30.3.21

Quero ir para casa...

março 30, 2021 0 Comments



Quero ir para casa. Quero voltar a sentir o que antes parecia tão meu, natural e seguro. Quero querer sem receios de que a vida não me queira presentear com o que me pertence. Quero tudo agora e tanto, que sinto medo deste novo querer. Quero ir para a casa onde me espera quem me receberá com o único abraço que me arrancará o frio que me envolve corpo e alma. Quero ir para casa e assim que chegar não planeio voltar a sair.

Se a saudade serve para que usemos as memórias da forma certa, então quero que me invada com todas as nuvens que me lavarão duma chuva limpa e regeneradora. Se o que aprendi enquanto caminhava sozinha e apenas eu, me ensinou a querer com mais intensidade os que cuido em abraços que não diminuo, então já sei o bastante para que nunca lhes falte casa e lhes sobre todo o amor que cabe nela. Se o frio que se entranhou em lugares que não consegui limpar antes, me impediu de voltar para casa, sei de que forma me deixar em brasa emocional para que o dia substitua rapidamente a noite e encontre o caminho de volta.

Quero voltar para casa e quero que lá esteja quem nunca me poderia ter deixado, não assim e não enquanto não tinha o que precisava para sobreviver sozinha. Quero voltar para casa e ter de volta o colo que me foi negado enquanto acreditava já ser TÃO crescida e segura que não precisava mais do que afinal me faz tanta falta quanto respirar. Quero voltar para casa e ter o passado seguro, a vida que corria sem que soubesse o quanto era feliz. Quero voltar a casa e sorver cada som, todos os risos, lágrimas e momentos que nenhum outro poderá alguma vez substituir. Quero voltar para casa sabendo que estão mesmo à minha espera...

29.3.21

Vem, pelo que esperas afinal?

março 29, 2021 0 Comments

Existem histórias que escondemos até de nós, esperando que a sua ausência sonora as afaste definitivamente. Existem partes do que vivemos que servem sobretudo para que a vida nos carregue de certezas, mas não raras vezes passamos a duvidar até do que acabou por acontecer, porque nos remetemos para o último lugar da fila e pior ainda, porque demos demasiada importância ao que não tinha nenhuma. Existem pessoas que nos restauram a fé na humanidade e na capacidade infinita de amar sem condições, deixando-nos livres para sermos quem somos realmente, mas outras existirão que nunca terão forma de saber o quanto somos capazes de amar e por isso nos perderão irremediavelmente. Existem lugares que nos parecem tão reais e certos, mas que acabam por nos escurecer a existência.

Vem iniciar comigo esta viagem, já estás pronta para reajustar as rotas. Vem para que cuide de ti toda, corpo e alma, reforçando-te as paredes dum coração enfraquecido. Vem para que te assegure de que comigo terás o que tanto foste capaz de imaginar, imaginado depois que nunca o poderias viver, até ao dia que cheguei. Vem para que te toque e ame como já sei que consigo e verás que passarás a conseguir o inimaginável. Vem meu amor para que te inunde do amor que guardei para alguém como tu. Vem, sou eu e estou aqui.

27.3.21

Será que existem coincidências?

março 27, 2021 0 Comments



Não foste uma coincidência, chegaste porque me foste enviado e contigo estão a chegar todos os momentos que pretendo voltar a viver. Nunca aceitaste os "não" consecutivos que te larguei, na esperança de que não quisesses ficar, mas sabendo, muito no início, que se o fizesses levarias muito de mim e ainda me sobraria menos do que já tinha. Não te soube impedir de me querer com determinação, mas foi da mesma forma que te senti e passei a reconhecer.

De quanto tempo precisamos para "limpar", de bem dentro de nós, quem nos amarrota a esperança no amor e nos dá a provar o contrário do que tanto apregoou? Em que momento paramos de nos culpar pelo que não entendemos e por tudo o que até sempre soubemos, mas escolhemos deixar passar, acreditando que pelo menos o amor ficaria? Para quem conseguiremos voltar a olhar quando percebermos que afinal nunca fomos vistos? De que forma voltarão a nascer os dias quando já os tínhamos apenas para nós? 

Não vieste antes porque não te saberia receber. Não me encontraste quando sei que terias feito de mim a mulher que sempre quis partilhar, mas agora já te tenho. Não sei quem te mostrou que existia e que comigo poderias ter o que também já te faltava, mas vou continuar a agradecer por cada uma das horas que nunca nos cansamos de somar. Não foste uma coincidência, isso até eu entendo, mas coincidentemente foi com a tua chegada que percebi o que afinal me faltava.

26.3.21

Já fazes os planos que te incluem?

março 26, 2021 0 Comments



Não te quero a fazer planos que não te incluam, mesmo que me tenhas em todos!

Tudo deve começar e terminar em ti, porque cada vontade que adias apenas te afasta mais um pouco do que te pertence. Sempre que te pões em espera, desesperas perante a dificuldade de já estar no teu lugar certo e sempre que te sinto menos inteira, pressinto que andas a deixar "cair" alguns dos teus melhores pedaços.

Não te quero derrotada e a achar que para ti será sempre mais difícil, porque o que te chegar terá o que foste capaz de sentir e pensar, ensaiando todos os sabores e saboreando-os sem reservas. Não te deixo sozinha demasiado tempo e nunca terás como te sentir só, porque metade de mim enche e preenche esse coração que tão bem conheço. Não te culpo pelas desculpas que tanto usas para fugires ao desconhecido, mas mesmo que o entenda, estou deste lado a empurrar-te de mansinho, assegurando-te de que serás sempre maior do que os teus medos.

