Querem saber o que me cansa?
Querem saber o que me cansa?
Words can change the world
Querem saber o que me cansa?
Por vezes escolhemos acreditar que se nos encolhermos um pedacinho, se cedermos espaço e tempo ao outro, eles conseguirá encaixar-nos no seu mundo, vendo-nos verdadeiramente. Grande parte das vezes espartilhamo-nos, corpo e alma, esperando que a espera eventualmente termine e possamos simplesmente começar a ser quem afinal somos. Na maioria das vezes desculpamos o indesculpável, achando que se o fizermos o outro mudará algo que já não nos impeça de mudar constantemente para que nos aceite. Não raras vezes, fingimos não ver o que escancaram, descaradamente, escudando-se na importância que acreditam ter, mesmo que lhes afirmemos que o mundo não gira em torno de ninguém, apenas do sol e esse sim é vital à nossa sobrevivência.
O tempo passa e o amor com que me envolvo parece querer envolver, ainda mais, aqueles que amo verdadeiramente. O tempo que ficou lá atrás já me passa apenas sorrisos, porque escolho afastar os fantasmas que me sopravam os erros, as escolhas que deveriam ter sido feitas e os medos que pareciam tão reais. O tempo mostra-me que fiz EXACTAMENTE o que me cabia e da única forma possível. O tempo trás de volta os que estiveram sempre no meu tempo, muito antes de existirem e depois de perceber que teriam mesmo que ter chegado, de contrário não seria nem metade do que sinto hoje. O tempo deixa-me a dançar músicas de agora, mas que bem poderiam ter sido dançadas com quem tive. O tempo por vezes embrulha-se nas minhas noites, misturando a realidade que vivo com a quereria ter vivido antes, mas apenas para que durante o dia aceite que tudo o que tenho foi desejado por mim. O tempo acerta as horas, devolvendo a cada minuto a importância que terá para que já não me volte a atrasar. O tempo é este e está aqui, à espera que me acerte com ele e o viva de sorriso nos lábios. O tempo é e será sempre a minha maior arma de desenvolvimento!
Por vezes sinto pena dos que ainda não me conhecem, porque poderiam levar TANTO mais do que aquilo que pedem!
Sabes que já atingiste o nível de evolução que te eleva verdadeiramente, quando estás tão tranquila por dentro, que o exterior dos outros, os seus medos e paragens ininterruptas já não te importam. Sabes que a tua quietude interior é demasiado preciosa para que a roubem a troco de nada. Sabes que o que aprendeste é fruto do empenho que os outros se recusam e por isso mesmo recusas-lhes mais cedências. Sabes que tens que parar de te repetir, porque não te ouvem, não te entendem e não pretendem mudar. Sabes ver quem antes era difuso e deixas de ver até os que aparentemente serão bem visíveis. Sabes, porque o sentiste, que as dores não se carregam para sempre, mas que o sorriso, esse sim, pode estar no canto da boca, aquela da qual já apenas sai o que deve ser dito. Sabes tanto sobre ti, que deixas de querer saber do que são feitos os que ainda nada sabem, mesmo que tudo lhes seja demonstrado, uma e outra vez. Sabes quem és e o que precisas para que vás precisando cada vez menos de te explicar. Sabes bem o que consegues quando te dispões a fazer acontecer e é assim que tudo vai acontecendo, no tempo certo, quando te faz mesmo falta e nem 1 segundo antes. Sabes que tens o coração pronto porque já nada do passado te ensombra e porque recebes o hoje com a serenidade que te carrega para um futuro cheio de sol.
Quando a vida passava de forma acelerada, sentia-me presa, sem saída, sem querer pensar demasiado e não tinha tempo para processar emoções profundas, nem sequer dores ou anseios, porque quem precisava de mim continuaria a precisar, para se alimentar, para os assuntos da escola e para os sentimentos ao rubro, é que mesmo perante o caos, as necessidades continuavam lá. Não tinha tempo, mas precisava de escapes, de saídas, de gritos com sons que não assustam e foi assim que a escrita chegou e me curou. Ser brutalmente honesta sabe-me pela vida. Escrever sobre o que sinto e outros também sentirão, retira algum do poder que a maldade usa para me tentar enfraquecer.
Quanto tempo precisarias mais para saberes quem sou? O que teria que fazer, para além de tudo o que fiz, para que parasses de me avaliar e apenas usufruísses do que te dei? Quem teria que ser para que conseguisses ser tu mesmo, sem mentiras e sem lugares que apenas existiram na minha mente? Onde foste buscar as forças para me usares e onde encontraste tanta coragem para me dizeres o que afinal até não sentias?