Quero ser tudo o que ela é. Quero continuar a sentir esta admiração e respeito. Quero rever-me no que faz acontecer e é tanto o que acontece apenas por ser ela mesma. Quero sentir-me mais segura enquanto a sua segurança me inebria e impele a ser ainda mais parecida. Quero prosseguir com mais clareza e crença nesta selva a que chamamos de mundo. Quero sentir que as forças me invadem quando a respiro e respirar com ela, sabendo que a terei por perto e que a tenho porque já me tem, aumenta o poder que os outros tão claramente conseguem ver. Quero ser esta pessoa nova e renovada por saber que a mulher que atravessa cada dia comigo, é verdadeiramente quem reconheço!
Não há NADA que o foco e a determinação não consigam!
De algum tempo a esta parte passei a ter a real noção do meu poder sempre que a vontade férrea se cola ao meu interior. Posso TUDO e arranjo SEMPRE uma maneira empreendedora e criativa de chegar ao meu ponto de partida, passando daí para o que TEM que ser feito. Não voltei a procurar as desculpas que me arrancam o poder que só poderá ser o meu. Não me deixo ficar no "mundo" dos queixumes e do arrependimento, porque ninguém poderá saber do que quero e como me sinto quando me imagino no meu lugar. Ninguém poderá caminhar pelos meus passos, afastando o cansaço que ainda se instala, mas que rapidamente afasto para não me afastar de mim. Ninguém acordará com a minha determinação, nem será capaz de sentir a força que me invade quando estou mais consciente de mim. Ninguém saberá do que já aprendi, mesmo que o tente ensinar.
Estou apaixonada pelas pessoas que mostram o que as move e chegam longe, com trabalho, mas ainda com muitos sonhos para concretizar, por isso deixei de perder tempo com quem recua mais depressa do que avança e que se segura para evitar sentir a felicidade que não sabe explicar. Nunca mais aceitei o SIM como resposta e passei a usar muito mais o NÃO que me impede de ser e fazer o que determinei.
Não há nada que não seja capaz de fazer com as capacidades que adquiri. Não há nada que alguém possa fazer para me impedir de continuar a ser muito mais do que pareço, não agora e seguramente que nunca mais lá para a frente.
Há muito a acontecer neste novo mundo do amor, com formatos que ainda não entendemos, mas aos quais teremos que ceder. Há uma maior vontade de estar bem com quem escolhemos, sabendo que os começos poderão ditar tudo o resto, mas demasiado medo do que deveria ser simples. Há uma nova loucura instalada quando nos referimos aos que nunca poderão ser apenas a nossa metade, porque de contrário nenhum se sentiria inteiro, mas que nos faz recuar rapidamente quando se torna difícil, desistindo quando o ideal seria lutar. Há demasiada aceitação nas perdas, talvez porque abundem os casos de insucesso, mas se não nos focarmos em quem precisamos de ter ao nosso lado, começar nunca passará disso mesmo. Há muito amor encolhido e mal distribuído. Há vontade, mas acaba a ser directamente proporcional ao medo. Há quem ainda esteja à nossa espera, mesmo que não o vá fazer para sempre.
Há amor que baste para todos, só temos que o querer receber.
Enche-te de coragem e rebenta a bolha na qual tens vivido e que aparentemente te protege dos outros, mas te afasta do novo. Aprende a olhar para os que são diferentes, aceitando-os e percebendo que existe alguma coragem envolvida no respeito que lhes permitires. Pergunta-te sempre se vives no formato certo e se é realmente certo que abraces as mudanças saindo do teu lugar "seguro".
Gosto de acreditar que teremos, alguns de nós, a capacidade de defender os que sentem de forma diferente e que apenas querem ver-se bem representados e é por isso que quando me insurjo perante o errado, também contribuo para um mundo que me servirá melhor.
Se não estivermos abertos à aprendizagem do novo, não teremos forma nem de melhorar nem de evoluir, daí a necessidade de percebermos os que por aqui andam, enquadrando-os e reservando-lhes o lugar que escolheram, sem dramas nem apontar de dedos. Sabermos que ser o "outro" pode criar limitações e lacerar sonhos, deverá colocar-nos um sorriso mais aberto nos lábios e uma maior abertura para que caibam tantos quantos os que necessitaremos para sermos melhores seres humanos.
Ainda é um pouco difícil para mim aceitar que quanto mais resolvida estou, menos incluo o amor nos planos. Já não lhe sinto a falta, nem das conversas a dois, nem dos passeios de mãos dadas. Não me visualizo a ter um outro coração exposto ao meu, sentindo-o bater de forma intensa e descontrolada. Não o procuro e passo a desejar ardentemente que não se cruze comigo.
Não deveria ser assim e a opção de estar sozinha teria que ser contrariada e afastada, mas o certo é que o sabor que retiro de cada novo dia comigo, me sabe a certo e a natural. Não deveria estar conformada e muito menos serenamente impávida e desinteressada, porque isso só poderá significar que ninguém interessante se cruza comigo; não deveria manter os braços cruzados, nem os olhos distraídos; não deveria estar tão bem assim...
Ainda não sei do que serão feitos os meus dias lá mais para a frente, mas deixei de ter medo de já não "te" ter, quem quer que pudesses vir a ser. Ainda não entendi como cheguei a este agora, mas uma vez que aqui estou, só me resta aproveitar a viagem, até porque com ela tem vindo a serenidade de que me alimento. Ainda não sei se alguma vez voltarei a falar do amor que me coube, mas falarei sempre do amor que chega aos outros e os muda, para o bem e para o mal.
Para transformarmos o nosso exterior, o que carregamos diariamente e os lugares para onde nos levamos, temos que nos transformar por dentro. Por vezes pensar fora da caixa é o que nos deixa com a sensação de pertença e arriscar será sempre o menor risco, porque parar, desistir e não empreender, é o que nos prende da forma errada ao mundo que não queremos chamar de nosso.
Quando e de cada vez que sinto que não estou a ter ou a dar o meu melhor, é porque não estou mesmo e o vazio instala-se, o bichinho do movimento começa a picar-me a cada segundo e a necessidade de fazer algo diferente para não ter os mesmos resultados, cola-se tanto, que arrancar a ideia seria destruir o hospedeiro.
Recuso as limitações do meu ADN ou biologia. Recuso a ideia de não ser um agente diferenciado e único. Recuso a infelicidade como um meio de entender a felicidade possível. Recuso a falta de optimismo inato, porque é ele que nos mantém saudáveis e permite uma vida mais longa. Recuso os pensamentos carregados de lixo tóxico, porque a minha leveza é o que me permitirá voar mais alto e muito mais longe.
Para darmos início à viagem que nos espera desde que nos conhecemos por gente, precisamos de já saber o bastante sobre cada posicionamento do único corpo que nos acompanhará e da única essência que nos distinguirá dos que não vêem quando olham, nem sequer ouvem o que sabiamente lhes gritam.
Para transformar o amanhã, terei que já ter começado hoje!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.