5.9.21

Quem és afinal?

setembro 05, 2021 0 Comments


Há por aí quem ande à procura de uma versão de si mesmo que sirva  e que se destaque das outras, simplesmente porque se escudam em muitas, tentando agradar a uns quantos. Assumir que somos de uma forma ou de outra, mesmo que perturbadora e inconveniente, obriga a muita resiliência emocional e a uma segurança que se cola, mas que afasta os impreparados. Mostrar quem somos, não importa a situação, pode desnudar-nos ou tão simplesmente libertar-nos, porque em algum momento das nossas vidas, o que os outros pensam terá que ser problema deles.

Não pretendo terminar a minha viagem sem saber ao que vim, de que forma me posiciono no mundo e quem sou enquanto pareço ser a pessoa certa ou a errada. Já não busco a validação e estou-me nas tintas para os que acham que me conhecem. Não começo nem termino os dias com outros objectivos que não os que me servem. Já não vou quando a vontade passa por querer ficar e já não fico quando ir é a única opção válida e razoável.

Há por aí quem tenda a criar "bonecos" que lhes assentam na perfeição, acham eles, na pessoa que há muito deixaram de ser, vendendo-se por tão pouco. Há por aí muitas almas à procura de uma razão para se manterem no corpo que lhes coube, mas esperando demasiado tempo para acertarem.



4.9.21

O que cura o tempo?

setembro 04, 2021 0 Comments


Dizem, os supostamente entendidos, que o tempo cura tudo, mas na realidade o que ele faz é tão somente colocar em perspectiva o que antes nos parecia impossível entender. O tempo é um poderoso amigo e apenas com ele encontramos as razões por detrás de tantas intenções e nos tornamos mais hábeis para avaliar os que nos rodeiam. Com o tempo vão chegando as pessoas certas e nunca nenhuma delas poderá ser considerada errada, porque com cada uma virão as lições que precisávamos de aprender. O tempo apresenta-nos os corajosos, os empenhados, os que desejam mesmo ficar e os que terão que partir para novas lições. O tempo alia-se aos que desejam ser, a cada dia, bem melhores do que nos anteriores. O tempo filtra, coa e espelha o que cada um carrega dentro, nem sempre será bonito, mas é certamente a tabela que precisamos de manter por perto para avaliarmos cada escala.

Dá-te tempo para conseguires ler as legendas. Encontra tempo para te empoderares e tornares livre. Usa o tempo para fazeres o que certamente já colocaste na lista e verás que alguns pontos até mudarão de posição, carregando a importância que o teu momento exige. Partilha do tempo que armazenaste, em forma de sabedoria, com os que desejam mesmo aprender e guarda o teu tempo bem distante dos que ainda não perceberam o que fazem aqui.

Podem dizer-te muitas coisas sobre o tempo, mas se não o entenderes tu mesma, vai valer-te de pouco deixá-lo passar!

2.9.21

Quando és bom, atrais o melhor!

setembro 02, 2021 0 Comments



Quando presumes que já está tudo a correr bem e te rodeias apenas dos que acreditam no melhor, sentes que tudo melhora e até o difícil se torna mais fácil. Quando buscas soluções para o que aparentemente não se pode resolver, o que percebes é que tudo tem solução e que de uma forma ou de outra, sempre que deres o que tens, com o coração pleno, receberás o que te pertence. Quando desistes de agarrar o que já não tem como ficar, tornas os pesos mais leves e passas a sorrir com muito mais frequência. Quando e de cada vez que te imprimes força, determinação e bom-senso, as portas que até pareciam hermeticamente fechadas, escancaram-se para que não te restem dúvidas.

Sendo humanos, por vezes sucumbimos ao que nos põe para baixo, fragilizando-nos, no entanto temos apenas alguns minutos disponíveis e toleráveis para sentirmos pena de nós, acusando os outros e o mundo das decisões que erradamente tomámos, depois é arregaçar as mangas e colocar as mãos na massa para que algo meritório saia de tanto esforço. A vida é uma montanha-russa em constante movimento, mas talvez apenas dessa forma consigamos respirar fundo, preparando-nos para as descidas acentuadas, mas usufruindo igualmente dos pontos altos e vendo tudo de forma elevada e positiva.

Quando já nos conhecemos o suficiente para nos permitirmos mais conhecimento e inevitável crescimento, o que nos chega é tão somente uma pessoa bem melhor do que no dia anterior. Quando somos genuína e desinteressadamente bons, o mal nunca fica demasiado tempo.

30.8.21

Venham de lá os bons!

agosto 30, 2021 0 Comments



Venham de lá as pessoas, os lugares e os momentos que nos acrescentam, porque as metades não completam e deixam apenas sabores pequenos! 

Que chegue o tempo de se passar a usufruir de todo o tempo que ainda nos resta, com tudo o que somos e temos. Que se largue o que não importa e se consiga olhar com atenção para quem há muito nos olha, deixando seguir o que apenas nos segura e impede de continuar a crescer. Que se sinta cada vez mais amor por cada uma das pessoas que já aprendeu a amar-nos de volta. Que se pare de parar de cada vez que seja MESMO bom.

Já não olho para a quantidade que enche o copo e que por vezes terá que o deixar a meio. Já sei distinguir o pouco do muito e o espaço que sobra para que o preencha de mais pedaços de mim, porque enquanto me sentir inteira e de bem comigo, sei que me passarei da forma que faz falta aos meus. Já não olho para trás, mesmo que ainda espreite alguns dos momentos que me trouxeram até aqui e já não me demoro onde não me sentir em casa. Já não cobro nada ao mundo, porque recebi exactamente o que pedi, se me expliquei mal, apenas terei que me reorganizar.

