15.4.21

E quando olho para trás?

abril 15, 2021 0 Comments



Olhando para trás, vendo o que já caminhámos e os lugares que agora pisamos, percebo que o soubemos sempre e que não poderia ter sido de nenhuma outra forma. Fazendo balanços iniciais e continuando pelo que só se poderá manter, entendo por que fazes de mim a mulher que sempre quis ser. 

Sempre soube que o meu cansaço emocional terminaria mal chegasses e não tive forma de me enganar, talvez por que também já estivesses certo. Sempre soube que não existia nada de errado comigo e por isso mesmo nos soubemos ao que saberia o amor que fazemos e nos acertámos para que cresça a cada dia, enquanto e pelo tempo que nos pertencermos.

Olhando para trás entendo por que razão foste capaz de ir buscar a minha alma aos perdidos e achados, achando que teria que ser eu, que apenas faria sentido se fosse eu e dizendo-me a cada hora para que nunca me esqueça. Olhando para trás deixo que a surpresa se esbata e permito que as certezas tomem o lugar do que há muito deveria ter chegado. Olhando para trás, sei que não deveria ter mudado nada e que apenas assim me mudei para te receber.

14.4.21

Roubaste a minha vida...

abril 14, 2021 0 Comments


Já cheguei a achar que tinhas roubado a minha vida e a minha capacidade de voltar a querer que me quisessem. Já senti que nunca mais me sentiria mulher o bastante para que outro me olhasse e me devolvesse o que me tiraste. Já estive tão só e descrente, que até o coração abandonei à sorte, permitindo que o frio se instalasse e perdesse o melhor do que até já tinha à minha volta. Já me senti em mil pedaços, não sentindo nada do que antes fazia de mim a pessoa para quem outras olhavam, acreditando que poderiam ser como me mostrava. 

A verdade é que nunca soubeste nada sobre o amor e acabaste a perder os sons que amaciavam os teus, passando-te o que até conseguiste reconhecer, mas depressa soltaste, largando a única mão que segurou com firmeza a tua. A verdade é que deixei para ti a responsabilidade da nossa felicidade, mesmo percebendo que não estavas pronto para seguir por caminhos sem direções. A verdade é que me mantiveste parada, numa espera que não me sentia capaz de quebrar, mas que terminou assim que o coração voltou a bater.

Já cheguei a querer não voltar a querer mais nada que me trouxesse o que não saberia manter, mas acabei por perceber que nenhum dos males de que padecia eram provocados por mim e mudei de rota. Já cheguei a congelar até os sonhos, mas eles foram voltando, um a um, para me lembrarem de quem sou enquanto sou eu mesma e com eles todos os sorrisos que agora cobrem os meus lábios. Já cheguei a duvidar do que tenho para dar, mas alguém me soprou o que afinal acreditava ser capaz de oferecer e ofereci-me o direito de deixar de ter medo. Já cheguei a abandonar para o vazio o corpo que me reflete, apenas para refletir sobre o desperdício que seria não o trazer de volta e ele voltou, mais forte, mais pronto e muito mais representativo da pessoa que o carrega. Já cheguei ao final de mais uma viagem e por isso fiquei pronta para iniciar a que rasgará a solidão que tive a ousadia de aceitar. Já cheguei ao "meu" lugar e nele estou exatamente como sempre me imaginei a ser.

13.4.21

O dia do beijo!

abril 13, 2021 0 Comments



O dia do beijo carrega, para mim, o simbolismo de todos quantos já me foram dados, e que devolvi, tal como dos muitos que ainda espero vir a receber, por que não desisti do amor!

Não existe nada que nos prepare mais para um eventual relacionamento do que um beijo, que se quer BOM, a ligar-nos TODOS os botões e a passar-nos quem recebemos para que também nos saibamos dar. Não existe maior intimidade e é apenas depois dos beijos que tudo o resto nos chega, ou é inevitavelmente interrompido.

O dia do beijo recorda-me duns quantos que tive, sobretudo quando ainda "gatinhava" pelo caminho do amor e nada sabia sobre o que me esperava, quem chegaria para partir logo de seguida, quem escolheria e quem jamais teria forma de me conquistar. No dia do beijo não fui beijada, mas usei-o para programar os que ainda irei receber, devolvendo-os com tudo o que sou e tenho.

Beijar arruma a vida e desarruma os desejos, ampliando-os. Beijar revela o quem somos e o que podemos oferecer, enquanto nos deixamos tocar pela boca que nos fala com as palavras certas e que se cala para nos devolver a energia que também acaba por sugar. Beijar lembra-nos da razão pela qual temos o privilégio de amar, por que apenas se beija quem nos sabe tocar, na alma que nos acompanha por muitas vidas e no coração que se acende para nos iluminar. Beijar é trocar o que nos pertence pelo que nos é oferecido, é arrojar no medo que se dissipa, apenas para nos transportar. Beijar é ir à lua e voltar, sem nunca o chão deixar de pisar, mas flutuando até que possamos voltar. Beijar é o que ainda não sei descrever, mesmo que depois de tanto beijar, sinta que muitos outros irei receber. 

O dia do beijo não terminará hoje, sei-o por que planeio em muitos outros beijar e ter de quem me souber amar os beijos que levarei para mais tarde deles vos falar. Beijem-se enquanto puderem e pelo tempo que a melhor parte de vós por aqui andar.

