Quem és afinal?
Há por aí quem ande à procura de uma versão de si mesmo que sirva e que se destaque das outras, simplesmente porque se escudam em muitas, tentando agradar a uns quantos. Assumir que somos de uma forma ou de outra, mesmo que perturbadora e inconveniente, obriga a muita resiliência emocional e a uma segurança que se cola, mas que afasta os impreparados. Mostrar quem somos, não importa a situação, pode desnudar-nos ou tão simplesmente libertar-nos, porque em algum momento das nossas vidas, o que os outros pensam terá que ser problema deles.
Não pretendo terminar a minha viagem sem saber ao que vim, de que forma me posiciono no mundo e quem sou enquanto pareço ser a pessoa certa ou a errada. Já não busco a validação e estou-me nas tintas para os que acham que me conhecem. Não começo nem termino os dias com outros objectivos que não os que me servem. Já não vou quando a vontade passa por querer ficar e já não fico quando ir é a única opção válida e razoável.
Há por aí quem tenda a criar "bonecos" que lhes assentam na perfeição, acham eles, na pessoa que há muito deixaram de ser, vendendo-se por tão pouco. Há por aí muitas almas à procura de uma razão para se manterem no corpo que lhes coube, mas esperando demasiado tempo para acertarem.