Como é que fugimos do mundo para sermos nós?
Como é que nos mantemos num namoro constante para revitalizarmos a única coisa que nunca deve morrer? Como se acorda e adormece com a mesma vontade, a de termos e fazermos feliz a pessoa que nos deixa numa felicidade tola, TÃO mas necessária? Como se recordam as palavras do início, as que nos envolveram e abraçaram com uma força imensurável e capaz de afastar todos os males? Como é que se resiste à futurologia constante dos mal-amados, sendo que é quase sempre negativa e apocalíptica? Como se revitaliza o desejo de continuar a ter desejo de quem compartilha tudo, sobretudo o corpo que nos mantém vivos e no aviva o que nos levou ao outro a primeira vez? Como é que se aprende a amar de forma simples e se simplificam as atitudes e as expectativas? Como é que fazemos para sermos apenas nós os dois a fazer o que nos importa, parando de nos importar com os outros e sendo genuinamente felizes?
Só precisamos de resistir ao mundo e envelhecer juntos.