14.3.21

Será que nascemos prontos para a vida?

março 14, 2021 0 Comments



Não nascemos prontos e nem sempre o mundo se prontifica a deixar-nos mais tranquilos, para que sigamos com a vida que desejamos poder dominar. O que somos depois de sabermos no que nos deveremos tornar, torna-nos mais resistentes aos embates, porque eles chegarão de todas as frentes. Não nascemos prontos e por vezes sentimos que nunca estaremos preparados para o que nos "atiram", em forma de teste.

Nenhum dos dias que nos cabem se assemelham em intensidade, conquistas ou determinação, uns serão tão simples quanto é acordar e colocar o primeiro pé no chão, mas já outros arrastarão consigo a réstia de coragem que nos sobrara do anterior. Nada do que nos ensinam nos assegura de que teremos aprendido o suficiente, mas quando aprendemos a gerir as emoções, os humores, as vontades que vão para além dos desejos físicos e o que não sabemos legendar, o que quer que chegue, grande ou pequeno, valioso ou sem qualquer importância, será bem resolvido.

O melhor de andar por aqui é o que conseguimos acumular, em formato de pessoas, experiências, amores que vingam e outros que recomeçam. Seremos sempre tão capazes quanto a nossa capacidade de relativizar o desconhecido, ou tão pequenos e impreparados que até o mais simples corte nos fará sangrar intensamente e por tempo indeterminado. 

Não nascemos prontos, mas podemos sempre prontamente começar a querer que não nos sirva de desculpa para que finalmente o estejamos!

13.3.21

Acreditas em mim?

março 13, 2021 0 Comments



Junta-te a mim, faz o meu percurso, vê o que me rodeia e saboreia do que me alimenta, porque apenas assim saberás do que sei e quem sou!

Por vezes chegamos à vida de alguém e esbarramos com o que já instituiu como necessário, prioritário e irrevogável. Até que já amamos como é suposto, mas não conseguimos ser amados de volta, não porque sejamos menos ou nos falte o que lhes acrescentaria, mas porque a vida foi acontecendo enquanto tudo acontecia como deveria, ou até da forma errada. Sabemos quem somos e o que precisamos de alguém para nunca mais precisar de nada, mas ainda assim pouco parece poder ser feito. Por vezes simplesmente não está nas nossas mãos ter quem desejamos.

Acredita no que te digo e passa a acreditar um pouco mais no outro lado da vida, não existe apenas a tua versão e ter-me pode bem ser TUDO o que te falta. Cede ao que sou e sê também tu uma mulher mais completa. Deixa de lado o que te afastou do amor e ama sem medo de te magoares, porque se acontecer, prometo que te segurarei até que te sares. Vem, agora, sem resistir mais e a limpares-te do que te afasta de mim. Enche-te de toda a coragem de que és feita e verás que não precisas assim tanto de te defenderes, não de mim, não do amor que te tenho e nunca do que tenho reservado para ti.

Junta-te a mim, estou determinada e tranquilamente à tua espera.

12.3.21

Será esta a minha vez?

março 12, 2021 0 Comments



Por uma vez, mesmo que seja apenas esta, tenho alguém que precisa mesmo de mim, alguém de quem também já preciso há muito. Por uma vez na minha vida, sou capaz de ir para onde a vontade me dita,  acreditando que a dor nunca me voltará a segurar. Por uma vez, até quando pareço já ter tido tantas outras, consigo saborear o doce sabor da liberdade, da falta de pressa e das muitas certezas de que me rodeio. Por uma vez nesta vida, a única de que me lembro, sei que não me deixarás sozinha, abandonando-me apenas aos sonhos, porque sonharás comigo.

Se soubesse antes, quando me magoava com os sentimentos de quem parecia não sentir o bastante, que seria ainda maior, mais forte e mais preparada para quem chegaria, teria sorrido mais, amado sem dúvidas e soltado a alma para que chegasse mais depressa a ti. Se soubesse, como sei agora, que o amor pouco importa quando não estamos na mesma sintonia de quem reconhecemos, não me teria forçado da pior maneira e atrasado o percurso que já me era destinado. Se soubesse que ao saber um pouco mais saberia o bastante sobre ti e que assim te teria, inteiro e a ser verdadeiramente a minha pessoa, teria corrido ao invés de caminhar e seguramente que saltaria de mais alto sem receio da queda. Se soubesse que a melhor parte de mim se revelaria quando te aceitasse, os sorrisos nunca me teriam abandonado os lábios que agora enches de beijos e que te enchem do que sempre soubeste ser teu.

