual mudarei mesmo, permanecendo.
Não preciso do que não me sabe a certo, escolho ver com mais clareza e determinação o que já me pertence e é assim que passarei a pertencer aos que são verdadeiramente bem-sucedidos.
Existem lugares que se colam à pele, muito antes de sabermos se alguma vez teremos forma de os visitar. Tenho uns quantos e permaneço, estoicamente, a sonhar acordada com cada um. Nova Iorque, talvez pelo movimento, por ser tão cosmopolita e carregada de tantas oportunidades e crescimento, está no TOPO da lista. Vou partilhar alguns dos lugares que pisarei, (estou cada vez mais convicta) até porque agora tenho desse lado do mundo o meu filho mais velho!
Muita coisa mudou, mas deixámos de ter cadeiras vazias em torno de mesas que já não usávamos. Muita coisa mudou, mas ficámos mais nós, no nosso lugar de eleição a ter que ver, tocar e sentir o que nos envolve. Muita coisa mudou e mudará daqui para a frente, talvez até voltemos às cadeiras vazias, comendo rapidamente e deitando tudo para trás das costas, esperando que por não lhes pousarmos o olhar, as deixaremos eventualmente de ver.
O que foi que aprendemos entretanto?
Nada será alguma vez estático, mesmo que não nos recordemos de medidas tão drásticas, com arrancar de pensos rápidos de forma tão violenta, mas nada deverá ser igual, nem previsível, nem feito de lugares vazios quando poderíamos estar todos sentados, ao redor do que se chama vida, a que escolhemos. Nada poderá apenas passar pela correria diária onde fingimos não ver o óbvio e adiamos o que nos devolveria o centro.
Muita coisa mudou para a grande maioria de nós. Para uns quantos mudou a forma como viam o medo diário e tinham onde se esconder. Para outros e quero acreditar que para muitos, mudaram os afectos, o cuidado, o tempo e o amor, porque se ele existe e persiste, terá que ser alimentado e vigiado, mantendo-nos à temperatura que levará a tudo o resto. Muita coisa mudou e por isso teremos que mudar nós também.
Ser apenas a tua mulher não me vai bastar. Preciso de saber que sou a mulher que te acorda os sentidos, a mulher que te inebria de um amor que entendemos. Ser apenas a tua mulher sem que me toques, impedindo -me de me recordar do que nos juntou, nunca será suficiente.
Não te acomodes aos dias que fazes por começar sempre de igual forma, terminando-os sem qualquer surpresa. Não te entregues à indiferença, porque estarás a deixar-nos em segundo plano. Não te permitas esquecer de quem já fez amor até à exaustão, deixando todo o mundo lá fora. Não deixes de me ver...
Ser apenas a tua mulher sem que me faças mulher de cada vez que me contorço de desejo de ti, está a afastar-te do que sempre esperei do meu homem e é isso que nos vai matar.
Podemos dar-nos novas chances, reavivando desejos antigos e retomando os sonhos que engavetámos, por medo e para não ter que os explicar, em qualquer novo momento, porque há sempre tempo para nos darmos o tempo que merecemos. Podemos viver a vida que antecipámos quando não nos falhávamos por receio de tentar. Podemos ir buscar ao baú das memórias o que poderá e deverá ser a história que teremos para contar. Podemos usar o hoje para que o ontem se reacenda e o amanhã faça muito mais sentido...
É difícil? Obriga a muitos reajustes? Sim, é um facto, mas se nos focarmos nos resultados e se usarmos de toda a alma, desejo, empenho e crescimento emocional, seremos seguramente bem-sucedidos.
Podemos começar pelo início outra vez, dando-nos o crédito que nos devemos e usando a paixão e a vontade de não apenas andar por aqui, para corrermos, chegando mais rapidamente à meta. PodemosTUDO, quando voltamos a acreditar. PodemosMUITO quando paramos de duvidar. Podemos com mais FORÇA quando nos colocamos em primeiro lugar.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.