12.4.21

Sabes o que te magoa?

abril 12, 2021 0 Comments

Já sei que te magoou quando procuro razões para me zangar e acabo ainda mais zangada comigo. Sei ao que sabem as minhas dúvidas e de que forma reages ao que arrisco perder, como se perder-te já fosse possível. Sinto as dores que nos envolvem a ambos e consigo, por breves segundos, saber ao que saberia deixar de te ter, mas a verdade é que uma vez iniciada a viagem, interrompê-la seria uma burrice demasiado declarada.

Existem dias que bem poderíamos riscar do calendário, passando para um outro imediatamente a seguir, mas o que nos cabe viver por direito não poderá ser arredado do percurso. Existem momentos que nos definem e que nos carregam enquanto carregamos o peso das escolhas feitas ou por fazer. Existem amores que serão tão desejados e merecidos, que ao chegarem mudarão tudo o que antes nos parecia certo.

Já sei que comigo terás tudo em dobro, para o bem e para o mal, por isso mesmo tenho que passar a escolher o que nos inclua a ambos, sem deixar de fora o que importa realmente.

11.4.21

Como é que te divides enquanto mulher?

abril 11, 2021 0 Comments



Como é que te consegues dividir, chegando a todos quantos de ti necessitam, sem que te subtraias demasiado, até quando achas que já multiplicas o tempo por frações que apenas tu possuis?

Tu que és mulher, sobretudo tu, sabes do que falo. Sabes que podes e deves amar, sendo a companheira que qualquer homem deseja, tal como sabes que nunca deixarás de ser a mãe e que nem sempre será fácil conciliar as duas. Por vezes sentes-te a rebentar dum amor que te completa, mas logo de seguida és chamada a cuidar e a vestir a pele da que está sempre onde faz falta e que por isso precisa de refrear os desejos, adiando para depois os sonhos, mas lutando para manter o que os define.

Que nome se dá a quem tem muitas camadas, mas que não pode nem encontra forma de as despir, por que nunca será apenas uma, nunca se levará da mesma maneira a todos e nunca manterá nos lábios as mesmas palavras? Que importância tem quem atribui, de forma justa, toda a importância aos que lhe estão colados no corpo e na alma, permitindo que brilhem sem que os ofusque e que se lamentem quando lhe apetece gritar de felicidade? Até onde vai quem já foi tão longe, para replicar a felicidade que precisa de ver mantida, sabendo que nunca será verdadeiramente feliz de outra forma?

Como é que te vês quando te olhas no espelho? Que mulher reflete em primeiro lugar? Que brilho escondem os olhos, ou que olhar devolve o brilho que sentes dentro? Como é que te vês quando tentas, em vão, ver a única que verdadeiramente existe para além das outras?

10.4.21

O que esperamos do outro?

abril 10, 2021 0 Comments


De uma forma ou de outra, continuamos todos a perseguir o "felizes para sempre", mesmo que o consideremos cada dia mais inatingível. Queremos o que nos cabe por direito, mas receamos que nunca chegue e que os sonhos nos caiam por terra. Buscamos o que já escasseia, não por falta de pessoas, mas por que cada um de nós parece estar mais focado no que precisa e se doa cada vez menos. O que não nos sentimos capazes de dar, reduzirá grandemente as chances de recebermos na proporção do que antecipámos. Focarmos-nos no EU reduz a margem do TU e exclui a possibilidade de sermos NÓS.

A vida dá muitas voltas e por vezes o NÃO de antes passa a um SIM redondo e com ele chega até o que julgávamos totalmente posto de parte. A consistência é fundamental para quem pretende maleabilidade e até para mim que sou uma pragmática crónica, isso passou a ser ainda mais claro. Posso, por que sim, mudar de opinião, de lugar e de sentimentos, fechando a sete chaves quem me recusou e aceitando de braços abertos quem teria que chegar. Que sensação de poder fantástica!

O que esperamos do outro? TUDO, o melhor, o que nos completa e acrescenta, o que não temos por sermos apenas UM e por isso mesmo o que precisamos e merecemos.


9.4.21

Às vezes complicamos o fácil!

abril 09, 2021 0 Comments


Às vezes deixo a impressão de que movimento de forma lenta, segurando-me enquanto seguro alguns dos desejos de que sou feita, mas estou apenas a ser cautelosa e a buscar o que me servirá e terá que ficar. Às vezes o melhor de mim fica para depois e é assim que acabo com todas as dúvidas que passo, mesmo que esteja cheia de certezas. Às vezes sou apenas humana e falho redondamente enquanto planeio o sucesso que me foge.

Somos feitos duma massa que busca a outra metade completa e é apenas assim que nos enchemos do que antes fazia falta. Somos a pessoa certa de alguém e a que se torna tão errada quanto serão as expetativas de que o mundo gire para o lado que melhor nos serve. Somos tudo o que nos atrevermos a acreditar.

Às vezes bastaria um "amo-te" verdadeiro para que confiássemos mais no poder do mundo, quando até sabemos que ele é imenso e que nos devolve sempre as certezas que pedimos em momentos de fragilidade. mas que rapidamente deixamos para trás, surpreendendo-nos com o consideramos serem respostas atrasadas. Às vezes fugimos do óbvio e escondemo-nos para que não precisemos de aceitar que errámos. Às vezes acreditamos demasiado e outras tantas duvidamos até do que é claro e se entra coração e alma dentro. Às vezes somos apenas uns tolos apaixonados, mas acredito que apenas assim teremos e daremos o que vale realmente a pena.