Por uma vez, ainda que tivesse acreditado que já o vivera, vivo com quem me enche dum sol que irrompe olhos dentro e que me aquece de qualquer frio imaginário. Por uma vez, depois de já saber que te pertenço, deixei de querer que mais alguém me possa fazer duvidar de mim e do quanto sou capaz de amar para que me amem de volta.

O que fazes quando acordas sem saber o que fazer?

março 12, 2021 0 Comments

Existem dias mais silenciosos, mas nos quais consegues ouvir tudo como se a vida te gritasse. Algumas partes de nós são bem mais inteiras, ou partidas em mil pedaços quando escolhemos a face errada e nos focamos apenas no que já sabíamos. Existem histórias que ninguém conta, mas muitos precisariam de ouvir, talvez para que se lhes encurtássemos o percurso penoso, porque muito do que acreditamos ser a melhor realidade nem sempre nos reflete e mudar nunca será a opção menos acertada...

O que fazes quando acordas sem saber exatamente o que fazer? O que te dizes quando já pareces ter  dito tudo, mas ainda assim escolhes não ouvir? Com quem falas, MESMO, sobre ti e o que tens dentro? Quem te protege de ti?

Existem dias que colocam todos os outros em perspetiva e te forçam a pensar tal como sentes. Existem momentos, pessoas e lugares que nunca se voltarão a repetir e que uma vez vistos, te mudarão para sempre. Existem respostas que te são dadas, uma e outra vez, até que as oiças. Existem verdades que te recusas a atribuir, talvez porque te mintas de forma confortável, a saber-te a segurança, a certeza e a tudo o que te mantém nos carris, porque iniciar viagens novas obriga a alterar imensas rotas mentais. Existem oportunidades que te chegam como testes e vai estar sempre nas tuas mãos passares com distinção. 


11.3.21

Viagens emocionais!

março 11, 2021 0 Comments


Nunca julguei possível querer alguém como te quero a ti. Já me estás demasiado entranhada e estranho sempre a tua ausência, mesmo que de apenas algumas horas. Acreditava estar pronto para viver a minha vida nos meus termos, sendo sempre eu em primeiro lugar, mas eis que chegas e me mudas a posição. Não precisei de muito mais do que te ver enquanto te olhava como se nunca nada tivesse sido remotamente parecido, e olha que já tive mulheres fabulosas, para saber que estava pronto. Sentir-te vai para lá do que alguma vez senti e sinto sempre tudo com demasiada intensidade quando me abraças e sussurras que és minha. Deixas-me as pernas a fraquejar, mas o coração a bater demasiado forte e passas-te sempre como preciso, dando-me bem mais do que pareço merecer e a verdade é que preciso tanto de ti. 

Conquistaste-me apenas com o sorriso, mas logo depois veio a forma atenta como sempre ouviste tudo o que dizia. Não demorou para que nos desejássemos da mesma forma e nunca nada foi difícil o bastante para que pensasse duas vezes sobre nós, fiquei pronta assim que nos tocámos porque parecíamos ter-nos tido desde sempre. Gosto da tua força e segurança quando me asseguras de que vai correr tudo bem. Gosto de como me apertas e colas o corpo ao teu, levando-nos a lugares que apenas vi em sonhos. Gosto de saber que sabes tudo sobre mim e que contigo posso mesmo ser eu, sem máscaras e sem necessidade de me defender. Gosto de ti homem do caraças!

As viagens emocionais têm sempre subidas íngremes e descidas acentuadas, mas sem elas pouco do que somos e vivemos valeria a pena, no entanto, ou encontramos quem nos reconhece, ou nada do que alguma vez fizermos irá valer a pena. 

10.3.21

E quando não estamos em lugar algum?

março 10, 2021 0 Comments



De que forma se gerem as emoções quando nos deixam no limbo e ficamos sem saber se vamos ou voltamos? Para onde dirigimos as frustrações de cada vez que nada nem ninguém nos impede de sentir o que nos amassa a essência? Que nome damos ao que nem parece existir, mas que ainda assim nos embrulha a existência e não de coisas boas?