Já tens tudo o que precisas para que as certezas se colem com a mesma segurança com que espalhas os sorrisos que mudam outros mundos. Já és madura o bastante para que te bastes, mas podes sempre querer do teu lado quem saiba como te manter livre. Já amas como é suposto e mesmo que o amor não carregue garantias, tens contigo a força que te segurará se se quebrar e os desejos que te tornarão ainda mais plena se funcionar.

Não te quero a seres apenas tu, não por muito mais tempo, porque alguém vai ter que fazer por merecer quem sei que és.

24.3.21

E se fosses tu?

março 24, 2021 0 Comments



E se fosses tu? E se te julgassem pelo que nem acreditas ser capaz de fazer? E se alguém te olhasse com menos atenção apenas por ter sido olhado de forma errada?

Só tens forma de saber ao que te sabem os recomeços quando de repente te "cobram" decisões que já havias descartado. Só quando te enchem o coração do que tanto sentias precisar, é que percebes que te faltava quase tudo. Só quando ouves dizer que te amam é que te permites amar de volta, com muitos medos no início, mas cheia de vontade de deixar a vida seguir o seu curso, seguindo-a. Só quando te imaginas sem quem já te está na pele, é que percebes a falta que já te faz por ter passado a fazer parte de ti.

E se fosses tu a ter que provar do sabor amargo da dúvida? E se simplesmente deixasses o amor acontecer e já não te cobrasses mais recuos, até porque avançar se torna TÃO mais difícil? E se já não precisasses de manter para ti o segredo que te apetece gritar ao mundo? E se a pessoa por quem já nem arriscavas esperar chegasse hoje e te pedisse para que fosses sua? E se os "ses" desaparecessem todos agora, por um passe de mágica, será que te deixarias envolver pela magia do amor?

22.3.21

Sei lá...

março 22, 2021 0 Comments



Sei lá do que digo saber, porque sei cada vez menos sobre o amor. Sei do que sinto e nem sempre do que quero pensar. Sei lá, ainda não, do é suposto saber para que se apaguem as dúvidas e me invadam as certezas. Sei lá...

Será que a vida chega por estarmos prontos, ou ao invés irrompe coração fora para nos acordar? Que papel nos cabe e o que conquistamos enquanto achamos que temos que simplesmente seguir, sem muitos desvios, ou desviando-nos de tudo na esperança de poder fugir? Quanto tempo mais nos damos para que o que recebemos seja verdadeiramente o que nos cabe? Porque nos ocorre desistir quando até sabemos porque continuar?

Sei lá do que digo quando pareço estar a dizer o que foi ensaiado. Sei lá porque acordo a querer o que não quero, teimando que sou outra e de outra forma. Sei lá porque tive que esperar tanto para me dizer que já sei o bastante para me mudar. Sei lá porque motivo és a pessoa que a minha reconhece e  continuo sem saber porque te mereço afinal.

21.3.21

E se morrer com a falta de ti?

março 21, 2021 0 Comments


É verdade que já quase que morri de saudade de ti. É verdade que agora, depois de já ser esta mulher que ajudaste a formar, passei a entender tanto, tão mais do que antes, quando apenas me ocupava a julgar o que não parecias capaz de me dar, quando na verdade é que me deste muito. É verdade que estou muito mais só e solitária desde que a tua voz se esfumou e passaste a ser apenas a presença que por vezes sinto nos sonhos, mas que nunca mais passará de lá para cá. É verdade que tomei por garantidas as horas que pareciam muitas, enquanto me debatia com a minha incapacidade de as multiplicar para te incluir. É verdade que deveria ter usado do que chamava de inteligência emocional para inteligentemente te dizer o que subtraí e como eu gostava de o poder mudar. É verdade que foste o primeiro homem que amei e não o sabia.

Perdemos tanto tempo à procura do tempo que os nossos precisam, para acabarmos a dar-lhes apenas uma ínfima parte do que nos reclama o coração. Sofremos com o que dizemos ser o certo, mas certamente que apenas quando nos colocamos nos "sapatos" de quem nos carregou, nos tornamos grandes o bastante para os amar como são, com todas as falhas, dúvidas, medos e incapacidades. Lamentamos os abraços que nos faltaram, mas quando os podemos dar, sem reservas nem cobranças, gastamos o melhor de todos a diminuir o que deveria ser sempre grande. Adiamos as conversas longas e bebemos muito pouco do que depois nos cruzará a mente esgotada perante tanta culpa. Julgamos mais do que elogiamos e de repente, num dia que até pode ter sido de sol, nada do que importava antes o volta a ser.

É verdade que continuo a lembrar-me de ti, quando tenho o que me preocupa, ou quando sou abençoada com o amor que gostarias que tivesse tido, antes, muito antes da tua partida. É verdade que nos dias bons , enquanto caminho mais serena, de sorriso em riste, mas igualmente tão sozinha que me apetecia correr para os teus braços e esconder-me até que o mundo me pudesse voltar a receber. É verdade que não voltarás a ter dias especiais, mas passaste a ocupar todos os que certamente me restarão, de mansinho em alguns e cheios de saudade em muitos ouros. É verdade, nunca mais te voltarei a ter...