Venham de lá as pessoas que estiverem na mesma sintonia e que se vão todas a quem ainda precisar de me explicar. 

27.8.21

Somos feitos das nossas emoções!

agosto 27, 2021 0 Comments



As emoções tendem a correr de forma tão veloz, que dificilmente acompanhamos as variações de humor, o gerir de expectativas, as palavras que uns e outros usam e que nos soam melhor ou pior consoante o "vento", tudo e tudo que naturalmente compõe o nosso percurso. A montanha russa, a que chamamos vida, que nos testa e que por vezes até nos derruba, também nos endurece e prepara para o que deveremos saber dizer e a forma como queremos, consciente ou inconscientemente, parecer. As emoções por vezes traem-nos, mas também nos solidificam e cimentam os percursos que já vamos fazendo, por vontade própria, por direito, mas com a obrigação de nos superar-nos, melhorando-nos.

Os dias nunca serão iguais e mesmo que estejamos mais preparados, nem sempre nos sentiremos capazes de superar os desafios que as situações mais pequenas carregam e que as BEM grandes exigem. Os dias nunca cessam de nos surpreender, amiúdes vezes pela positiva, mas alguns, aqueles que certamente  terão como objectivo testar-nos, carregarão um peso que nos fará enterrar ambos os pés no chão, forçando-nos a pensar de forma rápida e a relativizar, para não cedermos à tentação de desistir.

As emoções de que somos feitos, por tudo o que carregamos e pelas lições que nos propusemos a aprender, ou que recusámos aceitar, dirão bem mais de nós do que dos outros e das suas dores ou desafios. As minhas emoções, ainda hoje, nunca me surpreendem, porque de cada vez que chegam, conseguem reafirmar a pessoa que me tornei. 


24.8.21

Perdi-te...

agosto 24, 2021 0 Comments

Perdi-te, mas todos insistem em me recordar que é suposto continuar, mesmo que sem ti, sem saber o que fazer nem quando, porque eras a cuidadora, a minha estrela do norte, o lar e o colo que deveria ter sido sempre eu a dar, mas que me oferecias na perfeição. Deixaste de estar aqui e as minhas mãos recusaram o papel que lhes cabia, por isso nenhuma cor voltou a inundar os pincéis que te retratavam tal como eras, linda e perfeita. Partiste, sem viagem de regresso e sem sequer uma hora a que me possa agarrar, tal como o faço aos teus traços. Olho para o que restou de ti, de nós, do que sonhámos de forma livre, tranquila e a acreditar que o mundo seria generoso para com o nosso amor, mas nada me preenche o vazio que se colou nas entranhas e que me corrói qual parasita. Perdi-te e acabei tão perdido na minha dor, que já nem distingo o doce do salgado. Como para me manter vivo, mas apenas porque não me deixam morrer, nem os que me guardam religiosamente, nem o corpo que não me obedece, porque se o fizesse, desligaria cada artéria, veia e orgão, levando-me para onde certamente me esperas. 

Soubesse eu o quão breve seria a viagem e nunca te teria perdido de vista. Tivesse eu uma bola de cristal para ver o que nem nos meus mais incríveis pesadelos alguma vez consegui e todos os segundos te teriam pertencido por inteiro, amando-te com a determinação dum homem apaixonado e fundindo-me no corpo que arrefeceu mais depressa do que a minha capacidade de te continuar a abraçar e a sentir. Conseguisse eu reverter os ponteiros do relógio que agora jaz parado, na parede para a qual deixei de olhar e repetiria, até perder o fôlego, que nasci apenas para te poder ter e que ficar sem ti me fez perder o sentido. Pudesse eu ter o poder de te fazer regressar e de bom grado trocaria de lugar, porque tu sim fazes falta, já eu, eu apenas permaneço...

22.8.21

Sei que estou a fugir!

agosto 22, 2021 0 Comments

Aprendi a fugir da necessidade de sentir necessidade de ti. Decidi que me quero manter livre e que querer-te me impede de simplesmente ser quem reconheço. Passei a estar menos perdida desde que deixei ir a vontade de pertencer a alguém. Escolhi ter mais escolhas, acordando à minha maneira, sem te incluir, porque sozinha não me cobro, não espero em vão e termino os dias sempre da mesma forma, comigo. 

Fizeste correr muita vida nas minhas veias e dirigiste-me, algumas vezes, em direcção ao sol, talvez porque achasse que estaria perdida sem ti. Quase me custa acreditar que me tenha deixado ir e que me soubesse tão bem apaixonar-me por ti, porque no final o amor que me tenho gritou mais alto e acabou por me arrastar para o outro lado da ponte, e nesse não estás, não te encontro e não pareço precisar de te ver, mesmo que aches que me engano.

Aprendi a aceitar a solidão como um bálsamo, porque me regenero mais rapidamente se me mantiver assim, apenas eu, sem esperas nem expectativas. Decidi que posso tudo e que tenho armazenado bem mais do que acreditam os outros. Passei a ter noites mais suaves e manhãs plenas de silêncios que já não me ensurdecem. Escolhi, após umas quantas dúvidas, parar de duvidar de tudo o que já aprendi e sosseguei o coração.