Gostava de dizer que estou preparada para as dores que me vais deixando, mas ainda me deixas tão vulnerável e pequena, que o medo e a  dúvida se agigantam, abafando-me até que muito pouco de mim sobre. Gostava de sentir que os outros me curam de ti, com o colo, os abraços sentidos e todo o sentimento que te falta, mas a verdade é que mais nada se encaixa da mesma forma e o meu novo formato já não permite que me reconheça.

Tendemos a agarrar-nos ao que sabemos sobre nós, tomando como garantidas todas as horas do dia, mas quando elas correm ao contrário, testando-nos os limites, por vezes apenas nos limitamos a sobreviver, deambulando sem demasiada vontade e achando que desistir será mais fácil. Contamos as histórias que nos sabem a verdadeiras, até ao momento em que cada uma apenas representa a mentira que vivemos, por escolha. Fazemos o mesmo que antes, mas o agora não se assemelha a nada remotamente parecido com o que planeámos e por isso mudamos os planos para que nos ajustemos a eles e desistimos do poder que tanto nos levou a conquistar. Sentimos a chuva na face, mas já nenhum pingo nos lava, e quando se vai leva-nos com ela. 

Gostava de me dizer que vai ficar tudo bem, mas deixei de ter certezas.

9.3.21

Já não somos dois!

março 09, 2021 0 Comments



Já não somos dois!

Falávamos muitas vezes das dependências emocionais e do quanto era importante que nos  bastássemos, mesmo que fossemos sempre UM quando juntos e o amor que nos envolvia, mas nunca deixando de ser apenas nós quando e enquanto vivíamos a vida que nos cabia. Tínhamos a mesma forma de ver o que estava à nossa volta, os outros e cada sentimento menos ou mais intenso. Sabíamos do que sabia cada um e quando nos amávamos mantínhamos o ritmo que nos passava em forma de prazer. Nunca nada foi difícil entre nós e usávamos os dias para dar a quem estava no mesmo lado da nossa vida, o amor que tornava a relação simples, saudável e possível de continuar. Olhávamo-nos com o mesmo desejo tal como no primeiro dia e nunca desejámos menos do que poderíamos ter. Zangávamo-nos, mas apenas para nos amarmos ainda com mais amor e rapidamente escolhíamos o perdão para sararmos qualquer eventual ferida. 

Temos fórmulas mais ou menos testadas sobre como estar e ficar. Acreditamos saber de tudo o que deve ser entendido para que os enganos sejam a cada dia mais raros. Estabelecemos metas e criamos listas mentais ou físicas e vivemos a achar que a vida nunca nos abandonará, mas a verdade é que não sabemos tudo.

Falávamos muitas vezes na necessidade de nunca dependermos um do outro, mesmo que precisássemos desesperadamente de nos pertencer, mas nunca, nem nos pesadelos mais arrepiantes poderíamos ter imaginado a perda do outro e foi a mim que me coube, sem que me fosse dada qualquer possibilidade de escolha, ficar sem ti. Perdi-te, mas não como se perde um amor, um momento ou uma programação mal planeada, perdi-te sem volta e pareço não encontrar forma de voltar a mim. Não nos ensinámos a sobreviver sem a pele que a nossa reconhecia pelo cheiro. Nunca incluímos a possibilidade de já não respirar em conjunto e NUNCA, em nenhum momento achámos ser possível já não voltar a existir a possibilidade de nos amarmos até o dia raiar e o corpo não ter como aguentar. 

Já não somos dois e já sinto que sou tão pouco, que nem oiço as palavras que em vão me tentam confortar. Já não quero nada do que em tempos foi tão simples e previsível e até o sabor mais doce me amarga a alma. Já não te tenho e não consigo parar de pensar no que não te dei. Já não existe forma de te recuperar nem ao amor que nos fazia continuar e apenas isso deveria bastar para que também eu morresse, mas o meu corpo recusa abandonar o que sobrou, mesmo que já não tenha sobrado mais nada. Já não somos dois e a tal da identidade deixou de importar, tal como deixou de me importar quanto tempo andarei por mim. Já não somos dois...